30/05/2020 às 21:25, atualizado em 30/05/2020 às 21:26

União para atender artesãos em dez regiões administrativas

Setur-DF, Mesa Brasil Sesc e Faarte entregaram 120 cestas básicas para artistas regionais em dificuldade devido à pandemia

Por Agência Brasília * | Edição: Fábio Góis

Ação complementa uma série de iniciativas encabeçadas pela Setur-DF | Foto: Cláudio Gerber / Setur-DF

A Secretaria de Turismo (Setur-DF) entregou, neste sábado (30), 120 cestas básicas para artesãos que passam por dificuldades financeiras devido à pandemia de Covid-19. As cestas foram doadas pelo Mesa Brasil SESC à Federação das Associações de Artesãos do DF e Entorno (Faarte). A Setur-DF, que possui coordenação voltada exclusivamente para o apoio ao artesanato e desenvolve ações para o setor ao longo de todo o ano, ficou responsável pela logística de distribuição dos alimentos. Associações de dez regiões administrativas foram contempladas, entre elas Gama, Recanto das Emas, Taguatinga e São Sebastião.

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A ação complementa uma série de iniciativas em parceria, como o lançamento de linhas de microcrédito do Supera-DF para os artesãos; o estímulo ao uso de aplicativos e das plataformas virtuais para a comercialização de produtos artesanais; e a reabertura das lojas físicas do artesanato de Brasília em shoppings da cidade.

Para a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, a iniciativa é um exemplo de solidariedade. “O mundo todo está passando por um momento que jamais imaginamos. Muitos setores foram afetados, mas nossos artesãos, de uma hora para a outra, ficaram impossibilitados de exercer sua profissão e prover o sustento de suas famílias. O momento pede união, solidariedade, e nós faremos todo o possível para amparar essas pessoas”, disse.

A presidente da Associação dos Artesãos de São Sebastião, Cláudia Souza, agradeceu pela ação e contou como está a situação com a pandemia. “Foi de grande importância a entrega dessas cestas. Não estamos vendendo artesanato como antes. Algumas até se reinventaram costurando máscaras e estão conseguindo se manter. A plataforma criada pela Setur também está ajudando nas vendas on-line”, relatou Cláudia.

A artesã Geisa Silva, de 25 anos, mora com os irmãos e o filho pequeno em São Sebastião, e trabalha exclusivamente com o artesanato desde 2016. Ela vende bonecos de crochê, chamados também de “amigurumi”, e conta ter visto as encomendas caírem em quase 100% em razão da pandemia.

“Além de não ter mais eventos e feiras para vender os produtos, as pessoas estão com receio de comprar do artesão. Eu hoje conto com o auxílio emergencial e essa ajuda com a cesta básica faz muita diferença, traz um grande alívio para a minha família”, afirma.

O presidente da Federação das Associações de Artesãos do DF e Entorno, Hebert Amorim, avalia que a ajuda da Setur viabiliza a entrega das cestas em tempo hábil. “A operacionalização da entre das cestas pela Setur é fundamental para conseguirmos que o alimento chegue logo para o artesão. A parceria tem sido muito salutar. Desde o início do governo a gente se ajuda no intuito de valorizar o artesão e buscar o melhor espaço para eles. Precisamos de apoio e força para conseguir sair desse problema mais fortes e com novas possibilidades”, destacou.

Apoio reforçado

Desde o início da atual gestão, em janeiro de 2019, a Setur-DF colocou o desenvolvimento do artesanato como uma das pautas prioritárias de governo. Em 2019, o setor movimentou R$ 871 mil em todo o DF, em um cenário de 11 mil profissionais cadastrados. O artesanato está presente em todos os eventos realizados ou apoiados pela secretaria.

Diante da pandemia do coronavírus e dos impactos gerados na vida financeira desses trabalhadores, a Setur-DF buscou novas formas de apoiar o setor. O projeto Artesanato Virtual de Brasília foi criado pela secretaria em parceria com a Federação das Associações de Artesanato do DF para garantir renda para as famílias que têm o artesanato como meio de vida.

Apoio multifacetado reforça caráter de prioridade dado ao artesanato pela pasta | Foto: Cláudio Gerber / Setur-DF

A loja virtual permite que os artesãos divulguem e comercializem seus trabalhos, sem qualquer custo. As vendas têm sido diárias e as entregas dos produtos são feitas semanalmente, na casa dos clientes.

Na quarta-feira (28), com a reabertura dos shoppings, as Lojas do Artesanato do Alameda e do Pátio Brasil voltaram às atividades. As duas unidades fazem parte do projeto “Rota do Artesanato”, da Setur. Todos os produtos vendidos nessas lojas são de artistas do DF, selecionados por meio de editais de chamamento público.

Os estabelecimentos estavam fechados desde 18 de março e a retomada das atividades é feita com todo cuidado e segurança para garantir a saúde de colaboradores e clientes. No momento, as lojas operam em horário reduzido, com escalas alternadas de trabalho e testagem de Covid-19 para funcionários a cada 15 dias. As vendas acumuladas das duas lojas somaram R$ 288 mil desde a inauguração.

Outras ações efetivas para amparar os artesãos durante a crise atual foram o termo de cooperação entre a Setur-DF e o Banco de Brasília (BRB), que criou linhas de crédito com condições especiais de pagamento, e a emissão da Carteira do Artesão pelo Whatsapp. O artesanato é uma grande potência econômica e gera uma movimentação financeira de R$ 50 bilhões anualmente, em todo o país.

* Com informações da Secretaria de Turismo