Carlos Rezende e Renato Ferreira, da Agência Brasília
Termina à meia noite deste sábado (25) o horário de verão e os relógios devem ser atrasados em uma hora. Durante os 133 dias em que ficou em vigor, a medida garantiu ao Distrito Federal uma economia de 2,3 mil megawatts/hora, o que significa cerca de 30% da energia gasta no período por uma região administrativa como Brazlândia. No horário de ponta, entre as 18h e as 21h, a economia foi de 3,5%. Com isso, houve um alívio no carregamento do sistema correspondente à carga das cidades do Núcleo Bandeirante e da Candangolândia juntas.
“Além de ter trazido mais qualidade e confiabilidade para a energia fornecida no período, a medida evitou maiores investimentos na produção de eletricidade. Isso, consequentemente, contribuiu para que não houvesse aumento das tarifas para a população”, explicou o superintendente de operação do sistema elétrico da Companhia Energética de Brasília (CEB), Marcos Fontana.
Para os moradores do Distrito Federal, o fim do horário de verão pode ser tanto motivo de queixa quanto de satisfação. O estudante Mário Biondo, por exemplo, gosta do período por causa da impressão de que os dias ficam mais longos. “Gosto de acordar mais tarde e, com o horário de verão, aproveito melhor o final dia, principalmente para praticar esporte ao ar livre”, afirma.
A personal trainer Daniella Dias, 29 anos, também lamenta o fim do horário de verão. “Nessa época dá para estender minhas aulas até mais tarde e, com isso, aumentar minha renda”, afirma. “Além disso, posso ficar mais tempo no Parque da Cidade no final do dia. O local fica seguro por causa da iluminação natural”, acrescentou.
Os estudantes Felipe Silva e Cleside Nunes, ambos de 22 anos, são outros que gostam do horário de verão porque podem aproveitar mais o final do dia. Os dois gostam de jogar futebol no início da noite com os amigos. Para eles, o horário de verão poderia até se estender por mais alguns meses.
Já para o agente de portariaWanderson Walmidiney, 26 anos, o horário de verão é prejudicial, sobretudo, para as pessoas que acordam muito cedo para o trabalho. “As pessoas que entram 7h da manhã têm de sair de suas casas para o serviço quando ainda está escuro e isso é perigoso, dependendo de onde você mora”, destacou.
O lavador de carros Ocian Silva Costa, 37 anos, é outro que comemora o fim do horário de verão. “As pessoas trabalham menos, porque demoram a se habituar aos novos horários. Acabam chegando cedo ao trabalho, fazem quase nada e já está na hora de ir embora. É pouco produtivo”, avaliou.
Decreto federal – O primeiro horário de verão no Brasil foi realizado entre 1931 e 1932, pelo então presidente Getúlio Vargas, e teve duração de cinco meses. Desde 1985, a medida vem sendo seguida sem interrupções, com diferenças apenas nos estados ou no período de duração. Em 2008, um decreto da Presidência da República fixou a alteração nos relógios para quatro meses.
Iniciado em 15 de outubro do ano passado, o horário de verão 2011/2012 deveria terminar no último fim de semana, mas precisou ser estendido para não coincidir com o feriado de Carnaval.
links úteis
