Suzano Almeida, da Agência Brasília
A música faz parte da vida das pessoas desde os primeiros momentos de vida, seja na união de sons, na canção de ninar ou nas rádios. Tanta identificação com essa arte foi responsável pela criação do Dia do Músico, comemorado no dia 22 de novembro. Neste ano, a data coincidiu com a terça-feira, tradicional dia de apresentações da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, e um concerto regido pelo maestro Cláudio Cohen será realizado para comemorar o dia.
As apresentações são tradicionalmente as terças-feiras, às 20h, na Sala Villa Lobos com entrada gratuita. O objetivo da gratuidade é popularizar a música clássica em todas as camadas sociais. Por isso no repertório, além das tradicionais obras de Beethoven e Chopin, são inseridos clássicos da Música Popular Brasileira (MPB) e mundial.
“Nossa orquestra sinfônica é na verdade uma organização multimídia. A música está presente em todas as manifestações culturais do mundo, tais como cinema, artes plásticas, novelas, trilhas sonoras de teatros e musicais. Nelas sempre estão trilhas gravadas por orquestras. Elas não tocam apenas Beethoven, mas também de John Williams até arranjos de músicas populares brasileiras, só que com um tratamento mais refinado e arranjos mais elaborados, por instrumentistas que são estudiosos com virtude em seus instrumentos”, declarou o maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, Cláudio Cohen.
Este é o primeiro ano do maestro Cláudio Cohen – que faz aniversário no dia do músico – à frente da Orquestra, fundada em 6 de março de1979, quando era regida por Claudio Santoro – que dá nome à Sinfônica de Brasília. Cohen esteve na primeira apresentação da Orquestra, onde é violinista. Ao longo dos anos se aperfeiçoou até ser nomeado para o posto.
A Orquestra Sinfônica foi criada para a inauguração da Sala Villa Lobos do Teatro Nacional, e desde lá ela se firmou como patrimônio da cidade. Hoje para ingressar no grupo, os interessados devem passar por concurso público, ter nível superior, com graduação em música, e ser brasileiro. Segundo o maestro Cláudio Cohen, no próximo ano deve ser realizado um concurso público para a seleção de novos músicos.
A Orquestra é estatal – mantida pelo Governo do Distrito Federal – e composta por 80 músicos efetivos que utilizam instrumentos de cordas (violinos, violas, violões selos e contrabaixos), sopro (de madeiras e metais, com flautas, oboés, clarinetas, fagotes, trompas, trompetes, trombones e tubas), percussão com diversos instrumentos e a harpa.
Além do show
Quem olha para o palco e vê os movimentos de um maestro não imagina o que está por trás da perfeição na execução das obras. “Tudo o que o público vê é um resultado final de todo o trabalho de bastidores. O regente não fica apenas dando os sinais, ele cria todas as preparações musicais, equilibra o som da orquestra, trabalha as articulações, os andamentos, as velocidades, enfim, dá sua interpretação musical a cada obra específica”, explica Cláudio Cohen.
No repertório desta terça-feira estão músicas de artistas como Carlos Gomes, Joseph-Maurice Ravel e George Gershwin. A Orquestra costuma ainda tocar em seu repertório músicas sertanejas, rock, ópera, baião, entre outras.
A temporada de 2012 vai até o dia 21 de dezembro. Para encerrar o ano, o maestro já ensaia a orquestra para a execução da Nona Sinfonia de Beethoven, um dos maiores clássicos da história.
O Poder da Música
A música também pode ajudar na recuperação das pessoas, como em uma experiência realizada no hospital Sarah Kubistchek. “Nós tivemos um concerto no auditório do hospital, no início deste ano, e o resultado deles é muito positivo: a redução do número de medicamentos como a morfina é drástica. Ou seja, a música gera conforto e traz alento físico e não só espiritual”.
Serviço:
Dia 22/11/2011
Abertura da Ópera O Guarany – Carlos Gomes
Porgy and Bess Suite – George Gershwin
La Valse – Maurice Ravel
Daphnes et Cloe – Maurice Ravel
Cinco Bagatelas para Clarineta – Gerald Raphael Finzi
Solista: Marcos Cohen
Regente: Claudio Cohen
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