12/08/2021 às 15:09, atualizado em 12/08/2021 às 18:24

Emater apoia e agricultoras cultivam plantas medicinais

Com assistência rural, elas ganham dinheiro a partir dos tradicionais conhecimentos sobre saúde e alimentação

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

[Olho texto=”“As mulheres têm importante papel como detentoras e difusoras dos conhecimentos tradicionais relacionados às plantas” assinatura=”Yokohama Cabral, técnica da Emater” esquerda_direita_centro=”direita”]

A procura por produtos naturais, com substâncias terapêuticas derivadas de plantas, tem sido cada vez maior. Isso torna o cultivo de plantas medicinais, aromáticas e condimentares uma atividade com grande apelo econômico e social e geradora de emprego e renda na agricultura. Pensando nisso, a unidade da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) na região do Programa de Assentamento Dirigido (PAD-DF) mobilizou um grupo de 17 mulheres para o cultivo dessas plantas.

“No momento da venda mostro o livreto da Emater-DF que fala sobre as propriedades e benefícios de cada planta. Isso chama a atenção das pessoas e ajuda a vender bastante”, explica a produtora rural Lázara Pereira | Foto: Divulgação/Emater

Para homenagear essas mulheres na Semana Distrital da Mulher Trabalhadora Rural, celebrada na capital todo ano na semana do dia 12 de agosto, a Emater-DF conta um pouco dessa história. “As mulheres têm importante papel como detentoras e difusoras dos conhecimentos tradicionais relacionados às plantas. A partir desses saberes, elas possuem a oportunidade de complementar a renda familiar, ter autonomia e auxiliar na conservação de espécies”, explica a técnica em agroindústria da Emater-DF Yokohama Cabral.

Francisca Ferreira da Costa é uma das mulheres do grupo. Ela conta que trabalhou por 25 anos como doméstica e, há seis anos, conheceu Yokohama, que a convenceu a trabalhar com a terra. “Foi a melhor troca que eu já fiz na vida. A Yoko veio aqui, conversou comigo e falou que eu poderia ter renda vendendo mudas de plantas medicinais. A conversa plantou uma sementinha na minha cabeça. Depois que ela saiu, fui dar uma olhada no que eu já tinha na propriedade e fui colocando em vasos. Após uma semana dessa conversa, ela voltou e eu já estava cheia de vasos com mudas”, conta.

[Olho texto=”Hoje, além das mudas, as mulheres fazem sabonetes, velas, roupas e camas para animais de estimação com uso de sachês aromáticos, entre outros produtos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Francisca diz que já tinha um pouco de conhecimento sobre plantas medicinais que herdou da avó e da mãe, mas que os cursos ofertados pela Emater-DF e a integração com outras mulheres foram muito importantes para ampliar seu conhecimento.

“A capacitação dos agricultores a respeito da legislação e sobre os cuidados no plantio, manejo, colheita, até o beneficiamento é muito importante”, diz Yokohama. Hoje, além das mudas, as mulheres fazem sabonetes, velas, roupas e camas para animais de estimação com uso de sachês aromáticos, entre outros produtos para uso da família e comercialização em feiras e eventos.

Lázara Pereira é outra produtora e detentora de conhecimentos sobre as plantas medicinais. Ela comercializa na Feira Rural no Parque da Cidade, que acontece em dois domingos do mês, e em uma feira no Núcleo Rural Café Sem Troco. Ela conta que é possível obter uma boa renda com a venda das plantas medicinais e aromáticas.

“No momento da venda mostro o livreto da Emater-DF que fala sobre as propriedades e benefícios de cada planta. Isso chama a atenção das pessoas e ajuda a vender bastante”, conta. Entre as plantas mais comercializadas por Lázara estão peixinho, ora-pro-nóbis, melissa, losna, hortelã, mastruz, mil-em-rama e guaco.

Também tem capuchinha, boldo, carqueja, folha santa, capim santo e malva-rosa. Essas são procuradas para tratar infecções e inflamações variadas, como problemas nos sistemas respiratório e urinário, cuidar de doenças cardiovasculares e crônicas. A carqueja, por exemplo, é usada por diabéticos. Para controlar ansiedade e estresse, lavanda, capim-limão e erva-cidreira são muito procuradas.

Além de participarem de feiras e eventos, as produtoras estão cadastradas no site Põe na Cesta, plataforma gratuita de comercialização desenvolvida pela Emater-DF que conecta o consumidor com o produtor sem intermediários.

Mulheres e o desenvolvimento sustentável

A Emater-DF desenvolve ações em 16 dos 17 objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Dentre os vários temas da agenda, as mulheres são consideradas peças-chaves para o alcance de muitos dos objetivos. Entretanto, representam também uma parte afetada por muitos dos problemas discutidos nesse marco.

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No Distrito Federal, elas representaram, em 2020, 36% dos 12.918 beneficiários atendidos pela Emater. Foram quase 4.800 mulheres contempladas nas ações de assistência técnica e extensão rural.

E para discutir os avanços e também as demandas das mulheres do campo, a Emater está organizando o VII Encontro Distrital de Mulheres Rurais, que deve ocorrer na primeira semana de dezembro. No dia 21 de julho, mulheres de diversas regiões do DF se reuniram para alinhar os temas e atividades do evento.

 

*Com informações da Emater