21/06/2021 às 18:53, atualizado em 21/06/2021 às 20:30

Primeira República LGBTQIA+ do país é destaque em seminário

A Sedes lançou a república em maio para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, em parceria com o Instituto Ipês

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

A iniciativa pioneira do Governo do Distrito Federal (GDF) de instituir repúblicas voltadas a pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social foi destaque nesta segunda-feira (21) na reunião de abertura do III Seminário Remoto LGBTQIA+ da Câmara Legislativa do DF (CLDF). A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) lançou a primeira república em maio, com recursos de emenda parlamentar e parceria com o Instituto Ipês, como um espaço democrático e colaborativo, onde os moradores, diferentemente de uma instituição de acolhimento tradicional, cuidam do espaço, sob a supervisão da Sedes.

O diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda, apresenta República LGBTQIA+ durante seminário na CLDF | Foto: Divulgação/Sedes

Todos os acolhidos são encaminhados por meio das unidades socioassistenciais. “É a primeira república do DF, nós não tínhamos experimentado essa modalidade de acolhimento antes. Não divulgamos o endereço por uma questão de segurança e para não estigmatizar a estrutura no território. Isso é um avanço muito grande porque é a primeira República LGBTQIA+ do país e o primeiro serviço de república do DF”, destaca o diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda, ao participar da abertura do seminário nesta segunda.

[Olho texto=”“É a primeira república do DF, nós não tínhamos experimentado essa modalidade de acolhimento antes. Não divulgamos o endereço por uma questão de segurança e para não estigmatizar a estrutura no território. Isso é um avanço muito grande porque é a primeira República LGBTQIA+ do país e o primeiro serviço de república do DF”” assinatura=”Felipe Areda, diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes” esquerda_direita_centro=”direita”]

Com o tema “LGBTQIA+ da Periferia em Movimento”, o encontro on-line, promovido pela Câmara Legislativa no seu canal do YouTube TV Web CLDF, discute a diferença da realidade das pessoas LGBTQIA+ que moram nas regiões administrativas em relação às que vivem no Plano Piloto, no que se refere ao reconhecimento e ao alcance dos direitos, e debate as ações de inclusão dessa população.

Mediador do debate, o deputado distrital Fábio Felix destacou que a modalidade república para acolhimento é inovadora, mas pouco utilizada no país. “Estamos tendo, por meio da experiência com a população LGBTQIA+, as primeiras repúblicas da história do DF de aplicação prevista no Sistema Único de Assistência Social [Suas]. Instalar uma casa de acolhimento vinculada à Política de Assistência Social traz muita substância para esse atendimento, foi um grande passo”, reforçou o parlamentar. “Era uma ausência que todo mundo na rede de atendimento socioassistencial percebia. Nós não tínhamos para onde encaminhar as pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade”.

[Olho texto=”“Era uma ausência que todo mundo na rede de atendimento socioassistencial percebia. Nós não tínhamos para onde encaminhar as pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade”” assinatura=”Fábio Felix, deputado distrital” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Atendimento especializado

Além das Repúblicas LGBTQIA+, Felipe Areda também destacou outras ações importantes na garantia de direitos dessa população, como a atuação do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) Diversidade e do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas).

“Temos há 11 anos do Creas Diversidade, que parte de uma mudança muito importante de avanço de concepção da política pública para entender que território para a política pública não é só espaço físico. Comunidades culturais são territórios e precisam ser pensadas nas suas especificidades enquanto territórios culturais historicamente estigmatizados. Então, assim como temos o Creas para atender uma região física, precisamos do Creas para atender comunidades culturais”, ressaltou.

“Também criamos um serviço específico de Abordagem Social composto por LGBTs para atender pessoas LGBTQIA+ em situação de rua. Um desafio muito grande responder aos impactos socioeconômicos da pandemia”, pontua Felipe Areda.

Capacitação

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Além dos Creas Diversidade, há também a capacitação continuada dos servidores para atender especificamente à população LGBT. “Todos os novos servidores passaram obrigatoriamente no seu curso de formação por uma formação sobre conteúdo LGBT pensando no atendimento socioassistencial de pessoas LGBT. A Escola de Formação da Sedes também debate continuamente a questão LGBT com todos os servidores para avançar na qualidade da oferta do serviço”, finaliza.

 

*Com informações da Sedes