07/05/2022 às 09:26, atualizado em 07/05/2022 às 14:10

União de fundações de pesquisa ajuda DF a superar pandemia

Convênio entre FAP e Finatec gerou, nos últimos anos, 175 projetos voltados às áreas de saúde, tecnologia, ciências e biotecnologia. Estudos vão de máscara capaz de matar vírus a respiradores mais baratos

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

Em sete anos de vigência, a parceria entre a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), foram apresentados 175 projetos voltados para as áreas de saúde, tecnologia, ciências exatas, biotecnologia. De lá para cá, o cenário mudou. Vieram novos desafios, incluindo a pior pandemia já enfrentada pelo mundo neste século.

Foi preciso unir esforços que ajudaram a mitigar os danos que a covid-19 causou, principalmente, a perda de vidas. E, mais uma vez, a parceria entre FAP-DF e Finatec foi testada e aprovada quando acabou aceitando a convocação para essa luta contra um inimigo invisível, colocando em prática diversas ações voltadas para o combate à pandemia do novo coronavírus.

[Numeralha titulo_grande=”19 ” texto=”Número de projetos financiados com recursos da FAP-DF e apoiados pela Finatec” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Por intermédio do Convênio nº 03/2020, firmado entre a FAP-DF e a Finatec, foram apoiados vários projetos que ajudariam não só na contenção da disseminação do coronavírus como nos efeitos provocados na população brasiliense. As pesquisas foram voltadas para os mais diversificados campos: da saúde ao econômico.

Os projetos consistiram na concepção de máscara capaz de matar o vetor da covid-19, de respiradoras a baixo custo para a rede pública e com capacidade de compartilhamento, na aferição da confiabilidade dos testes rápidos e na criação de startups financeiras.

Ao todo, foram 19 projetos financiados com recursos da FAP-DF e apoiados pela Finatec, que emprestou sua expertise para serviços de suporte às pesquisas, como a compra de materiais, insumos e busca de menores valores e prestação de contas. Oito foram finalizados e 11 estão vigentes.

[Numeralha titulo_grande=”R$ 11 milhões ” texto=”Valor investido nos projetos executados até o momento” esquerda_direita_centro=”direita”]

Os projetos e pesquisas foram agrupados em três eixos. O primeiro trata de apoio a projetos selecionados pela Universidade de Brasília (UnB). Ao todo, são 17 ações de pesquisas, inovação e extensão para o combate à covid. No Eixo 2, foram contemplados projetos voltados para a solução de demandas da Secretaria de Saúde. No Eixo 3, contemplou-se o fomento ao setor produtivo: ações e projetos de inovações tecnológicas no combate à covid.

Dos R$ 30 milhões, foram investidos R$ 11 milhões nos projetos executados até o momento. Esse recurso foi aplicado à compra de insumos, equipamentos, pagamento de pessoal e alunos bolsistas. Além de 150 bolsas concedidas a universitários e 800 pagamentos a bolsistas. O recurso também serviu para contratar 41 estagiários.

Foi utilizado R$ 1,5 milhão em bens adquiridos nesses 19 projetos, na compra de materiais permanentes, bens duráveis, que irão servir para subsidiar outras pesquisas. Aproximadamente R$ 8 milhões foram investidos em itens de custeio: pagamento de pessoal, contratação de serviços.

Máscara desenvolvida pela UnB em parceria com a FAP-DF e a Finatec é capaz de matar o novo coronavírus: equipamento já está liberado para venda em farmácias e uso em hospitais | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Esses dados estão todos disponíveis no Portal da Transparência da FAP-DF, que é um dos pilares do plano de trabalho. Mensalmente, são atualizadas as informações financeiras e técnicas dos projetos. Cumprindo os pré-requisitos do convênio, foi elaborada uma revista que traz em sua edição todos esses dados e a finalidade de cada projeto. A revista Projetar está em sua terceira edição. O exemplar é dedicado a apresentar o Convênio Covid, seus projetos e resultados.

Na publicação, estão contemplados os projetos destinados às ações voltadas à covid-19. E não é somente no campo da saúde. O Lift Learning: Programa Distrital de Fomento a Startups Financeiras (Fintechs) no contexto da luta contra o Sars-Cov-2, coordenado pelo professor Ricardo Paixa?o (UnB), viu crescer uma tendência, ainda no início da pandemia, de prestação de serviços online e resolveu desenvolver um projeto voltado a fomentar a cultura de startups financeiras especializados em serviços PIX e open banking. O investimento de R$ 563 mil foi pago pela FAP e operacionalizado pela Finatec, que fez toda a gestão financeira.

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Mas a grande maioria das pesquisas foi direcionada para a saúde. A professora Cristina Brandão, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, utilizou um método peculiar para detectar a presença do Sars-CoV-2 numa determinada comunidade: pela ana?lise do esgoto.

Foi isso o que se propôs a fazer o projeto Monitoramento, mapeamento e elaborac?a?o de sistemas de alerta ra?pido para covid-19 no DF via ana?lise do Sars-CoV-2 em esgotos urbanos. “As estac?o?es coletam o esgoto de cerca de 80% da populac?a?o do DF, temos uma amostra bem abrangente das regio?es administrativas. Podemos gerar relato?rios sobre o crescimento da carga viral nos esgotos e associar os nu?meros aos casos cli?nicos”, explica a professora. O recurso usado foi de somente R$ 98.800.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou uma máscara desenvolvida pela UnB, em parceria com a FAP-DF e a Finatec, capaz de matar o novo coronavírus. Denominada de Vesta, o dispositivo possui cinco camadas compostas por tramas de TNT e tecido com nanopartículas que atraem e inativam o vírus.

A máscara já está liberada para comercialização em farmácias e utilização em hospitais. Para a professora Sue?lia Fleury Rosa, coordenadora da pesquisa, um projeto como esse pode mudar completamente a situac?a?o sanita?ria e ate? mesmo econo?mica no pai?s. “Imagina todo mundo usando uma ma?scara dessa, distribui?da como poli?tica pu?blica, como e? o caso da camisinha? Nesse momento, seria ana?logo a um lockdown, mas com varia?veis positivas porque a economia poderia voltar a abrir”, argumenta.

*Com informações da FAP-DF