Secretaria de Segurança inaugura novo núcleo do programa, que usa a arte contra a inserção de jovens na criminalidade

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14/03/2012 às 03:00

Picasso Não Pichava chega ao Itapoã

Secretaria de Segurança inaugura novo núcleo do programa, que usa a arte contra a inserção de jovens na criminalidade

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Suzano Almeida, da Agência Brasília

A manhã desta quarta-feira (14) foi de festa no Itapoã. O motivo da comemoração foi abertura do novo núcleo do Programa Picasso Não Pichava, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF). A estrutura – montada na quadra 378, na Avenida do Murão –oferecerá a jovens e adolescentes da cidade oficinas de grafite, break, cinema, serigrafia, violão, capoeira e teatro, que serão iniciadas a partir da segunda quinzena de abril.
 

Cada oficina terá duas turmas, com 15 alunos cada, e durará entre seis e oito meses. As inscrições já começaram a ser realizadas hoje. Os interessados devem pegar a ficha de inscrição no núcleo do Picasso Não Pichava, no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou na administração regional. Os menores de 18 anos devem entregar a ficha preenchida acompanhado do pai ou responsável. Os alunos matriculados na rede de ensino do DF devem ter frequência escolar regular.
 

Para alguns cursos, a idade mínima exigida é de 14 anos, como no caso das oficinas de grafite e serigrafia, que utilizam produtos químicos entorpecentes. Quanto aos demais, não há idade mínima nem máxima.
 

O professor de Cinema do núcleo do Picasso não Pichava do Itapoã, Fauston da Silva, destaca que o programa é voltado a jovens interessados em desenvolver seus dotes artísticos a partir das oficinas e da cultura hip hop apresentada à comunidade. “O jovem que gosta de desenhar e tem inclinações artísticas pode procurar os nossos núcleos. Lá ele vai encontrar uma escola de arte, que desenvolve um importante trabalho de evitar que eles não entrem para gangues”, afirma.
 

Programa – O Picasso Não Pichava foi criado em 1999 e, desde então, tem levado jovens de diversas cidades do DF, entre elas Ceilândia, Cruzeiro, Paranoá e Sobradinho, a conhecer a arte por meio da cultura hip hop. O programa ganhou força no ano passado, quando a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que descriminaliza o grafite – que antes, por um equivoco na interpretação da lei, era considerado depredatório.
 

De acordo com Fauston da Silva, a cultura hip hop é um grande atrativo nas comunidades em que é inserida, especialmente por ter surgido nos guetos americanos e falar a linguagem dessas localidades. O problema ainda é a resistência de alguns segmentos da sociedade, que se comportam de forma preconceituosa.
 

“O principal preconceito é porque o hip hop nasce na periferia. Essas pessoas preferem que nós troquemos o break pelo balé, o grafite pela pintura clássica, as aulas de DJ por aulas de violino. Até poderia haver alunos nessas aulas, mas o hip hop é mais bem aceito pelos jovens da periferia”, afirma o professor de cinema.
 

Festival de Cinema de Brasília – Os alunos de cinema do Picasso Não Pichava terão a oportunidade de participar do Festival de Cinema de Brasília deste ano. Segundo Fauston Silva, deverão ser apresentados três filmes produzidos nos núcleos do programa.