No ano em que o Arquivo Público comemora 27 anos, fotografias antigas da construção da capital serão expostas em paradas de ônibus, exposições itinerantes e na internet
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07/02/2012 às 03:00, atualizado em 12/05/2016 às 17:48
No ano em que o Arquivo Público comemora 27 anos, fotografias antigas da construção da capital serão expostas em paradas de ônibus, exposições itinerantes e na internet
Cristina Ávila, da Agência Brasília
Os moradores do Distrito Federal, principalmente os das cidades pioneiras – como Planaltina, Núcleo Bandeirante, Cruzeiro, Candangolândia e Plano Piloto – poderão conhecer sua própria história passeando pelas ruas. Fotografias antigas irão aparecer em paradas de ônibus, em exposições itinerantes e na internet neste ano em que o Arquivo Público do DF comemora 27 anos.
As imagens antigas fazem parte do Fundo Novacap, conjunto documental da Companhia Urbanizadora da Nova Capital que reúne cerca de 5 mil negativos fotográficos em preto e branco. Aproximadamente 70% desse material corresponde a imagens clicadas por Mário Moreira Fontenelli, o mecânico de avião que ganhou uma câmara de Juscelino Kubitschek e registrou a construção da capital entre 1956 e 1960. Grande parte dos negativos estão em formato quadrado 6 x 6 e mostram obras, o presidente JK com seus arquitetos e os candangos em plena atividade da construção da cidade monumento.
Em 2012 – instituído pelo governador Agnelo Queiroz como Ano da Preservação de Brasília – completam-se cinco anos do reconhecimento do Fundo Novacap pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no programa Memória do Mundo. O conjunto também inclui cerca de 500 metros lineares de documentos textuais, 91 películas com filmagens e rolos com depoimentos dos pioneiros.
Cartórios e igrejas – “Temos diversos projetos em andamento para as comemorações, como o Projeto Goyaz, que está buscando documentos em cartórios e igrejas de Luziânia, Formosa e Planaltina”, informou o superintendente do Arquivo Público, Gustavo Chauvet. Ele explica que o Distrito Federal foi instalado em terras dos três municípios centenários, e que a documentação sobre esse passado deverá ser reunida em Brasília.
O Arquivo Público do Distrito Federal é um baú de preciosidades a serem exploradas. Marcelo Gomes, funcionário encarregado há 18 anos pelo setor de audiovisual, calcula que a instituição tenha cerca de 6 milhões de imagens, contando negativos, slides, fotografias ampliadas e digitais. As fotos mais antigas são da Missão Cruls, de 1892, de autoria de Henrique Morize, um dos integrantes da expedição que veio à região com a tarefa de descobrir o melhor lugar para abrigar a capital do Brasil. Todo o material está classificado e acessível ao público.
Na Gerência de Acervo audiovisual estão também as imagens da vida política no Palácio Buriti. A cada quatro anos, as fotografias que registram as atividades dos governadores são reunidas e encaminhadas ao Arquivo Público.
Matéria prima – Os registros guardados pela instituição são matéria prima para pesquisas e também importantes para a história individual dos trabalhadores que fizeram Brasília. Como os dossiês de documentos das construtoras, que muitas vezes são procurados pelos ex-empregados para comprovar algum tempo de serviço para fins de aposentadoria.
O conjunto de informações sobre a montagem da estrutura metálica do Palácio do Planalto, ministérios e Congresso Nacional, por exemplo, tem nomes, origem e função de 3.316 trabalhadores, os verdadeiros candangos, que vieram para Brasília de todas as regiões do país e de alguns países do mundo. O acervo conta com folhas de pagamento e até contracheques.
Todo esse material faz parte de vários projetos que estão sendo desenvolvidos para as comemorações do ano. Um deles é o Programa de História Oral, com uma coleção de depoimentos gravados em cerca de 600 horas de áudio e com edições já realizadas do Chá da Memória, que reúne pioneiros nas cidades antigas do DF para que contem histórias do passado e reconheçam a si próprios nas fotografias guardadas no Arquivo Público.
Atendimento – O Arquivo Público do Distrito Federal está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para pesquisar o acervo, que também inclui uma biblioteca com periódicos e livros especializados na história do DF, não é preciso agendar horário. Para obtenção de fotografias, basta levar uma mídia para gravação e preencher um formulário com informações sobre os objetivos do uso das imagens.
A publicação é de domínio público, mas é necessária a citação da fonte. Os visitantes podem acessar 14 mil documentos disponíveis nos computadores da biblioteca. Além disso, o que não estiver em meio eletrônico, pode ser solicitado aos funcionários. Algumas fotos e informações básicas podem ser obtidas pela internet arpdf@arpdf.df.gov.br
Arquivo Público do Distrito Federal
Endereço:
SAP – Lote B – Bloco 41 – Novacap – (61) 3361.7739
Mais informações: