22/06/2012 às 20:02

Rio+20: projeto prevê regeneração natural de parques do DF

O Jardineiro do Cerrado faz parte do grupo de iniciativas que resultarão no Brasília, Cidade Parque. O programa prevê uma série de ações para valorizar e catalogar as espécies vegetais  de áreas verdes

Por Carlos Rezende, enviado da Agência Brasília à Rio+20

Durante toda a semana o estande de Brasília na Conferência da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) foi muito mais do que um espaço para divulgação da cidade e suas iniciativas na área do Meio Ambiente. Até o próximo domingo (24), visitantes poderão receber explicações detalhadas de projetos do Distrito Federal, prestadas por seus próprios idealizadores.

O engenheiro florestal da Companhia Urbanizadora de Brasília (Novacap) Luiz Otávio Campos veio à cúpula internacional. Ao mesmo tempo que fica atento aos painéis de discussão sobre políticas públicas no setor, Campos apresenta, com a ajuda dos dispositivos do estande, projeto de sua autoria.

O Jardineiro do Cerrado, criado e desenvolvido por ele, juntou-se ao grupo de projetos que vão viabilizar o Brasília, Cidade Parque, programa que o Governo do Distrito Federal quer implantar até 2014. Serão revitalizados e criados 72 novos parques na cidade, mais 22 áreas de preservação ambiental. “O DF vai se transformar em um grande parque, como idealizou o urbanista Lucio Costa”, afirmou o governador Agnelo Queiroz durante reunião na Cúpula Mundial dos Estados e Regiões, ocorrida esta semana, na Conferência Rio+20.  

Regeneração natural – A ideia do projeto Jardineiro do Cerrado é estimular a regeneração natural da flora de áreas remanescentes ou degradadas do cerrado. “Pode ser em parques, unidades de conservação ou qualquer área verde urbana”, explica Luiz Campos. “A flora do cerrado tem como características a persistência em renascer e a rapidez para se desenvolver. Meu quintal é meu laboratório e exemplo do que é possível realizar”, acrescentou.

O projeto também prevê a capacitação de mão de obra, ou seja, a formação de jardineiros para trabalhar na restauração da biodiversidade das áreas remanescentes ou degradadas do cerrado. Eles também realizarão o cadastramento da vegetação que será removida de áreas no Distrito Federal, como o Setor Noroeste. “Isso é necessário porque a vegetação do cerrado é muito heterogênea e muda de um lugar para outro”, enfatiza Luiz Campos. As espécies de cada região serão catalogadas e preservadas para reprodução e replantio.

Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária (Embrapa), publicada em 2008, contabilizou mais de 12,3 mil espécies nativas do cerrado.