12/05/2022 às 20:08

Horto medicinal do Lago Norte ganha sistema de irrigação

Implantado por voluntários, equipamento assegura perenidade das plantas medicinais

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

Nesta quinta-feira (12), moradores do Lago Norte e região estiveram no Horto Agroflorestal Medicinal Biodinâmico, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte, para implantar sistema de irrigação. Durante a tarde de trabalho, os participantes plantaram novas mudas e colheram algumas espécies.

[Olho texto=”“É muito importante estar aqui hoje, unir forças nos projetos dos hortos agroflorestais. Ao apoiar o cultivo de plantas medicinais, acabamos auxiliando no tratamento de várias pessoas”” assinatura=”Eva Fontes, farmacêutica” esquerda_direita_centro=”direita”]

Mais do que assegurar água para as plantas no período da seca, a ação promove a saúde por meio da articulação comunitária, além do fortalecimento de vínculos saudáveis entre a comunidade, defende o médico da família e Referência Técnica Distrital (RTD) de Fitoterapia, Marcos Trajano.

“É uma forma de integração, de cuidado. Além da oferta de plantas medicinais, o cultivo se transformou em uma prática de saúde, em que as pessoas se encontram, saem de suas casas para vir até aqui, criam vínculo e identidade com a unidade básica de saúde”, defende o médico.

O médico Marcos Trajano defende o cultivo das plantas medicinais como uma prática de saúde, em que “as pessoas se encontram, saem de suas casas para vir até aqui, criam vínculo e identidade com a unidade básica de saúde” | Sandro Araújo/Agência Saúde

No horto, são cultivadas plantas alimentícias não convencionais, plantas medicinais e plantas tóxicas, pois todas elas são necessárias, tanto na produção de fitoterápicos quanto na educação em saúde. “A comunidade precisa conhecer as plantas e saber quais são as corretas para o tratamento de saúde, bem como as que não devem ser utilizadas”, destaca Trajano.

As plantas medicinais cultivadas ali são entregues para a própria comunidade. Recentemente, começaram a também ser enviadas para o Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde de Planaltina (Cerpis), onde são manipuladas para retirada do extrato. Essa matéria-prima é enviada ao Laboratório de Farmacotécnica de Taguatinga, onde são produzidos medicamentos fitoterápicos para utilização de pacientes oncológicos internados.

Os hortos medicinais reabriram suas atividades públicas em março: na unidade do Lago Norte, os encontros ocorrem às quintas-feiras a partir das 14h

A farmacêutica Eva Fontes atua no Laboratório de Farmacotécnica de Taguatinga e conta que estão produzindo, entre outras formulações, o gel da camomila, que serve para auxiliar no tratamento de aftas que aparecem em pacientes oncológicos devido ao uso de fortes medicações.

“É muito importante estar aqui hoje, unir forças nos projetos dos hortos agroflorestais. Ao apoiar o cultivo de plantas medicinais, acabamos auxiliando no tratamento de várias pessoas”, diz a farmacêutica.

Atividades presenciais

Desde março deste ano, os hortos agroflorestais medicinais biodinâmicos reabriram suas atividades públicas. No Horto do Lago Norte, os encontros ocorrem às quintas-feiras a partir das 14h, sob a supervisão do médico Marcos Trajano.

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Juarez Martins é voluntário do horto há três anos e conta que se interessou pela atividade depois de investigar como era produzida a tintura de guaco, que ele utiliza para enfrentar crises de asma. Mesmo morando em Sobradinho, não deixa de ir nas atividades de cultivo. “Eu gosto muito de mexer com plantas e me sinto útil em ajudar. Sei da importância do cultivo dessas plantas para o preparo de medicamentos distribuídos para os pacientes, então estou prestando um serviço importante”, relata.

Já Mário Machado é morador do Lago Norte e voluntário desde a criação do espaço, em 2018. Ele resolveu colaborar após a esposa receber atendimento na unidade de saúde que fica ali mesmo. “Decidi dedicar um pouco do meu tempo para esse serviço, que é destinado à comunidade. Reunimos diversas pessoas nessa atividade, é uma maneira de pensar na coletividade”, assegura.

*Com informações da Secretaria de Saúde