13/08/2021 às 17:22, atualizado em 13/08/2021 às 17:27

Aplicação de fumacê continua mesmo em período de seca

São 600 km percorridos por mês nesta fase do ano. Estratégia é atuar onde há mais casos confirmados de dengue

Por Alline Martins, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

Faz tempo que não chove no DF. Mas a seca não é motivo para descansar nos cuidados contra o Aedes aegypti, causador de doenças como a dengue. A Secretaria de Saúde segue firme no combate, atuando de três formas: localmente, com uso de pastilha que elimina a larva em seu ciclo aquático; trabalho perifocal, com visitas quinzenais em locais com grande potencial de procriação de mosquitos, como borracharias e ferros-velhos; e aplicação de inseticida de ultrabaixo volume (UBV) pesado, conhecido como fumacê.

No período da seca, os quatro carros utilizados pela Vigilância Ambiental chegam a percorrer juntos um total de 600 km aplicando o fumacê para evitar que o mosquito Aedes aegypti se prolifere | Fotos Joel Rodrigues / Agência Brasília

Durante o período de seca, quatro carros de fumacê são utilizados nos trabalhos. Cada veículo comporta 56 litros de produto, que dura em torno de quatro a cinco dias até ser reabastecido. Em um mês, neste período, cada carro percorre cerca de 150 km, totalizando 600 km rodados nos quatro veículos.

[Olho texto=”“Misturamos o produto em óleo mineral de forma que ele fique mais leve que o ar e flutue, conseguindo eliminar o macho e a fêmea do mosquito. A aplicação é feita no crepúsculo da noite ou no nascer do sol, horários em que a fêmea busca sangue para maturação dos ovos”” assinatura=”Reginaldo da Silva Braga, coordenador do controle químico e biológico da Diretoria de Vigilância Ambiental do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Já em tempos de chuva, essa quilometragem dobra. Considerando que são 18 carros em ação, todos juntos contabilizam 5,4 mil km rodados por mês. “Nos períodos de chuva, quando o trabalho se intensifica, são feitas aplicações de manhã e à noite”, explica o coordenador do controle químico e biológico da Diretoria de Vigilância Ambiental do DF, Reginaldo Feliciano da Silva Braga. 

O produto utilizado é capaz de matar o mosquito no ar, sem colocar em risco a saúde da população. “Misturamos o produto em óleo mineral de forma que ele fique mais leve que o ar e flutue, conseguindo eliminar o macho e a fêmea do mosquito. A aplicação é feita no crepúsculo da noite ou no nascer do sol, horários em que a fêmea busca sangue para maturação dos ovos”, explica Reginaldo. Neste período de seca, os trabalhos estão sendo feitos, preferencialmente, no início da noite.

Além dos trabalhos executados pela Secretaria de Saúde, é importante que a população continue tomando os cuidados dentro de casa, eliminando recipientes com acúmulo de água.

Reforço 

No período de seca, entre maio e setembro, o cronograma e a quantidade de veículos em atuação muda, mas não para. Segundo Reginaldo Braga, o trabalho preconizado pelo Ministério da Saúde é de que se atue onde há casos positivos e confirmados de dengue ou outras arboviroses.

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“Recebemos as notificações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica sobre os casos, investigamos e, quando confirmamos, fazemos o cronograma de atendimento. Mandamos os carros para eliminar as fêmeas infectadas”, explica Reginaldo Braga.

Atualmente, Taguatinga, Ceilândia, Paranoá, Samambaia, Vicente Pires e Guará estão recebendo o fumacê. As seis regiões administrativas somam 2.988 casos prováveis de dengue, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, compreendendo os dias 3 de janeiro a 24 de julho.