Sistema de ciclos traz resultados acima da média nacional na alfabetização

BRASÍLIA (12/3/14) – O sistema de organização escolar em ciclos no ensino fundamental, implementado desde 2005 na rede pública do Distrito Federal, tem apresentado resultados significativos, segundo dados da Secretaria da Educação. Na 1ª Etapa da Provinha Brasil de 2013, 96% dos estudantes atingiram o nível 3, acima da média nacional, na avaliação do Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), que engloba crianças de 6 a 8 anos de idade.

A Provinha, um indicador de qualidade de ensino, é realizada em duas fases (a primeira, em março ou abril, e a segunda, em agosto ou setembro) para medir a proficiência em leitura dos estudantes do 2º ano. Os resultados obtidos na capital do país foram bastante positivos porque o nível 3 costuma ser atingido apenas na segunda etapa de avaliação, mais perto do fim do ano letivo.

“A proposta de organização pedagógica que se faz no sistema de ciclos engloba não só a prova, mas todo o desenvolvimento do estudante, que é avaliado por meio de projetos interventivos, trabalhados diariamente, e não apenas ao final do bimestre”, destacou a subsecretária de Educação Básica, Edileuza Fernandes da Silva, à Agência Brasília.

Segundo a professora, os resultados preliminares sinalizam que aquelas escolas que têm a organização em semestres e reorganizaram seu trabalho pedagógico, otimizando espaços que a escola dispõe (laboratórios, salas de leitura), foram bem-sucedidas.

A subsecretária também destacou os investimentos feitos pelo GDF na formação de professores (Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação), além do novo currículo, dos projetos e diretrizes que permitem às escolas reorganizarem seu trabalho pedagógico com segurança a partir das orientações da Secretaria de Educação, mas respeitando suas especificidades.

Hoje, 227 escolas de ensino fundamental aderiram ao sistema de ciclos. Os alunos do BIA ao 5º ano não são avaliados com nota ou menção (MI, MM, MS…), mas por um relatório descritivo do desempenho do estudante e da turma, que pode incluir os resultados de provas, pesquisas, trabalhos em salas de aula, entre outros.

SEMESTRALIDADE – Pelo sistema, aplicado no ensino médio, as disciplinas de exatas, humanas e biológicas são divididas em dois blocos, que misturam as áreas de conhecimento. No primeiro semestre, metade dos alunos estuda o primeiro bloco, e a outra metade tem aulas do segundo bloco. No segundo semestre, cada turma estuda o bloco que não teve no período anterior.

Das 86 escolas do DF, 34 mantiveram a adesão à semestralidade, após amplo debate com a sociedade. No CED 104, do Recanto das Emas, por exemplo, foram reduzidos os índices de reprovação (de 11,4%, em 2010, para 6,8%, em 2013) e ampliados os níveis de aprovação (88,11%, em 2010, para 92,1%, no ano passado).

(C.C/J.S*)