29/03/2022 às 17:30

Goiaba é a fruta mais cultivada em toda a região do DF

Com mais de 9 mil toneladas produzidas em 2021, Brazlândia concentra 98,69% das plantações

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Com cultivo iniciado entre as décadas de 1960 e 1970, hoje o valor bruto de produção da goiaba é de cerca de R$ 35 milhões| Fotos: Divulgação / Emater-DF

Fruta mais produzida no Distrito Federal, a goiaba, atualmente, é cultivada por 123 produtores rurais atendidos pela Emater-DF na capital. Em 2021 foram produzidas 9.188 toneladas em 313,6 hectares (ha) de área rural. De acordo com dados do Relatório de Informações Agropecuárias (RIA), produzido pela empresa, a cidade de Brazlândia, incluindo o Núcleo Rural Alexandre Gusmão, é responsável por 98,69% de toda a produção, o que significa 9.188 toneladas só na região. Esses dados representam um valor bruto de produção de cerca de R$ 35 milhões.

O plantio de goiaba em Brazlândia começou entre 1960 e 1970 pela colônia japonesa vinda de Atibaia (SP). Como se trata de uma fruta de clima tropical, os pomares se desenvolveram bem em função das condições climáticas, principalmente pela altitude.

[Olho texto=”“O impacto econômico (do comércio da goiaba) se traduz em geração de renda para os produtores e emprego para os trabalhadores. Cada hectare de cultivo gera em torno de dois empregos. Assim, a goiaba gera renda para mais de 600 pessoas no DF” – Denise Fonseca, presidente da Emater-DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Para a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, fortalecer a produção de goiaba no DF garante emprego e renda nas unidades produtivas da fruta. “Incentivar, fortalecer o setor, criar meios de comercialização e trabalhar para aumentar o consumo são questões que fazem parte do nosso atendimento. O impacto econômico se traduz em geração de renda para os produtores e emprego para os trabalhadores. Cada hectare de cultivo gera em torno de dois empregos. Assim, a goiaba gera renda para mais de 600 pessoas no DF”, avalia a dirigente.

O gerente da Emater-DF em Brazlândia, Hélio Lopes, informou que a produção de goiaba na capital sempre foi rentável, mesmo com a diminuição do lucro ao longo dos últimos anos em função da crise hídrica e agora, com a dos fertilizantes. “O cultivo de goiaba é bem atrativo para a região. Com um ano de plantado, um pé já começa com uma pequena produção. A estabilidade da produção comercial acontece a partir do quarto ano, podendo produzir por até 20 anos”, disse.

O produtor José Luiz Yamagata, 60 anos, mora em Brazlândia desde 1972, quando os pais vieram de São Paulo iniciar a produção agrícola na região. Yamagata iniciou o plantio de goiaba há 10 anos. Atualmente, é presidente da Associação Rural Cultural Alexandre Gusmão (Arcag), entidade organizadora da Feira da Goiaba, que começa nesta sexta-feira (1º de abril) e está na sétima edição. O objetivo da Feira da Goiaba é divulgar a produção da região, ser mais um meio de comercialização em período de safra e incentivar o consumo.

Cada hectare cultivado com a goiaba gera em média dois empregos e a produção pode ocorrer durante todo o ano, dependendo da poda das árvores

Assistência técnica

Os produtores rurais da Região Administrativa de Brazlândia são atendidos por dois escritórios da Emater-DF, o de Brazlândia e o de Alexandre Gusmão. Yamagata afirma que a assistência técnica prestada pela empresa tem sido fundamental para o aumento de produção, principalmente pelas orientações relacionadas aos defensivos agrícolas.

“Hoje, são poucos os defensivos registrados autorizados para uso na plantação de goiaba. Por orientação da Emater-DF, temos usado muitos defensivos orgânicos, como a calda sulfocálcica para controlar as pragas. Além disso, a Emater-DF já me ajudou a conseguir crédito rural para a compra de máquinas”, explicou José Luiz.

Fábio Harada é a terceira geração de produtores rurais e vive em Brazlândia desde 1977. Na propriedade, a família cultiva goiaba, maracujá e cajá. Ele é atendido pela Emater-DF desde a década de 80.

[Olho texto=”“Atualmente, a participação da Emater transcende o trabalho técnico. É uma parceira desde o início na construção das feiras da goiaba e do morango. A interação entre extensão rural e o produtor é muito importante para a gente” – Fábio Harada, produtor rural” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“No começo, a gente era atendido pelo Nakamura, do escritório de Brazlândia. A Emater sempre esteve presente com a gente. No fusquinha deles daquela época, atolando o carro na roça, mas sempre nos visitando e orientando. Os tempos mudaram, mas a Emater continua sendo a ponte para o conhecimento e novas tecnologias. Atualmente, a participação da Emater transcende o trabalho técnico. É uma parceira desde o início na construção das feiras da goiaba e do morango. A interação entre extensão rural e o produtor é muito importante para a gente”, conclui Harada.

Cultivares

Segundo o gerente da Emater-DF Hélio Lopes, as cultivares de goiaba mais conhecidas pela população do DF são a Paluma, a Tailandesa, a Cortibel e a Pedro Sato, que é a mais produzida na região. Aos poucos, estão sendo substituídas pela Tailandesa e pela Cortibel. Todas elas são indicadas para consumo in natura, sendo que a Paluma é a mais propícia para doces e geleias.

De acordo com ele, a safra da goiaba pode ser durante o ano todo, a depender da poda. Após o processo de poda, a árvore leva seis meses, no período quente, e sete no frio para produzir. “É o regime de poda que vai determinar a época de colheita. Porém, há uma concentração do fruto para colheita no mês de fevereiro e março, cuja poda foi feita no mês de agosto ou setembro, mesmo que tenha sido corte por talhões”, explica.

7ª Feira da Goiaba

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A 7ª edição da Feira da Goiaba começa nesta sexta-feira (1º de abril), a partir das 18h, na Associação Rural e Cultural de Alexandre de Gusmão (Arcag), em Brazlândia. O evento celebra a época de colheita da fruta mais abundante do Distrito Federal e será realizado nos dias 1º, 2 e 3; e nos dias 7, 8, 9 e 10 de abril. Aos sábados e domingos há programações na feira entre os horários de 10h e 22h. A praça de alimentação funcionará até meia-noite.

*Com informações da Emater-DF