30/08/2014 às 20:27

Agentes comunitários aprendem a lidar com usuários de drogas

Nova turma será capacitada em outubro; objetivo é oferecer cuidados às pessoas em situação de risco

Por Da Redação, com informações da Secretaria de Saúde


. Foto:Divulgação

 BRASÍLIA (30/8/14) – Cerca de 40 agentes comunitários da Coordenação de Saúde da Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo e do Park Way participaram da primeira fase do curso Caminhos do Cuidado, promovido pelo Ministério da Saúde, com objetivo de aperfeiçoar sua atuação com os pacientes usuários de crack, álcool e outras drogas.

 

A capacitação foi realizada entre 6 e 27 de agosto, no Riacho Fundo II. Uma segunda turma está sendo inscrita para o treinamento, que será no mesmo formato, em outubro, no Riacho Fundo I.

 

Mais do que um treinamento teórico, o Caminhos do Cuidado apresentou experiências a fim de que os agentes comunitários tivessem acesso a relatos reais.

 

“Esse curso me trouxe uma nova perspectiva de ação. Eu achava que uma pessoa quando chegava a um estágio avançado de toxicodependência não tinha como ser curada. Hoje, a minha vivência é totalmente outra por que aprendi que com uma atenção que envolve profissionais de diversos órgãos e familiares é possível, sim, uma pessoa parar de usar drogas”, relatou o agente comunitário de Saúde (ACS) Adairton dos Reis Ferreira.

 

Mesma opinião compartilha a agente comunitária de Saúde Eleni Brandão, que confessou: “Eu tinha medo e não sabia como agir. Depois desse curso vai ser totalmente diferente porque nós aprendemos a falar com a pessoa, como abordar e como fazer um encaminhamento correto”, observou.

 

“O nosso objetivo é sensibilizar o agente comunitário de Saúde para ele entender que um usuário de droga é um cidadão com potencialidades e que é possível conviver com ele e desenvolver um trabalho com resultados positivos”, afirmou a psicóloga Hannya Herrera, uma das instrutoras do curso.

 

“O uso de droga é uma vulnerabilidade e não um determinante, e é muito importante esse treinamento do agente comunitário por que ele convive com a pessoa, sua família, sua cultura. Ou seja, o ACS é um profissional que tem uma visão do sujeito e não apenas do uso que ele faz da droga”, disse a segunda instrutora da capacitação, Pérolla Goulart.

 

Segundo a gerente de avaliação e monitoramento da Coordenação de Saúde do Núcleo Bandeirante, Vera Lopes da Silva, o curso foi incluído na formação do agente comunitário de saúde em um módulo total de 400 horas de treinamento e também é estendido aos técnicos de enfermagem.

 

O projeto, encerrado na última quarta-feira (27), foi realizado na Igreja Poço de Jacó e contou com apoio da Secretaria de Saúde/SAS/Diretoria de Saúde Mental, Escola Técnica de Saúde de Brasília (Etesb) e Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde.

 

(J.B./C.C*)