03/01/2022 às 18:55, atualizado em 03/01/2022 às 21:53

Hran busca maior agilidade para transplante de pele

Após 15 cirurgias bem-sucedidas, unidade vai ganhar credenciamento do Ministério da Saúde

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) será o primeiro centro hospitalar do DF a solicitar material dos bancos de pele para cirurgias. A unidade de saúde se prepara para ser credenciada pelo Ministério da Saúde como apta a realizar cirurgias de transplante de pele.

“O processo se tornará mais rápido, porque hoje precisamos fazer tudo intermediado pelo Ministério da Saúde”, informa o médico Ricardo de Lauro, chefe da unidade de queimados do Hran. O hospital já conta com equipe qualificada para os procedimentos necessários. Nos últimos três anos, foram 15 cirurgias desse tipo, incluindo o caso de uma criança de três anos que teve 40% do corpo queimado em um acidente doméstico com álcool.

“O processo se tornará mais rápido, porque hoje precisamos fazer tudo intermediado pelo Ministério da Saúde”, informa Ricardo de Lauro, chefe da unidade de queimados do Hran, que já conta com equipe qualificada para os procedimentos necessários | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

“Um dos grandes desafios de uma unidade de queimados é diminuir a morbidade e a mortalidade dos pacientes com mais de 30% da superfície corporal atingida por queimaduras graves, situação em que há escassez de pele do próprio indivíduo”, explica o cirurgião plástico Fernando Pontes Andrade, responsável técnico da equipe de transplante. O procedimento é indicado para casos de traumatismos.

Utilizar a pele humana, obtida de um doador falecido, na mesma ocasião da retirada de órgãos e de outros tecidos, como córnea, fígado, coração, pulmão e rins, é uma técnica que apresenta resultados melhores que outras opções, como o uso de tecidos de animais ou curativos tecnológicos.

“A pele é um dos maiores sistemas do nosso corpo e cumpre funções essenciais para nosso organismo, protegendo-nos contra todo tipo de infecção, perdas de água e sais, e participa da regulação da nossa temperatura, permitindo a homeostase, que é a capacidade de manter o organismo em estabilidade, além de ser por meio dela que percebemos o mundo através do tato”, completa Ricardo de Lauro.

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O Hran não será ainda uma unidade credenciada para fazer a retirada do tecido de doadores, nem terá um banco de pele. Em caso de necessidade, a equipe do DF deve especificar a quantidade de pele que necessita e o tecido será transportado por via aérea, em aeronaves comerciais ou da Força Aérea Brasileira. No caso da criança de três anos operada em 2021, foi preciso 1,7 mil cm² de pele para o transplante.

O superintendente da Região Central de Saúde, Pedro Zancarano, informou que foram realizadas adequações físicas na unidade de queimados do Hran e treinamentos para os servidores. Agora, a equipe é instruída sobre os procedimentos adequados para solicitações aos quatro bancos de pele no Brasil, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. “O Hran é referência na região Centro-Oeste. Com a otimização do tratamento de queimados, haverá um maior giro de leitos”, afirma.

*Com informações da Secretaria de Saúde