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14/03/2019 às 20:56, atualizado em 15/03/2019 às 14:06
Centro Educacional 1 da Estrutural comemora um mês de gestão compartilhada com policiais militares. Disciplina tem influenciado positivamente no comportamento dos alunos
A estudante Natalia Almeida, 13 anos, é prova que a gestão compartilhada no Centro Educacional 1 da Estrutural está no caminho certo. Há um mês no novo modelo, a menina transformou sua vida. Melhorou as notas, a relação com os professores, está mais caprichosa com os cadernos e a ida para o colégio deixou de ser uma imposição dos pais e passou a ser uma escolha para mudar de vida.
“Estou alegre demais. Sinto que estou mais segura. Ninguém mais traz faca para escola, nem ameaça a gente. Vejo que os policiais e os professores gostam mais de mim e se preocupam”, avalia a aluna, que planeja o futuro. “Agora sei o que vou fazer quando crescer. Quero ser policial ou professora”, completa.
A história de Natália até chegar à gestão compartilhada é um enredo que se repete em várias escolas públicas. Convivendo de perto com a violência, a garota perdeu um ano letivo por baixo desempenho em Geografia e Português e por comportamento indisciplinar. “Não sabíamos mais o que fazer com ela. Chegou até a agredir uma professora no ano passado. Agora, está mais calma e comprometida”, avalia a mãe, Simone Coelho Almeida, 33 anos.
Natália perdeu um ano letivo e ganhou maturidade para fazer o 5º ano num novo modelo de gestão escolar. “Agora, todos os dias, ela chega em casa e me mostra os cadernos. Nunca vi tanto capricho”, elogia a mãe. Auxiliar de serviços gerais, Simone diz que a escola da filha mudou muito em um mês com a presença da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
“Os meninos estão sabendo que têm limites porque os policiais estão lá e não vão deixar ninguém fazer bagunça”, afirma. Simone acredita que a presença dos militares tem ajudado no desempenho de Natalia.
Diretora pedagógica do Centro Educacional 1 da Estrutural, Estela Accioly, comemora o desempenho de Natalia e de outros alunos. “Vemos que, a cada dia, conseguimos avançar mais e mais. Ela (Natália) é apenas um dos vários casos de sucesso que estão se revelando aqui. Eles estão empolgados, sentindo-se orgulhosos de estar na escola. Isto é maravilhoso para a evolução deles no processo de aprendizagem”, avalia.
Doações, disciplina e carinho
A soldado Walkíria Laert, que já foi professora de Educação Física, está ajudando nas atividades disciplinares do Centro Educacional 1 da Estrutural. Queridinha dos alunos, a PM ajuda na organização do recreio. “A gente propõe jogos interativos, queimada, pique-pega. Isto aproxima os meninos da gente e assim conquistamos mais a confiança deles”, explica.
As técnicas disciplinares militares são associadas à solidariedade e afeto dos policiais. “Às vezes, a criança só quer um abraço. A gente se comove com o que eles contam. Ajudamos em tudo que podemos, seja conversando ou falando sobre a importância da disciplina nos estudos. Até nos mobilizar, para arrumar tênis e roupas, já fizemos”, conta.
Segundo ela, os mais de 20 policiais destacados para o trabalho na unidade escolar, que possui cerca de 2 mil alunos, têm um mesmo objetivo. “Reforçamos a autoridade do professor dentro da sala de aula. Ele é o comandante da sala. Trabalhamos destacando o papel dele e a importância dos estudos para a vida deles”, explica.
Walkíria destaca a importância da aproximação dos policiais para resolver casos de “bullying” e brigas entre os estudantes. “Orientamos as conversas entre eles para resolver os conflitos. Temos casos de crianças que voltaram a ser amigas, depois de um bom bate-papo”, conta.
O perfil dos policiais que estão no Centro Educacional 1 da Estrutural contribui com os resultados. “Todos aqui são pais, já trabalharam com crianças ou eram do Batalhão Escolar. Ou seja, têm alguma experiência para lidar com jovens. Isto só contribui com nosso relacionamento diário com eles”, avalia.