22/06/2012 às 19:25, atualizado em 12/05/2016 às 18:04

Igualdade racial e desenvolvimento sustentável

Secretária da Promoção da Igualdade Racial esteve na Rio+20 e articulou apoio para fortalecer ações da pasta

Por Thaís Antonio, da Agência Brasília


. Foto: Roberto Barroso

A secretária da Promoção da Igualdade Racial do Distrito Federal, Josefina Serra, participou da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), como integrante da comitiva liderada pelo governador Agnelo Queiroz, nos dias 19 e 20 de junho. Depois de retornar da viagem, Josefina Serra fez um balanço da conferência e ressaltou que o desenvolvimento sustentável depende da igualdade de direitos.

“As populações negra, cigana e indígena se sentem representadas a partir do momento em que a secretária da Promoção da Igualdade Racial acompanha o governador em uma conferência tão importante”, destaca Josefina Serra, que aproveitou a ocasião para debater com autoridades e representantes de entidades internacionais a questão racial no Brasil. “O governador Agnelo Queiroz criou a secretaria para lutar pela igualdade de acesso e oportunidades para todos. O desenvolvimento sustentável só se faz com igualdade de direitos. Estamos trabalhando para isso”, completou.

A secretária esteve presente no lançamento do programa Plante uma Árvore que, por meio de um software interativo, garante o plantio de mudas de árvores nativas como compensação ambiental e florestal. “Fiquei muito feliz com a iniciativa porque mostra a preocupação do GDF com a questão ambiental”, comemora. Josefina Serra plantou uma muda de Ipê. “Uma das coisas mais lindas na época da seca são os Ipês”, comenta.

Ela revela ainda que a Secretaria da Promoção da Igualdade Racial do Distrito Federal (Sepir) estuda firmar parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para levar o programa para as escolas.

Segundo Josefina Serra, o tema Meio Ambiente está na raiz da cultura africana. “Estamos muito preocupados em alinhar a questão racial e ambiental. Uma das ideias é voltar o olhar para as religiões de matriz africana, que sempre estiveram mobilizadas pela preservação do meio ambiente, cultuando deuses ligados à natureza”, explica.

Ação local – Durante os dias em que esteve na Rio+20, a secretária articulou com representantes de organismos nacionais e internacionais apoio para ampliar e fortalecer o conjunto de ações do programa Brasília Afro. É uma iniciativa do GDF baseada no desenvolvimento étnico-racial, que conta com uma série de ações voltadas para a construção de políticas públicas para a população negra. O programa será lançado em novembro.

Como parte do programa e em cumprimento à Lei federal 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas, o GDF lançará, no segundo semestre deste ano, o projeto África nas Escolas. A medida, anunciada pela secretária durante a Rio+20, inclui nos currículos escolares da rede pública de ensino do DF aulas sobre o continente africano e a importância de seus descendentes para o desenvolvimento da cultura brasileira.

“A Sepir, junto com a Secretaria de Educação e a Universidade de Brasília (UnB), quer mostrar que o continente africano não é homogêneo. Lá existem vários países com suas especificidades”, esclarece Josefina Serra. “Queremos aproximar os estudantes da realidade e evitar clichês e preconceitos. A partir do momento em que o professor conta a história dos países africanos, assim como a dos europeus e americanos, nós negros e, principalmente, os alunos negros, passam a ter uma nova identidade.”

O projeto será implantado nas escolas no mesmo momento em que a Sepir completa um ano – a secretaria foi criada em agosto de 2011. “É um bom presente para o primeiro aniversário da secretaria”, avalia Josefina Serra.