04/10/2022 às 17:32, atualizado em 10/10/2022 às 14:32

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Rede pública do DF oferece 17 atividades alternativas para a prevenção e tratamento de doenças causadas pelo esgotamento e exaustão

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

A rede pública de saúde do DF oferece 17 práticas integrativas como tratamento alternativo ou prevenção a doenças causadas pelo esgotamento e exaustão | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

Brasília, 22 de setembro de 2022 – A aposentada Helena Alves dos Santos, 53 anos, enfrentou uma depressão profunda e virou dependente química de remédios. Tomava sete controlados por dia e ainda sofreu com a insônia por mais de uma década. A falta de sono era um agravante para o seu quadro até que, em junho de 2022, ela descobriu a Técnica de Redução de Estresse (TRE), uma das 17 práticas integrativas em saúde que o Governo do Distrito Federal (GDF) oferece como tratamento alternativo ou prevenção a doenças causadas pelo esgotamento e exaustão.

Helena dos Santos, que tomava sete remédios controlados e há uma década sofria com a insônia, diz que “agora durmo tanto que até perco a hora”

Em três meses de duas sessões semanais na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Planalto, Helena já toma cinco medicamentos e as noites bem dormidas voltaram a ser rotina. “Estou controlada, dormindo bem e, com isso, a medicação está fazendo efeito. Eu agora durmo tanto que até perco a hora”, brinca ela ao compartilhar com os colegas as emoções e avanços do tratamento, oferecido gratuitamente pela rede pública de saúde.

[Olho texto=”“O estresse traz transtornos de sono, irritabilidade, dificuldade de concentração e transtornos psicossomáticos como gastrite nervosa e dores no corpo, além do fator de risco de levar a crises de ansiedade e depressão”” assinatura=”Marcelo Amaral, médico referência técnica distrital” esquerda_direita_centro=”direita”]

O estresse, no conceito fisiológico, não é uma doença e sim uma resposta do organismo ao lidar com os desafios e soluções de problemas – assim como a pandemia que mudou hábitos e rotinas das pessoas, assim como o luto de parentes e amigos próximos e o não saber lidar com uma doença que levava à morte.

De acordo com o médico referência técnica distrital (RTD) da Prática de Técnica de Redução de Estresse da Secretaria de Saúde, Marcelo Amaral, o natural, no entanto, é que depois de as tarefas mais complexas serem cumpridas, volta-se o estado de relaxamento. Quando isso não ocorre, surge a estafa. “O estresse traz transtornos de sono, irritabilidade, dificuldade de concentração e transtornos psicossomáticos como gastrite nervosa e dores no corpo, além do fator de risco de levar a crises de ansiedade e depressão.”

A enfermeira Raquel Barreto diz que as práticas complementam o tratamento farmacológico e são transformadoras

As dicas, ainda segundo ele, é eliminar o excesso de informações que causam angústia, como notícias de violência e até a frequente conexão com as redes sociais. Não aceitar mais demandas do que consegue realizar e pedir ajuda profissional é outro caminho importante.

Neste caso, a rede pública do Distrito Federal oferece 17 práticas exercidas por profissionais da área de saúde: acupuntura, arteterapia, auriculoterapia, automassagem, fitoterapia, yoga, homeopatia, lian gong em 18 terapias, medicina e terapias antroposóficas, meditação, musicoterapia, reiki, shantala, tai chi chuan, terapia comunitária integrativa, ayurveda, yoga (hatha e laya) e TRE.

Essas atividades, que ocorrem presencial ou virtualmente, são abertas a qualquer cidadão e administradas nas UBSs de 26 regiões administrativas. “O tratamento farmacológico é importante, mas tem efeitos colaterais. As práticas os complementam e são transformadoras”, garante a enfermeira e facilitadora da TRE da UBS da Vila Planalto, Raquel Barreto.

A aposentada Divina Laia descobriu a TRE em uma consulta de diabetes. Agora se considera “‘divinamente’ maravilhada com o tratamento”

Foi ao se aposentar, em 2018, que Divina Laia, 59 anos, entrou em depressão. Ela conta que vivia chorosa e se sentindo incapaz por não conseguir resolver todos os problemas da família. “Tudo de ruim que você possa imaginar eu estava sentindo”, diz. Até que procurou a UBS para tratar o diabetes e descobriu o TRE. Agora garante entender que só faz o que pode. “Estou me amando. Não sinto dores como antes, a minha alegria voltou e estou ‘divinamente’ maravilhada com o tratamento”, declara, fazendo graça com o próprio nome.

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