13/07/2020 às 17:19, atualizado em 14/07/2020 às 16:42

Iges-DF investiu R$ 166,4 milhões para enfrentar a Covid-19

Recursos serviram para abrir leitos (362) e contratar profissionais (1,1 mil temporários). Melhorias atenderam mais 25,7 mil pacientes

 

Por Agência Brasília * | Edição: Renato Ferraz

O Instituto de Saúde do DF (Iges-DF) investiu, para o enfrentamento da Covid-19 no Distrito Federal, mais de R$ 166,4 milhões. O total foi investido na abertura de 362 leitos (248 de UTI, 20 de cuidados intermediários e 94 de retaguarda/enfermaria), contratação de 1.125 profissionais temporários, aquisição de equipamentos e insumos, além de melhorias na infraestrutura que permitiram atender mais de 25,7 mil pacientes suspeitos e confirmados.

“Estamos preparados – com abertura de leitos, capacitações de profissionais, compras de equipamentos de proteção individual e melhorias físicas – para atender de forma adequada nossos pacientes e proteger nossos colaboradores”, avalia o diretor-presidente do Iges-DF, Sergio Costa. “Temos um plano de contingência estruturado que é colocado em prática, gradativamente, de acordo com o cenário que é estudado diariamente em conjunto com a Secretaria de Saúde do DF”.

[Olho texto=”Temos um plano de contingência estruturado que é colocado em prática de acordo com o cenário que é estudado em conjunto com a Secretaria de Saúde” assinatura=”Sergio Costa, diretor-presidente do Iges-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A maior parte dos leitos foi aberta no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Primeiro, foram entregues 40 de UTI com ventiladores, no quinto andar, com recursos do próprio hospital. 

Depois, também com recursos do próprio hospital, mais 36 leitos foram abertos – divididos entre 20 de cuidados intermediários com respiradores e 16 de retaguarda com oxigênio – em parte do ambulatório, em uma área que foi isolada para funcionar como pronto-socorro para a Covid-19. 

Posteriormente, foram contratados 50 leitos de UTI com respiradores que são operados pela empresa Domed. Há, ainda, 45 leitos de enfermaria em pleno funcionamento abertos com recursos próprios.

No Hospital de Base (HB), em área reservada e isolada, há 66 leitos de UTI com suporte ventilatório para pacientes com Covid-19, sendo que 20 deles são operados pela empresa Aparecidense de Terapia Intensiva (Oati). 

O HB é referência apenas para casos específicos de pacientes imunodeprimidos, como os que têm câncer e trauma – e, por isso, a recuperação pode se tornar mais difícil e o índice de mortalidade pela doença se torna elevado.

Foto: Iges-DF/Divulgação

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante, 42 leitos de UTI com respiradores foram montados sob contrato com o Hospital Maria Auxiliadora. Outros 30 leitos foram abertos em Ceilândia (10 próprios de observação e 20 de UTI com respiradores contratados pela Oati). 

Em Sobradinho, mais 30 (20 de UTI com respiradores contratados com a empresa Instituto Med Aid Saude, o Imas, e 10 próprios de observação) e 23 em São Sebastião (10 de UTI sob contrato com a Oati e 13 próprios de observação).

Tendas
O Iges-DF montou postos de atendimento rápido para atender casos suspeitos da Covid-19 em tendas que têm estrutura reforçada e adequada nas UPAs e no HRSM. Elas contam com médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. 

A tenda do HRSM funciona de forma articulada com o pronto-socorro que foi montado para Covid-19 na unidade. Ao lado da tenda, foram instalados dois sanitários com rede de água e esgoto para pacientes, que passam por higienização frequentemente.

Reestruturação
As unidades que estão atendendo casos de coronavírus passaram por diversas adequações. No Hospital de Base, o pronto-socorro foi dividido em duas alas: a norte continua fazendo o atendimento rotineiro das doenças comuns; a sul está restrita para atendimento de casos de Covid-19. 

“Também foi feita a reestruturação de todas as instalações do pronto-socorro, com reforço de itens como pontos de transmissão de gases medicinais e iluminação, além da instalação de mais dois equipamentos de ar condicionado para melhorar a temperatura do ambiente”, conta o superintendente Operacional do Hospital de Base, Mauro Fatureto. “Técnicos também fizeram testes da capacidade energética para garantir que todos os equipamentos funcionem adequadamente”, lembra o gestor.

Outra ação foi definir rotas de saída de materiais e resíduos que vêm da ala sul para evitar contaminação. Em conjunto com as mudanças do pronto-socorro, para o complemento do atendimento das especialidades deste setor, uma tenda foi montada no ambulatório para o atendimento 24h das especialidades de Ortopedia, Onco-hematologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Urologia. 

O espaço conta com sala de acolhimento, classificação de risco, box de emergência com dois leitos, banheiros e espaço para espera.

Também foi montada, no ambulatório, uma sala exclusiva com cinco leitos para pacientes da Neurocardiologia – para que os doentes não fiquem expostos a outras patologias. “Estamos firmes no compromisso de melhorar nossos serviços”, complementou o superintendente do Hospital de Base, Weldson Muniz.

Para suprir os setores onde foram feitas modificações para atendimento de casos de Covid-19 referenciados, bem como outras áreas que precisavam de reposição, o Hospital de Base (HB) também recebeu o reforço de 33 carrinhos de emergência usados em ocorrência de parada cardiorrespiratória.

Outra melhoria foi a limpeza, que passou a ser mais rigorosa no Hospital de Base, com o reforço de 100 auxiliares de serviços gerais contratados por seis meses pelo Iges-DF. Com isso, são aproximadamente 420 profissionais cuidando da higienização de todas as alas. O objetivo é aumentar a limpeza e a desinfecção de ambientes e superfícies com foco na Covid-19.

No HRSM, todas as áreas onde funciona o atendimento para Covid-19 foram isoladas – que ainda contam com o monitoramento 24 horas de vigilantes e elevadores restritos. Em alguns pontos, as portas têm abertura automática para diminuir ainda mais a chance de transmissão do vírus. Os profissionais de saúde têm acesso a uma área de paramentação e desparamentação, refeitório e armários, em área limpa e isolada.

[Numeralha titulo_grande=”18.068 ” texto=”Quantidade de pacientes atendida nas UPAs do Iges-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Nas UPAs, de março até junho, foram atendidos 18.068 pacientes, sendo 4.273 no Núcleo Bandeirante, 4.029 em Samambaia, 4.691 em Ceilândia, 2.562 em Sobradinho, 1.280 em São Sebastião e 1.233 na UPA do Recanto das Emas.

No Hospital de Base, os atendimentos chegam a 1.248 de março até os primeiros dias de julho. Entre tendas, pronto-socorros, enfermarias e UTIs, no HRSM, os atendimentos somam, de abril até o momento, 6.443, com 866 internações.

Profissionais
Durante a pandemia do coronavírus, o Iges-DF está mantendo todos os estoques de equipamentos de proteção individual (EPIs) abastecidos – o que inclui itens essenciais como luvas, óculos, protetores faciais, capotes, máscaras e macacões protetores. 

A distribuição e o monitoramento estão sendo feito constantemente, com uso racional para que não falte futuramente. Além disso, os profissionais estão sendo constantemente testados.

Em apoio aos profissionais que estão no combate da atual pandemia da Covid-19, uma série de capacitações foi realizada, com quase 9 mil participações. A ênfase foi nas condutas relativas ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que protegem contra o vírus.

“Nossos profissionais de saúde estão preparados. Porém, sabemos que a melhor arma é reforçar o conhecimento relativo ao vírus e como devemos lidar com ele. Nesse sentido, unimos esforços para levar apoio aos colaboradores”, disse o gerente da Gestão do Conhecimento do Iges-DF, Artur Fonseca.

“Estamos atentos para tudo e todas as mudanças de cenário para agir com rapidez e dar todo o suporte necessário à população do Distrito Federal e aos nossos profissionais”, comenta o diretor-presidente do Iges-DF.

* Com informações do Iges-DF