08/02/2021 às 19:25, atualizado em 08/02/2021 às 19:33

Curso ensina socioeducandos a fazer pizzas

O objetivo é usar a gastronomia como ferramenta de ressocialização e gerar oportunidades de emprego no Distrito Federal

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

As aulas acontecem em duas turmas, nos turnos matutino e vespertino, e são formadas por 12 alunos| Foto: Jhonatan Ribeiro/Sejus

Calabresa, portuguesa, presunto, queijo, atum, goiabada. E tem até com borda de catupiry. Por dia, 14 pizzas destes sabores são feitas pelos adolescentes da Unidade Socioeducativa de Planaltina (UIP), no curso de pizzaiolo, promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). O objetivo é usar a gastronomia como ferramenta de ressocialização e gerar oportunidades de emprego no Distrito Federal.

“O acesso à profissionalização é um direito de todo adolescente. Nosso papel, enquanto responsáveis pela execução das políticas socioeducativas, é garantir que esses jovens tenham a oportunidade de conhecer profissões, estudar e, mais do que isso, voltar a sonhar com um futuro melhor”, afirma a secretária de Justiça e Cidadania Marcela Passamani.

As aulas acontecem em duas turmas, nos turnos matutino e vespertino, e são formadas por 12 alunos. As aulas práticas são ministradas na cozinha da unidade, que disponibiliza os equipamentos profissionais aos adolescentes para que eles tenham contato com a realidade da profissão.

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“A pizza que eu mais gostei de fazer, até agora, é a de chocolate, porque tem mais sabor”, comenta o socioeducando**, de 16 anos. Para ele, o curso abriu as portas para uma nova realidade. “Estou aprendendo e, quando eu sair daqui, vou ter a oportunidade de conseguir um emprego ou abrir o meu próprio negócio, juntar dinheiro e pagar um curso superior”, diz.

O curso, com previsão de término em março, possui uma carga horária total de 160 horas e se enquadra no eixo de Turismo, Hospitalidade e Lazer e no segmento da Gastronomia. Dessa carga horária, 72h são destinadas às aulas teóricas, 72h para as práticas e 16h ao Projeto Integrador.

Para a professora do curso, Luisa Selma Rodrigues Ferreira, é um orgulho fazer parte dessa história. “Sei que o meu trabalho pode ajudá-los a seguir um novo caminho na vida e isso não tem preço”, declara.

**De acordo com o Art. 247 do Estatuto da Criança e do Adolescente, o nome dos socioeducandos não podem ser divulgados.

*Com informações da Sejus