23/07/2020 às 18:53, atualizado em 23/07/2020 às 20:51

Evolução de mudas consolida projeto de recuperação da orla

Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Bosque, na QL 10 do Lago Sul, recebeu cerca de 1,7 mil plantas nativas do Cerrado

Por Agência Brasília * | Edição: Fábio Góis

Plantio na Arie do Bosque tem servido como projeto-piloto para a recuperação das outras áreas definidas | Foto: Secretaria de Meio Ambiente

A Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Bosque, na QL 10 do Lago Sul, é o cenário de um plantio de cerca de 1,7 mil mudas de espécies nativas do Cerrado, em uma área de 4,5 hectares. Com acompanhamento técnico adequado, a semeadura evolui em período de tempo frio e seco, às margens de um dos principais cartões postais da capital federal. Trata-se de uma das ações do Projeto Recuperação de Danos na Orla do Lago Paranoá (Projeto Orla), que prevê um total de 65 hectares recuperados, em 22 trechos, até o final da próxima estação chuvosa.

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O Projeto Orla vai recuperar a região das Áreas de Preservação Permanente (APPs) da orla do Lago Paranoá, primeiramente com ações em uma faixa de 30 metros de margem a partir do espelho d’água do Lago Sul. Na ação serão investidos R$ 2 milhões, provenientes do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam). Os valores são relativos a pagamentos de acórdãos judiciais e termos de ajustamento de conduta, no âmbito de uma ação civil pública, por parte dos moradores responsáveis por ocupações irregulares.

O diagnóstico ambiental que subsidia o projeto identificou 321,83 hectares passíveis de recuperação na orla, incluindo áreas de proteção permanente, unidades de conservação e áreas públicas. O trabalho foi iniciado pelo Lago Sul, que tem cinco áreas em estudo e o braço do Riacho Fundo.

A área de plantio na Arie do Bosque foi visitada nesta quinta-feira (23) pelo secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho. “Estamos passando por uma seca. Para a minha alegria estou vendo que a grande maioria das espécies está se mantendo e apresentando um bom índice de crescimento. Segundo os técnicos, já temos uma noção sobre quais são as mais resistentes ao período seco e devem receber mais ênfase”, destacou o gestor.

Para Sarney Filho, é importante fazer o acompanhamento do plantio para aprender com o clima de Brasília. “Outro destaque é percebermos que não está havendo grande depredação do local, o que garante o sucesso da iniciativa”, acrescentou o secretário.

Outros destaques são as encostas do Paranoá, da Arie Riacho Fundo (trecho que engloba Park Way, Aeroporto JK e QL 1), do Parque Ecológico Ermida Dom Bosco, do Parque Ecológico Península Sul, do Parque Ecológico das Copaíbas, do Parque Ecológico Garça Branca, da Ponte das Garças e do Mosteiro da Ermida Dom Bosco, além da quadras do lago (QLs) 6, 8, 16, 18, 22, 26 e 28.

Corredores ecológicos

O objetivo do projeto é contribuir para a manutenção das paisagens e das múltiplas funções ecológicas da orla do Lago Paranoá. Trata-se de um contorno total de 102,31 quilômetros, 50,31 dos quais no Lago Sul e 52 no Lago Norte.

O trabalho é responsabilidade do Instituto Rede Terra. São feitas intervenções como contenção de processos erosivos, revegetação e revitalização de corredores ecológicos, além de tratamento contra formigas e correção de solo antes do plantio, uso de contentores para limitar o acesso de veículos, cercamento e tutoria de mudas.

O coordenador-geral do projeto, Miguel Marinho (Rede Terra), explica que a visita da Secretaria de Meio Ambiente tem como objetivo avaliar a adaptação das mudas ao plantio. “Algumas se adaptaram melhor, como como é o caso das gameleiras e dos ipês. A gente está aplicando um protocolo de monitoramento para ver os índices de sucesso de pega de muda e, a partir disso, criar protocolos de manutenção das espécies”, explica.

Já subsecretária de Assuntos Estratégicos da Secretaria de Meio Ambiente, Márcia Fernandes Coura, diz que a visita mostra resultados muito satisfatórios. “Uma situação é fazer o plantio. Outra é perceber como as mudas estão se adaptando e como o público está percebendo e respeitando uma área sob recuperação ambiental. Isso é o mais importante agora”, enfatiza.

Márcia destaca ainda que o plantio na Arie do Bosque tem servido como um projeto-piloto para a recuperação das outras áreas previstas no Projeto Orla. “As demais áreas terão preparação do solo e plantio a partir do início das chuvas”, completa.

* Com informações da Secretaria de Meio Ambiente