04/10/2022 às 17:33, atualizado em 10/10/2022 às 14:48

DF elabora plano para reduzir gases estufa na agropecuária

Secretarias de Agricultura e do Meio Ambiente trabalham juntas para cumprir novo Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+) para o decênio 2020-2030

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Rosualdo Rodrigues

Brasília, 22 de setembro de 2022 – As secretarias de Agricultura (Seagri) e do Meio Ambiente (Sema) firmaram parceria para elaboração e cumprimento do novo Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+), para o período 2021-2030, por meio da Portaria Conjunta nº 06, de 13 de setembro de 2022.

As equipes vão desenvolver medidas que se adaptem à realidade local e revisar o planejamento do decênio anterior, 2010-2020. Nesta quinta-feira (22), a parceria foi celebrada em solenidade com os órgãos participantes, na Casa do Cerrado, Asa Norte.

A parceria entre a Seagri e a Sema foi celebrada em solenidade na Casa do Cerrado, Asa Norte, nesta quinta-feira (22) | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Plano ABC+ tem o lema de “produzir e conservar o meio ambiente” com metas nacionais de mitigação dos gases estufa e de adaptação à mudança do clima. Cada unidade federativa deve se espelhar nas metas e aplicá-las na produção regional, com acompanhamento de uma coordenação do próprio ministério.

De acordo com a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Mapa, Fabiana Villa Alves, o Plano ABC+ deve viabilizar melhorias no setor produtivo, com a adoção de práticas e sistemas de produção sustentáveis e eficientes.

[Olho texto=”“O mundo exige que todos trabalhem nesse sentido, para que tenhamos um meio ambiente compatível com a necessidade da população”,” assinatura=”Ilton Mendes, superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Buscamos que 72 milhões de hectares do Brasil tenham uma ou mais das tecnologias, o que trará redução de efeito estufa superior a 1 bilhão de toneladas de CO2 equivalentes. A área afetada com as tecnologias deve atingir todos os biomas e estados brasileiros”, afirma Villa Alves. “É uma política pública que atende a metas internacionais e que, na prática, traz para o setor agropecuário produtos mais resilientes, com menos riscos às mudanças climáticas”, completa Villa Alves.

Para o superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF, Ilton Mendes, o programa deve ser elencado como prioridade no setor agrícola e ambiental, mas também por toda a sociedade. “O mundo exige que todos trabalhem nesse sentido, para que tenhamos um meio ambiente compatível com a necessidade da população”, assinala ele.

“O produtor rural do DF tem uma consciência muito grande com a preservação da natureza e do meio ambiente”, diz o secretário de Agricultura, Candido Teles

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, José Sarney Filho, o estudo do cenário brasiliense proporciona melhorias, sobretudo, para o pequeno agricultor e desmistifica o imaginário de que preservação e produção rural não se misturam. “Ao contrário do que antigamente se pensava, há uma série de ações de agricultura que vão ao encontro do meio ambiente, como plantio direto, agrofloresta, e fazem com que o agricultor se adeque à nova realidade de baixo carbono”, comenta.

O secretário de Agricultura, Candido Teles, acrescenta que tanto os órgãos quanto os próprios agricultores estão mobilizados para concretizar o planejamento de longo prazo. “O produtor rural do DF tem uma consciência muito grande com a preservação da natureza e do meio ambiente. Podemos ser exemplo para o Brasil porque, como nossas propriedades são pequenas, investimos em tecnologia, criatividade e inovação para produzir em área menor, com grandes resultados. No ano passado, o que produzimos de trigo em 120 dias, o Canadá, maior produtor de trigo no mundo, produziu em 150”, diz ele.

Para o secretário de Meio Ambiente, José Sarney Filho, o estudo do cenário brasiliense proporciona melhorias, sobretudo, para o pequeno agricultor

Mais técnica, mais preservação

Com a elaboração das metas específicas para o Distrito Federal, os agricultores terão ainda mais acesso ao conhecimento científico aplicado, segundo a presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Denise Fonseca. “Nossos extensionistas atuam intensamente na recuperação de pastagens degradadas, reflorestamento, tratamento e destinação correta de dejetos animais, adoção e manutenção do sistema de produção conservacionista de solo e água, recuperação de nascente, entre outros pontos”, exemplifica a gestora.

O presidente da Federação de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal (Fape-DF), Fernando Ribeiro, salienta que as ações conjuntas podem preservar não só o meio ambiente, mas a atividade rural como um todo. “Temos que conciliar os interesses do produtor e da população para que não seja feita uma redução da atividade rural. O produtor rural é um herói e precisamos criar mecanismos para que não seja prejudicado”, alega.

A proposta do novo Plano ABC+ do Distrito Federal será disponibilizada em breve para consulta pública, para possibilitar contribuições do setor produtivo e da população em geral. O planejamento nacional pode ser acessado aqui.

DF elabora plano para reduzir gases estufa na agropecuária