25/10/2022 às 15:48

Clube de Leitura da Biblioteca Nacional homenageia Saramago

Escritor português, prêmio Nobel de literatura, completaria 100 anos este mês

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

O escritor português José Saramago (1922-2010), prêmio Nobel de literatura em 1998, autor de obras como Ensaio sobre a cegueira, adaptado para a telona em 2008, completaria 100 anos em 16 de novembro. O Clube de Leitura da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), resolveu homenageá-lo como autor do penúltimo encontro em 2022.

A newsletter eletrônica do clube deste mês publica os resumos de seis romances, das duas dezenas de autoria do escritor, poeta, cronista, tradutor, jornalista e intelectual. Os três mais votados por meio de formulário online serão apresentados aos participantes na reunião desta quarta-feira (26), para a escolha final.

Capas de livros do escritor português José Saramago, homenageado pelo Clube de Leitura da Biblioteca Nacional de Brasília | Foto: Divulgação/Secec

Ensaio sobre a cegueira, As intermitências da morte, O homem duplicado, A caverna, A viagem do elefante e Caim disputam a preferência dos participantes. A BNB decidiu manter o modo online dos encontros, mesmo depois do controle da pandemia, em virtude das pessoas que passaram a frequentar o Clube de Leitura no meio do caminho, incluindo algumas de fora de Brasília. A votação eletrônica começou na semana passada e vai até o dia da reunião.

[Olho texto=”“Na época de pandemia, veio a vontade de trocar percepções sobre livros. Até então, minhas leituras ficavam apenas comigo mesma. O isolamento me levou a querer participar do clube, que achei na internet”” assinatura=”Luciane Crepaldi, professora e moradora de São Paulo” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Recomendo vivamente a experiência. Destaco também a curadoria, que é muito boa. Gosto da ideia da votação dentro do Clube de Leitura. Alguns livros me marcaram profundamente”, informa Marco Rodrigo Carvalho Silva, 44, de Taguatinga. Bacharel e mestre pela Universidade de Brasília (UnB) em Ciência Política e Relações Internacionais, especialista em Big Data pela PUC-MG, o servidor do Ministério da Cidadania venera livros.

“O que me levou ao Clube de Leitura da BNB foi o desejo de encontrar outros leitores e poder conversar sobre os livros escolhidos. A experiência para mim tem sido muito valiosa por causa da diversidade de pontos de vista, de faixa etária, gênero e das trocas com outras perspectivas. Participo desde 2019”, explica. Foi em junho daquele ano que a iniciativa dos servidores da BNB decolou. Hoje, seis técnicos e analistas de Assuntos Culturais, funções de carreira da Secec, se revezam, encabeçando a curadoria e mediando os encontros.

Biblioteca Nacional de Brasília | Foto: Téo Pini/Secec

Vandliny Paiva é uma das servidoras. Graduada em Ciências Contábeis, a cearense radicada em Brasília diz que sempre gostou de ler e não vê qualquer contradição entre sua graduação e seu amor pelas palavras. “Eu gosto da minha formação porque me ajuda em outras partes da vida. Por outro lado, é uma alegria poder trabalhar com colegas tão dedicados a levar o hábito da leitura para mais pessoas”, diz ela. Sua estreia como mediadora foi com Alice no país das maravilhas.

Trinta e seis obras compõem a estante acumulada na empreitada. Diversidade de assuntos e miradas fazem parte da proposta curatorial. Thomas Mann ao lado de Jorge Amado. Agatha Christie e Shakespeare. Graciliano Ramos e Dostoiévski. “Pra mim, o clube é uma oportunidade de trazer novos públicos para a biblioteca e aproximar pessoas da comunidade de Brasília. Nas curadorias, priorizamos a diversidade de livros, autores e temas. Homenageamos algum autor ou autora e sempre equilibramos a quantidade de escritores e escritoras”, explica Rodrigo Mendes, bibliotecário na BNB.

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Luciane Crepaldi mora na zona norte de São Paulo. A professora do ensino fundamental e médio, pedagoga, mestre em Ensino de Geografia pela PUC-SP, de 55 anos, se conecta mensalmente com a rede da BNB, faça chuva ou faça sol. “Na época de pandemia, veio a vontade de trocar percepções sobre livros. Até então, minhas leituras ficavam apenas comigo mesma. O isolamento me levou a querer participar do clube, que achei na internet”, conta.

O sucesso do Clube de Leitura também se dá pelo fato de as escolhas acabarem se tornando uma motivação para abrir horizontes. Além, é claro, de encontrar pessoas. “A curadoria da BNB organiza os encontros com todo cuidado e carinho, é perceptível isso, o que faz das reuniões um ambiente delicioso de amizade, onde os participantes novos e mais antigos, com hábitos ou não de leitura, são todos muito bem recebidos”, descreve Luciane. “Além do prazer de conhecer pessoas e de trocar ideias, o Clube de Leitura também tem me proporcionado o desafio de conhecer temas e autores que sozinha jamais teria lido”, confessa.

O Clube de Leitura é aberto e basta preencher o formulário de acesso para participar. Os encontros são na última quarta-feira de cada mês, o que pode ser alterado em virtude de feriados.

*Com informações da Secec-DF