Estádio Nacional de Brasília será uma ecoarena construída em modelo ecologicamente correto e servirá à cidade pelas próximas cinco décadas
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28/07/2011 às 03:00
Estádio Nacional de Brasília será uma ecoarena construída em modelo ecologicamente correto e servirá à cidade pelas próximas cinco décadas
A data do primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014 já está marcada: 12 de junho. Enquanto não é definida a cidade-anfitriã da abertura do Mundial, Brasília se prepara para receber turistas e atletas com uma ecoarena, o Estádio Nacional de Brasília, que já está com 34% de suas obras concluídas.
Com 71 mil lugares, o Estádio Nacional ficará pronto em dezembro de 2012, a tempo de receber a Copa das Confederações de 2013. O evento, aliás, servirá como base, ou uma espécie de teste, para o mundial de futebol. Serão avaliadas as funcionalidades de estacionamento, fácil acesso e proximidade às redes hoteleira e hospitalar, por exemplo.
O governador do Distrito Federal e presidente da Comissão Brasília 2014, Agnelo Queiroz, tem a convicção de que o estádio será um legado para a cidade pelos próximos 50 anos, pois agregará, em um só local, eventos esportivos e culturais, incluindo os grandes espetáculos internacionais.
SUSTENTABILIDADE
Além disso, o Estádio Nacional será referência em planejamento sustentável, com interesse voltado à emissão zero de carbono, reciclagem de lixo, transporte público, biodiversidade, baixo impacto ambiental e inclusão social.
“O projeto arquitetônico privilegia a iluminação e a ventilação naturais. Recursos como água e materiais de construção, têm origem em matérias primas recicláveis ou recicladas”, destaca Agnelo Queiroz, lembrando que a ecoarena tem localização privilegiada, bem ao lado da rede hoteleira, o que facilita o acesso a pé. Este é só mais um dos pontos positivos para chamada “Copa Verde”.
Todas as ações sustentáveis e ecológicas – que incluem ar-condicionado inteligente e pisos permeáveis em volta do estádio – credenciam a nova arena do Distrito Federal ao prestigiado certificado Leed, selo do Green Building Council (GBC), dado somente a prédios reconhecidamente sustentáveis. O certificado só será concedido após a conclusão da obra e o Estádio Nacional é candidato justamente na categoria mais alta, a Platinum.
Atualmente, não existe nenhum estádio de futebol com o selo Platinum. Portanto, caso Brasília seja contemplada, o Estádio Nacional será o primeiro da história a ser reconhecidamente sustentável. A próxima a ter essa chance será a Rússia, na Copa de 2018.
Para ganhar o selo verde são observados requisitos básicos como a adoção de materiais de baixo impacto ambiental (aço e alumínio, por exemplo, produzidos em parte com matéria-prima reciclada), tintas e vernizes com compostos orgânicos voláteis e pisos drenantes, dentre outros itens. Além disso, os resíduos da demolição do antigo Mané Garrincha foram reaproveitados (leia quadro).
Agnelo Queiroz também destaca que sustentabilidade não encarece a obra. O GDF conseguiu renegociar o contrato das obras do Estádio Nacional de Brasília de forma inédita, obtendo redução de valores. Após revisão do contrato pelo novo governo, o custo diminuiu em cerca R$ 25 milhões ¯ totalizando R$ 671 milhões.
REAPROVEITAMENTO
A ecoarena da capital federal já atende 87 requisitos dos 100 exigidos para se credenciar ao selo Leed Platinum. O conceito de arena verde começou ainda na criação do projeto do novo estádio de Brasília. Confira a destinação de entulho, material ferroso, areia, cascalho e equipamentos do antigo Mané Garrincha:
– Entulho (cimento/concreto): foi levado para uma área licenciada pelo Ibama para receber entulho de obras, a Areal Bela Vista, em Sobradinho (DF). No local, o material foi transformado em brita e aproveitado em outras áreas da capital federal;
– O entulho da derrubada da última arquibancada também foi transformado em brita e está sendo reutilizado na concretagem do piso do novo Estádio Nacional de Brasília.
– Material ferroso: foi enviado para a Centcoop, cooperativa de reciclagem do DF;
– Areia e cascalho que estavam sob o gramado: estão sendo aproveitados na obra do novo Estádio Nacional de Brasília;
– Cadeiras: estão sendo reutilizadas no Estádio Serejão, em Taguatinga (DF);
– Rede: está sendo reutilizada no estádio do Bezerrão, no Gama (DF);
– Gramado: está sendo cultivado no viveiro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), para posterior reutilização nos canteiros da capital federal.