26/03/2022 às 13:57, atualizado em 26/03/2022 às 17:40

Epilepsia, uma doença que atinge 3 milhões de pessoas no Brasil

Conheça, no Dia Mundial de Conscientização, o fluxo de atendimento e a rede de assistência no DF para a enfermidade que provoca alterações transitórias no cérebro

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

A data 26 de março foi instituída em 2008, no calendário da saúde, como o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, uma doença que provoca alterações transitórias no funcionamento do cérebro. A enfermidade manifesta-se por meio de crises epilépticas recorrentes, caracterizadas por alterações motoras, sensitivas e de consciência.

O Hospital de Base, o maior conjunto hospitalar do Centro-Oeste do Brasil, realiza a maioria dos atendimentos da enfermidade que, só em janeiro, registrou 5.113 casos na assistência pública secundária do DF | Foto: Davidyson Damasceno / Iges-DF

A epilepsia acomete todas as idades mas, principalmente, crianças e idosos. Apenas no Brasil, estima-se que 3 milhões de pacientes sofrem com os sintomas. “Em boa parte das vezes a causa pode ser lesão estrutural, genética ou malformação. Entretanto, cerca de 30% seguem como causa desconhecida”, esclarece a neurologista e referência técnica distrital de Neurologia da Secretaria de Saúde, Adriana Barros.

[Olho texto=”Dados do InfoSaúde informam que, em 2021, a rede pública realizou, no nível secundário, 4.987 eletroencefalogramas. Em relação às ressonâncias cerebrais, o número foi de 4.831 exames no nível de alta complexidade, o maior índice dos últimos cinco anos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

A neurologista explica que a recorrência das crises epilépticas pode levar à morte de neurônios e consequente comprometimento da parte cognitiva. “Além dos riscos inerentes da crise generalizada, que é a convulsão, há riscos de traumas e infecções ”, complementa.

Rede de Assistência

Na maioria das vezes, as crises epiléticas são passageiras e terminam espontaneamente com duração menor que dois minutos. “Caso persistam por mais de cinco minutos, é necessário chamar uma ambulância e levar a pessoa a um hospital”, orienta a médica.

Se o usuário sofrer mais de duas crises epilépticas de curta duração, e sem causa definida, deve procurar a sua Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência para avaliação pelo Médico de Família e Comunidade. O profissional solicitará exames iniciais, como laboratoriais, eletroencefalograma e ressonância de crânio. Os exames são disponibilizados no DF mediante sistema de regulação de consultas e exames.

Dados do InfoSaúde informam que, em 2021, a rede pública realizou, no nível secundário, 4.987 eletroencefalogramas. Em relação às ressonâncias cerebrais, o número foi de 4.831 exames no nível de alta complexidade, o maior índice dos últimos cinco anos.

[Olho texto=”Inicialmente são usados medicamentos e, em casos específicos, pode haver outras recomendações terapêuticas. No começo são utilizadas as drogas de primeira linha, que são as de primeira geração e que proporcionam controle efetivo em até 60% dos casos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

A servidora explica que, após atendimento na UBS, o paciente será encaminhado para um especialista em neurologia, pela Central de Regulação, no âmbito da Atenção Secundária, “O profissional fará o encaminhamento para um neurologista fechar o diagnóstico”, esclarece a médica.

O DF conta com 55 neurologistas nas regiões de saúde Norte, Sul, Leste, Oeste, Central e Sudoeste. Apenas em janeiro deste ano, foram realizados 5.113 atendimentos dessa especialidade na assistência pública secundária, a maioria no Hospital de Base do DF (HBDF). O hospital, bem como a Policlínica de Sobradinho, também atende, em seu Ambulatório de Neurologia, os casos de epilepsia de difícil controle.

Tratamento

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Inicialmente são usados medicamentos e, em casos específicos, pode haver outras recomendações terapêuticas. No começo são utilizadas as drogas de primeira linha, que são as de primeira geração e que proporcionam controle efetivo em até 60% dos casos.

Nos 40% restantes, são usadas as de segunda e terceira linha. “Os fármacos de primeira geração estão disponíveis nas UBSs, enquanto os outros são encontrados nos componentes especializados de assistência farmacêutica”, finaliza a médica Adriana.


*Com informações da Secretaria de Saúde do DF