19/06/2021 às 17:14, atualizado em 19/06/2021 às 17:19

Samambaia inaugura sede do Instituto Você Nunca Andará Sozinho

O espaço oferece atendimento gratuito para crianças, jovens e adultos com deficiência e em situação de vulnerabilidade social

Por Lucíola Barbosa, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

A cidade de Samambaia ganhou oficialmente, neste sábado (19), um espaço para atender gratuitamente cerca de 400 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, com deficiência e em situação de vulnerabilidade ou exclusão social. Trata-se do Instituto Você Nunca Andará Sozinho, cuja sede foi inaugurada na QR 114 de Samambaia Sul. O evento reuniu atrações musicais e artísticas, com a presença da comunidade e de várias autoridades do Executivo e do Legislativo.

Entre as autoridades, estava o vice-governador Paco Britto, acompanhado de sua esposa, Ana Paula Hoff, que fez questão de participar do evento. Paco destacou o importante trabalho terapêutico e o atendimento especializado multidisciplinar desenvolvido pelo instituto. “É com grande prazer que estou aqui”, disse.

Também ressaltou o trabalho do Governo do Distrito Federal em prol da população, promovendo a inclusão social e ampliando o atendimento a pessoas com deficiência. “O grande diferencial do governo Ibaneis Rocha é o carinho, a atenção e o respeito que temos por vocês [pessoas com deficiência]. Temos que servir essas pessoas que nos colocaram no governo, pois não somos, estamos governo”, completou.

Autistas

O instituto presta assistência também às pessoas com Transtorno Global do Desenvolvimento (autistas) de ambos os sexos, oferecendo atendimento especializado conforme suas necessidades. Para isso, conta com uma equipe interdisciplinar, que desenvolve projetos e programas visando à melhoria de independência, autonomia e qualidade de vida destas pessoas.

O instituto é uma associação civil, filantrópica de caráter assistencial, educacional, cultural e de saúde, que presta atendimento gratuito, de assistência social, saúde e educação especial, a pessoas com deficiência e suas famílias, no Distrito Federal e Entorno (GO). São 15 funcionários trabalhando no local | Foto: Vinícius Melo / Agência Brasília

O pequeno David Hugo de Oliveira dos Santos, 10 anos, é autista. Sentado ao lado da mãe Raimunda, 45 anos, assistia a tudo com aparente tranquilidade. Mas nem sempre é assim, como explica Raimunda. “Ele é tranquilo quando as coisas estão a favor dele, mas quando ele não concorda, fica agitado”. Desempregada desde 2015, e moradora há 25 anos em Samambaia, Raimunda se sente agradecida por poder contar com o instituto.

“Ele que me ajuda. O David está na lista de espera por um psicólogo”, disse, revelando ainda que o filho teve o diagnóstico tardio para o transtorno do espectro autista, aos 7 anos, pois ela conhecia pouco a respeito. “Sabia alguma coisa pela televisão e com a ajuda da professora dele. Aí, comecei a observar. Ele sempre sentava no mesmo lugar, escolhia o mesmo brinquedo, e todos tinham que estar ordenados. Também não tem frases completas”, observou.

[Numeralha titulo_grande=”” texto=”No Brasil, não existem dados oficiais, mas estimativas afirmam que cerca de 2 milhões de brasileiros tem autismo. Além disso, por volta de 80% das pessoas com transtorno do espectro autista não estão no mercado de trabalho. No DF, mais de 100 mil pessoas têm algum tipo de deficiência” esquerda_direita_centro=”direita”]

Outra beneficiada pelas atividades do instituto, a cadeirante Jéssica Franco Costa, 24 anos, estava acompanhada da mãe Esmeralda, 45 anos. Ela conta que teve problemas durante o parto, ocasionando a paralisia cerebral da filha.

“Mas ela entende tudo”, garantiu, acrescentando que conta com o trabalho voluntário de um fonoaudiólogo do instituto. Jéssica, inclusive, mostrou aos presentes que sua deficiência não é empecilho para exercer uma atividade que, segunda Esmeralda, a deixa muito feliz. Ela faz parte há cinco anos de um grupo de dança na cidade e, no palco, durante o evento, pode demonstrar seu talento durante as apresentações artísticas e musicais preparadas especialmente para este sábado. Destaque também para a interpretação do Hino Nacional, no teclado, pela musicista Nayara, deficiente visual.

Para a fundadora do Instituto, Eliane Nuvem, que é mãe de filho autista, “a estrada é um caminho difícil, mas quando tem um amigo especial, ele te (sic) ajuda a seguir. Mãe que tem filhos com necessidades especiais sabe o quanto é doloroso fazer esta diferença”, pontuou.

No Brasil, não existem dados oficiais, mas estimativas afirmam que cerca de 2 milhões de brasileiros tem autismo. Além disso, por volta de 80% das pessoas com transtorno do espectro autista não estão no mercado de trabalho. No DF, mais de 100 mil pessoas têm algum tipo de deficiência.

Prestigiaram a inauguração a secretária da Mulher, Éricka Filippelli; os administradores Gustavo Aires (Samambaia) e Carlos Dalvan (Recando das Emas); os deputados Júlio César Ribeiro (federal) e Iolando Almeida (distrital); a coordenadora da Regional de Ensino de Samambaia, Elizabete Ferreira; representantes do Conselho de Mulheres Cristãs do Brasil, com sede em Samambaia, e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e Deficientes de Taguatinga e Ceilândia, entre outros.

Sobre o instituto

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O instituto é uma associação civil, filantrópica de caráter assistencial, educacional, cultural e de saúde, que presta atendimento gratuito, de assistência social, saúde e educação especial, a pessoas com deficiência e suas famílias, no Distrito Federal e Entorno (GO). São 15 funcionários trabalhando no local.

O atendimento terapêutico às pessoas com deficiência visa o seu desenvolvimento intelectual e o progresso pleno da pessoa, minimizando suas dificuldades, para melhor convivência com a família e a comunidade.

Conta com um Ambulatório de Reabilitação Global, onde trabalha uma equipe multiprofissional composta por: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social e médicos (pediatra, psiquiatra e neurologista).