04/10/2022 às 14:27

Uso consciente da água colabora na segurança hídrica do Distrito Federal

O consumo responsável do recurso já é praticado em condomínios que buscam mais eficiência ao evitar desperdícios

Por Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Renata Lu

Brasília, 18 de agosto de 2022 – A água dos mananciais do Distrito Federal abastece casas, comércios e indústrias. Por isso, cada atitude do consumidor contribui para a manutenção do nível dos reservatórios, que são monitorados pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) e pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) para garantir a segurança hídrica.

A água que vem dos apartamentos é tratada com cloro e sulfato de alumínio no equipamento instalado em uma sala específica na garagem do prédio | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

“Se cada um de nós procurar estar um pouco mais atento às questões que envolvem o uso racional, o esforço somado trará um resultado positivo para a sociedade”, afirma o superintendente de Gestão Operacional da Caesb, Cristiano Gouveia.

[Olho texto=”“Se cada um de nós procurar estar um pouco mais atento às questões que envolvem o uso racional, o esforço somado trará um resultado positivo para sociedade”” assinatura=”Cristiano Gouveia, superintendente de Gestão Operacional da Caesb” esquerda_direita_centro=”direita”]

Substituir hábitos e trocar equipamentos e sistemas estão entre as condutas orientadas pelos órgãos para a população. “Ninguém quer restringir o cidadão à vida regular. Ele pode manter as mesmas atividades com um consumo bem menor de água. Isso é eficiência hídrica”, destaca o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Gustavo Antonio Carneiro. Tanto a Adasa, quanto a Caesb têm ações educativas para ensinar boas práticas.

Hábitos sustentáveis

Medidas simples adotadas no dia a dia evitam desperdícios. É o caso da retirada de detritos da louça antes da lavagem de pratos e talheres; do fechamento da torneira durante a escovação dos dentes e do chuveiro nos processos de se ensaboar e lavagem dos cabelos; e da adoção de banhos mais curtos.

Evitar lavar calçadas com mangueira também gera economia. Uma alternativa é usar a água utilizada na lavagem das roupas para limpar a calçada, gerando uma economia média de 120 litros de água potável.

Outra providência é fazer a rega das plantas no período de menor calor, no início da manhã, no fim da tarde ou no período noturno. Além disso, optar por espécies nativas do cerrado ajuda a diminuir a demanda de água. Quem tem piscina, deve manter coberta para reduzir a evaporação da água.

[Olho texto=”“Se o chuveiro elétrico é um vilão na parte elétrica, na parte hídrica é a descarga de válvula de parede. Muitas vezes desregulada, pode gastar de 12 a 15 litros, enquanto hoje há dispositivos com caixas acopladas que funcionam bem e gastam de 4 a 6 litros”” assinatura=”Gustavo Antônio Carneiro, superintendente de Recursos Hídricos da Adasa” esquerda_direita_centro=”direita”]

Verificar vazamentos em casa e conexões é mais uma ação importante para o uso consciente. Uma torneira pingando pode desperdiçar 46 litros de água por dia. Se o vazamento for maior, o desperdício pode chegar a 750 litros por dia.

Outra ponta é a adoção de equipamentos e sistemas mais modernos e econômicos. “Se o chuveiro elétrico é um vilão na parte elétrica, na parte hídrica é a descarga de válvula de parede. Muitas vezes desregulada, pode gastar de 12 a 15 litros, enquanto hoje há dispositivos com caixas acopladas que funcionam bem e gastam de 4 a 6 litros”, exemplifica Carneiro. Optar por torneiras com telhas, chuveiros com mais vazão e máquinas de lavar com ciclos mais econômicos reduz o consumo de água.

Novas tecnologias também auxiliam o uso consciente. “A reciclagem de água já é possível em prédios comerciais. Nos bairros novos, principalmente no caso do Noroeste, que já foi criado com regras específicas de sustentabilidade, há muitos prédios com reuso”, acrescenta o superintendente da Adasa.

O síndico Celso Sampaio explica que há cinco anos o Edifício Via Ibiza, na quadra 111 do Noroeste, adotou a reutilização da água proveniente das máquinas de lavar e dos tanques para a irrigação do jardim | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Reutilização da água

Localizado na quadra 111 do Noroeste, o Edifício Via Ibiza está entre os prédios do bairro que já adotam o reuso. Há cinco anos, a edificação adotou a reutilização da água proveniente das máquinas de lavar e dos tanques para a irrigação do jardim.

“Tivemos uma economia de água muito grande. Fazemos duas irrigações por dia completamente com a água de reuso que arrecadamos por dia”, explica o síndico Celso Sampaio.

[Olho texto=” Uma torneira pingando pode desperdiçar 46 litros de água por dia. Se o vazamento for maior, o desperdício pode chegar a 750 litros por dia” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Com 84 apartamentos, o prédio consegue água suficiente para a realização do serviço, por vezes até contando com uma sobra e evita a utilização da água de abastecimento ou ainda a necessidade do aluguel de um caminhão de água para a rega. “É uma água muito cara. Um caminhão com 10 mil litros pode custar até R$ 300 por dia”, estima o síndico.

A água que vem dos apartamentos é tratada com cloro e sulfato de alumínio no equipamento instalado em uma sala específica na garagem do prédio.

Ações do estado

Durante o período de estiagem, o Distrito Federal conta com ações de monitoramento do uso, trabalhos de educação ambiental, orientação aos setores que fazem captação da água e busca pela regularização da outorga.