01/09/2012 às 23:26

Brasília ganhará Centro de Excelência do Cerrado

Espaço será construído no Jardim Botânico de Brasília para a realização de estudos acadêmicos e experiências sustentáveis. O objetivo do GDF é preservar o bioma e desenvolver seu o potencial econômico

Por Cinara Lima, da Agência Brasília


. Foto: Roberto Barroso

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, participou, na tarde deste sábado (01), da abertura oficial do Mês do Cerrado. Na ocasião, foi assinado protocolo de intenções para a construção do Centro de Excelência do Cerrado, que terá como objetivo apoiar projetos dedicados ao fomento de novas alternativas para o desenvolvimento sustentável no DF.

“Com essa iniciativa, vamos conseguir sistematizar as experiências e dar um destino produtivo a elas, inclusive do ponto de vista do desenvolvimento econômico”, explicou o governador. “Para nós, é estratégico tanto para o desenvolvimento sustentável quanto para o Distrito Federal, para nossa região e para o país, já que é um bioma de grande diversidade de flora e fauna”, concluiu Agnelo Queiroz.

Com um investimento de R$ 8 milhões, o projeto contará com recursos da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste, instituição vinculada ao Ministério da Integração Nacional, além de verbas do GDF e de emendas parlamentares.

Segundo o governador, após a conclusão da obra, prevista para 2014, será constituído um conselho que terá funções de gerir o espaço, examinar as experiências, assim como arquivar e organizar os estudos. “Esse material será importante para a defesa do cerrado. Tenho certeza de que esse espaço será uma referência para o nosso país”, afirmou Agnelo Queiroz.

O projeto foi idealizado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF (Semarh) a fim de proporcionar a troca de conhecimentos entre pesquisadores e gestores das políticas públicas. O Jardim Botânico foi o local escolhido para receber o Centro de Excelência do Cerrado em função da rica diversidade biológica e dos ambientes naturais em excelente estado de conservação, o que possibilita a realização de pesquisas, levantamentos, análises e demais atividades que serão desempenhadas no centro.

“O local fará uma junção de ideias sobre toda a potencialidade, inclusive econômica, do cerrado, além de criar uma barreira contra a grande monocultura que está acabando com o bioma”, avaliou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Eduardo Brandão.

Exposição Fotográfica – Durante a solenidade, foi aberta a exposição dos fotógrafos Paulo de Araújo e Martim Garcia com registros da flora e fauna do bioma. A mostra poderá ser visitada até 30 de setembro. O Dia do Cerrado é celebrado em 11 de setembro.

O grupo de ciclismo DV na Trilha, composto por 50 integrantes (entre pessoas com deficiência visual e voluntários), visitou a mostra. A sala de exposição tem folhas secas espalhadas pelo chão e sistema de som que reproduz o canto de pássaros da região para dar aos visitantes a sensação de estarem no meio do cerrado. Os ciclistas apreciaram os sentidos explorados durante a visita.

Quinzenalmente, o DV na Trilha realiza um passeio ciclístico pelas trilhas do Jardim Botânico. Com bicicletas adaptadas para dois condutores pedalarem ao mesmo tempo, eles passam a manhã (das 9h às 12h) admirando o bioma.

Para a integrante Lidiana Farias, 27 anos, a sensação de contato com a natureza é indescritível. “É maravilhoso sentir o vento batendo no rosto, é um sentimento de liberdade muito grande. Desde que comecei a pedalar, há um ano, minha vida mudou”, contou a ciclista.

Cerrado – O bioma, também conhecido como a savana brasileira, é a segunda maior formação vegetal do país e ocupa aproximadamente 23% de todo o território nacional. Rico em biodiversidade, devido à presença de três das mais importantes bacias hidrográficas da América Latina, estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam no cerrado.

Também participaram da solenidade o ministro da Defesa, Celso Amorim; o senador Rodrigo Rollemberg; o presidente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram), Newton Reis; o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Lúcio Taveira; e administradores regionais, entre outras autoridades.