08/10/2021 às 16:24, atualizado em 08/10/2021 às 18:59

Um sonho, grandes vitórias para o Distrito Federal

Ex-estudante da Secretaria de Educação ganha ouro, prata e bronze nas Paralimpíadas de 2021

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

A conquista por meio do esporte pulsa com diferentes significados: às vezes são de superação, às vezes de perseverança ou, até mesmo, regados de desafios. Com o paratleta Wendell Belarmino, de 23 anos, foi um pouco de tudo isso.

Ex-estudante da rede pública de ensino do Distrito Federal, ele voltou dos Jogos Paralímpicos com três medalhas. Ouro, prata e bronze no torneio de natação para deficientes visuais de Tóquio.

O campeão paralímpico Wendell e seu técnico, Marcus Lima: amizade e confiança no esporte | Foto: Mary Leal/Secretaria de Educação

Wendell deu as primeiras braçadas na piscina do Minas Tênis Clube, escolinha de natação. Ainda estava no ensino fundamental. “Quando comecei a nadar, nem sabia que esporte paralímpico existia direito, mas sempre fui muito competitivo, e mesmo nas primeiras aulas, dava o meu melhor para chegar em primeiro lugar”, lembra.

[Olho texto=”“A natação passou de um hobby para uma profissão. É um sonho meu que se realiza. Não só no esporte, mas na vida como um todo, se a gente tiver um objetivo e lutar, fizer o possível para alcançá-lo, o dia vai chegar”” assinatura=”Wendell Belarmino, campeão paralímpico” esquerda_direita_centro=”direita”]

O jovem conta que foi em 2012, ao acompanhar as vitórias do também paratleta Daniel Dias, multicampeão de natação paralímpica, que nasceu a vontade de competir em alto nível.

Depois de seis anos de dedicação total, o momento mais esperado chegou. Ele viajou para Tóquio e ganhou ouro na modalidade de 50m livre, prata em revezamento e bronze nos 100m borboleta. As competições foram na classificação funcional S11, para deficiente visual total.

“A natação passou de um hobby para uma profissão. É um sonho meu que se realiza. Não só no esporte, mas na vida como um todo, se a gente tiver um objetivo e lutar, fizer o possível para alcançá-lo, o dia vai chegar. Foi isso que fiz nesses seis anos de preparação: dei o máximo que podia, às vezes, até mais do que achava que era capaz, e estou muito feliz com o resultado”, destaca o campeão.

Admiração e orgulho

Wendell foi classificado para as paralimpíadas depois do ouro conquistado no mundial de Londres, em 2019. O jovem lembra, também, das Paralimpíadas Escolares que participou em 2013, ainda quando era aluno do Centro de Ensino Médio Setor Leste; e em 2015, já com o acompanhamento do atual treinador, Marcus Lima.

O treinador conta que o orgulho e a admiração definem o sentimento depois desses anos de companheirismo: “Um tem que confiar no outro. Ele tem que confiar no meu trabalho fora da piscina e eu tenho que confiar no desempenho e perseverança dele dentro da piscina. Temos uma parceria muito importante, uma amizade”.

A família também se emociona a cada passo do jovem campeão. A mãe, Laudicéia Belarmino, conta que ver o sorriso de realização do filho é o maior presente. “É muita alegria. Ver o sonho dele realizado é muito bom. Quando ele me disse: mãe, quero nadar. Fomos juntos atrás desse sonho”, descreve Laudicéia.

Uma conquista de todos

Em parceria com a Associação de Centro de Treinamento de Educação Física (Cetefe) e do Centro de Referência Paraolímpico Brasileiro, a Secretaria de Educação trabalha para ampliar a participação dos estudantes nas Paralimpíadas Escolares.

Assim como Wendell conquistou os primeiros passos como atleta paralímpico por meio desse suporte, a Diretoria de Educação Física e Desporto Escolar (Defide) tem como propósito incentivar a prática do esporte como meio transformador para todos os estudantes.

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“O movimento paralímpico do Distrito Federal só é possível graças ao trabalho da Cetefe e é com muito orgulho que temos essa parceria. Acreditamos que a maior conquista é a autonomia que o esporte carrega. A vitória de cada estudante nosso é um orgulho, não só para nós da rede, como também para todo o Distrito Federal”, ressalta Marcelo Ottoline, diretor da Defide.

*Com informações da Secretaria de Educação