17/11/2020 às 13:25, atualizado em 17/11/2020 às 13:55

Conheça a Comissão de Seleção de curta-metragem do 53º FBCB

A edição de 2020 será exibida de 15 a 20 de dezembro, no Canal Brasil e streaming Play Brasil

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

A Comissão de Curtas do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) trabalha de forma incessante para selecionar 12 de 463 produções inscritas para a edição de 2020, que será exibida de 15 a 20 de dezembro, no Canal Brasil e streaming Play Brasil.

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A realização de um curta-metragem é o primeiro ato e, talvez, o mais importante passo na carreira de um cineasta. A categoria que arregimenta milhares de realizadores todos os anos pelo país foi o ponto seminal da carreira de grandes nomes do cinema nacional.

Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos, Júlio Bressane, Rogério Sganzerla, André Luiz Oliveira, Cláudio Assis foram alguns dos representantes emblemáticos da sétima arte que passaram por essa janela do audiovisual.

O mestre Vladimir Carvalho estreou no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro justamente com um projeto desse formato, o marcante “A Bolandeira”, de 1969.

Conheça a trajetória dos cinco membros da Comissão de Seleção:

Clementino Junior (Presidente)

No audiovisual desde 1993, o carioca Clementino Junior já computa 25 trabalhos na carreira. São 24 curtas-metragens, mais o longa “Anjo de Chocolate” (2014), sobre cobradora de ônibus do Rio, autora de livros infantis. Em 2008, idealizou o Cineclube Atlântico Negro (CAN), que exibe filmes sobre temática recorrente em suas obras, a diáspora africana.

Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO/GEASur), Mestre em Educação (UERJ-FFP), graduado em desenho industrial (UFRJ-EBA), também é artista visual, educador audiovisual e ambiental.

Foi vice-presidente da ABD Nacional (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas) e presidente da ABDeC-RJ, além de diretor do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC).

Em fevereiro deste ano, participou de debate online sobre genocídio da população negra no Brasil após exibição do curta “Tião” na Universidade de Harvard (EUA).

Seu mais recente documentário, “A Padroeira”, que narra a questão da fé entre os atingidos no acidente ambiental em Mariana (MG), foi o único representante latino-americano no Festival de Gotemburgo (Suécia), realizado em março deste ano.

Cíntia Domit Bittar

Cíntia Domit Bittar é sócia-fundadora da Novelo Filmes, em Florianópolis (SC), onde atua nas funções de produtora, diretora, roteirista e montadora. Assina a direção de sete curtas que, desde 2011, são exibidos em festivais e licenciados para tevê, acumulando mais de 100 prêmios.

Destaque para as obras “Qual Queijo Você Quer?” (2011), “O Tempo Que Leva” (2013), “O Segredo da Família Urso” (2014) e “Flecha Dourada” (2017). Seu mais recente trabalho, “Baile” (2019), foi premiado o Melhor Curta do 60º Festival Internacional de Cinema de Cartagena, Melhor Direção no 29º Curta Cinema do Rio, Top 10 do público no 30º Kinoforum São Paulo, entre outros.

“Baile” foi um dos finalistas do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e selecionado para festivais internacionais como a 66º edição da Oberhausen ISFF, 44º Hong Kong IFF, 38º Uruguay IFF, 21º Rio de Janeiro IFF.

Também dirigiu o longa documental “Círculos”, licenciado para o History Channel (2016). Ativista cultural, Cíntia desempenha funções na linha de frente de entidades do setor nas esferas nacional, estadual e municipal.

Edileuza Penha de Souza

Professora, documentarista e pesquisadora, a capixaba Edileuza Penha de Souza alcançou a glória no cinema neste ano. Foi quando conquistou o prêmio de Melhor Documentário de Curta-Metragem no mais relevante festival do gênero, o “É Tudo Verdade”, com o filme “Filhas de Lavadeiras” (2020).

Rodado no Rio de Janeiro e no DF, o projeto traz reflexão pertinente sobre a cultura do racismo e sexismo no Brasil. Também é diretora do curta “Mulheres de Barro” (2015).

Com pós-doutorado em Comunicação e doutorado em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), estudou na Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Banõs (EICTV/Cuba), participando como roteirista e diretora de diversas realizações, destaque para o premiado curta “Teresa” (Brasil/Cuba/ México/Venezuela, 2014).

É idealizadora, curadora e coordenadora da Mostra Competitiva de Cineastas e Produtoras Negras Adélia Sampaio e Curadora do Festival de Cinema do Paranoá (DF), além da Mostra de Cinema da Cova – Lisboa. Organizou a coleção “Negritude Cinema e Educação” (2014).

André Carvalheira

Nascido em São Paulo, criado em Recife (PE), mas em Brasília desde o final dos anos 1980, André Carvalheira se especializou em direção de fotografia no Rio de Janeiro e na França.

Com olhar singular, já emprestou seu talento com as lentes para dezenas de curtas – “Dias de Greve” (2009) e “Riscados Pela Memória” (2018) – e longas-metragens – “Uma Loucura de Mulher” (2016), “Último Cine Drive-In” (2015), “Ainda Temos A Imensidão da Noite” (2019), além dos documentários “Plano B” (2013), “Rock Brasília: A Era de Ouro” e “Utopia e Barbárie” (2009), de Silvio Tendler, curador da 53ª edição do FBCB.

O início da carreira foi em 1996, como assistente de câmera, diversificando-se, de lá para cá, na fotografia de filmes publicitários, programas e documentários para tevê, além de clipes, shows, projetos institucionais e campanhas políticas.

Também foi diretor de fotografia de documentários no Núcleo de Vídeos Especiais da TV Câmara e professor de cinematografia na UnB, IESB e em Niterói (UFF). E? associado da ABC (Associação Brasileira de Cinematografia).

Nara Normande

Pertencente à nova geração de cineastas brasileiros, a alagoana Nara Normande iniciou a carreira no Recife (PE), com o curta de animação “Dia Estrelado”. Os trabalhos seguintes – “Sem Coração” (2014), em parceria com diretor Tião; e a coprodução francesa “Guaxuma” (2018) – venceram os prêmios de Direção no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB).

“Guaxuma” também saiu premiado na Quinzena dos Realizadores em Cannes. Juntos, esses três trabalhos foram exibidos em mais de 20 países, além de festivais no Brasil.

Norma realizou a curadoria de alguns festivais pelo Brasil e, durante cinco anos, fez a direção artística, no Recife, do Festival Internacional de Animação de Pernambuco (Animage). Com o realizador Tião, trabalha atualmente em seu primeiro longa-metragem, “Sem Coração”.

Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa