22/07/2021 às 09:21, atualizado em 22/07/2021 às 12:19

Previsões da arrecadação tributária pós-covid

Programa ‘Tempo de Economia’ desta semana abordou o panorama da crise na pandemia e seus reflexos nas finanças públicas do DF

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

O programa Tempo de Economia desta semana abordou o cenário da arrecadação tributária no Distrito Federal após a pandemia da covid-19. O panorama da crise e seus reflexos nas finanças públicas do DF foram apresentados pela secretária executiva de Acompanhamento Econômico, Patrícia Ferreira Motta Café, e o coordenador de Estudos Técnicos da Subsecretaria do Tesouro, Luciano Cardoso de Barros Filho, ambos da Secretaria de Economia (Seec). O evento é transmitido de forma on-line e fica disponível no canal da secretaria no YouTube.

Em destaque, uma análise profunda sobre o impacto da crise e as medidas adotadas pelo Governo do Distrito Federal para reaquecer a economia e manter o nível de arrecadação tributária em patamares necessários para viabilizar as políticas públicas governamentais.

O debate do Tempo de Economia desta semana foi mediado pela secretária adjunta de Economia, Ana Paula Cardoso da Silva, que ressaltou a importância dos estudos econômicos para a tomada de decisão no governo | Fotos: Jeniffer Panizzon/Secretaria de Economia

A secretária executiva Patrícia Café mostrou quais foram os piores momentos da crise, entre os meses de março e junho de 2020. Ela relatou os impactos no nível de atividade econômica, na prestação de serviços e na arrecadação tributária, motivadas pelas medidas de restrições adotadas para conter o avanço do coronavírus.

Segundo Patrícia, os tributos são a principal fonte de financiamento dos serviços públicos; e, com a redução da circulação de pessoas e menos atividades, houve a diminuição do emprego e do PIB.

Patrícia Café apresentou a metodologia utilizada pela Seec para calcular o real impacto da crise em 2020 e o comportamento dos tributos no ano passado.

Ela fez a comparação entre a arrecadação de 2019 e 2020, mostrando o aumento real de 2% no ICMS, a redução de 8,3% no ISS e o aumento de 22% no ITBI, fruto do aquecimento do mercado imobiliário.

Nas perspectivas para 2021, Patrícia Café mostrou a recuperação do nível de atividade econômica, inclusive com melhoria no setor de turismo

Para verificar o nível da atividade econômica durante a crise, a Seec também monitorou o desempenho dos setores econômicos por meio do comportamento das emissões de notas fiscais. No total, as análises apontaram uma queda em torno de R$ 1,7 bilhão no volume de negócios em termos absolutos.

 “Verificamos que, em termos absolutos, o setor de restaurantes foi o mais prejudicado e, em termos relativos, o setor de diversões”, explicou a secretária executiva.

Nas perspectivas para 2021, Patrícia Café mostrou a recuperação do nível de atividade econômica, inclusive com melhoria no setor de turismo.

“Percebemos que no início do ano os setores ainda começaram demostrando queda. Por exemplo, o setor de combustível. Comparando janeiro de 2020 com janeiro de 2021, percebemos uma queda que começa a se recuperar a partir de março no setor de combustíveis e em abril nos demais setores”, apontou.

Patrícia também falou sobre a relação interligada entre a recuperação no nível de emprego e da arrecadação tributária a partir de março a maio de 2021. “É coincidência? Não, porque tanto o saldo de emprego quanto o ICMS são variáveis atreladas à atividade econômica”, justificou.

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”]

A secretária relatou uma série de medidas adotadas pelo governo do DF para minimizar os efeitos da crise. Entre elas, citou a redução do ICMS sobre álcool gel e seus insumos, luvas e máscaras; a prorrogação do prazo de pagamento do ICMS e do ISS das empresas optantes do Simples Nacional; isenção de ICMS nas doações para assistência às vítimas de calamidade pública; a edição do Refis 2020; parcelamento em até 12 vezes do IPTU e TLP para os setores mais afetados pela crise como bares, restaurantes, lanchonetes, academias e segmentos de eventos. Falou ainda sobre as medidas do programa Pró-Economia.

Em seguida, Patrícia Café mostrou as perspectivas positivas de crescimento da arrecadação do ICMS e ISS em 2021, considerando o cenário de recuperação da economia. Segundo ela, o cenário é fruto das medidas adotadas pelo governo, do redesenho das empresas para enfrentar a crise e da vacinação.

Ao final, mostrou o comportamento da arrecadação no primeiro semestre de 2021, com variação real positiva de 8% do ICMS e 9,9% do ISS. Ao todo, o primeiro semestre de 2021 teve aumento nominal de 1,2 bilhões na arrecadação em relação a 2020, e de R$ 614 milhões, de variação real.

O segundo painel do Tempo de Economia foi apresentado pelo coordenador de Estudos técnicos da Subsecretaria do Tesouro, o auditor e economista Luciano Cardoso de Barros Filho.

Ele relatou os impactos da pandemia na economia do DF, como o aumento de demanda por serviços públicos, o fechamento de empresas, o aumento do desemprego, da demanda por benefícios sociais e o endividamento das empresas.

Luciano Barros mostrou como a despesa com saúde cresceu no primeiro semestre de 2020 e 2021, com aumento de R$ 600 milhões e R$ 605 milhões, respectivamente. Relatou todas as ações que o governo do DF vem adotando para manter as contas equilibradas e como o investimento público pode ser um indutor do crescimento econômico. “O crescimento econômico sem responsabilidade fiscal é insustentável; ele tem que ser com responsabilidade para que seja duradouro”, afirmou.

O debate do Tempo de Economia desta semana foi mediado pela secretária adjunta de Economia, Ana Paula Cardoso da Silva, que ressaltou a importância dos estudos econômicos para a tomada de decisão no governo. “Esses estudos econômicos são responsáveis pela instrução das medidas implementadas pelo governo do DF”, disse.

*Com informações da Secretaria de Economia