18/09/2012 às 19:15, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Programa Mulheres na Construção forma primeira turma

Solenidade será realizada no dia 26 de setembro e certificará 172 pessoas

Por Secretaria da Mulher

O programa Mulheres na Construção formará 172 pessoas no próximo dia 26 de setembro. A solenidade será realizada às 9h, no campus do IFB em Samambaia, na Boca da Mata. Essa é a primeira turma a concluir o curso, cujas aulas iniciaram em abril de 2012. A iniciativa é da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), em parceria com a Secretaria da Mulher do Distrito Federal, com o Instituto Federal de Brasília (IFB) e com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF).

Essa é uma proposta para a qualificação de pessoas, prioritariamente mulheres e beneficiários de programas sociais de transferência de renda. Na primeira edição do programa, foram oferecidas cinco turmas, sendo três para pintora de obras e duas para azulejista, cada turma com 40 vagas. No segundo semestre, já foram oferecidas mais 240 vagas. Todos os cursos são ministrados pelo IFB.

Para a secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia Ferreira, a qualificação profissional é um dos caminhos para a emancipação e autonomia das mulheres. “No setor da construção civil, esses valores assumem uma concepção ainda maior, tendo em vista que esse é um ramo novo para a maioria das cursistas e que será conquistado e desbravado por elas, no projeto Mulheres na Construção”, explicou.

O diferencial desse curso é que ele vai além do ensinamento técnico, pois oferta, também, noções de cidadania e de direitos da mulher, direito do trabalho, economia solidária e empreendedorismo, além de matemática e português aplicados, bem como conhecimentos relacionados à formação profissional de azulejista e pintora de obras.

A construção civil está em um momento de crescimento e tem grande carência de mão de obra. As alunas que concluem os cursos com êxito serão encaminhadas para empresas associadas ao Sinduscon-DF e poderão ser contratadas por meio de contrato temporário e em caráter experimental. Caso contratadas, as alunas também poderão usufruir dos benefícios oferecidos pelo Serviço Social do Distrito Federal (Seconci-DF), que é o braço social da Construção Civil no DF. Quando efetivadas, todas as trabalhadoras terão direito a atendimento médico, odontológico, aulas de informática e alfabetização.

Expectativa – A auxiliar de serviços gerais Ana Sales, 65 anos, não vê a hora de pegar seu diploma e entrar, definitivamente, para o mercado de trabalho. “Venho para o curso à tarde e depois vou para a Rodoviária do Plano Piloto, onde trabalho a noite toda. Quero inverter essa realidade e trabalhar em uma obra durante o dia para ter condições de estudar à noite. Hoje, quem não se qualifica não conquista bons empregos. Precisamos de formação e informação o tempo todo”, avalia a animada senhora.

Quem também está com boas expectativas em relação ao futuro é a dona de casa Lucilene Gomes da Silva, 44 anos. “O setor de construção civil é um ramo totalmente novo para mim, mas obtive a qualificação necessária para ser uma excelente profissional. Quero muito ser contratada após o estágio, pois o salário é bom, digno de oferecer melhores condições de vida aos meus filhos”, espera a aluna.

Mercado – Nos últimos três anos, o setor da construção civil cresceu, aproximadamente, 25% no DF, com um volume de negócios estimado em R$ 3,5 bilhões anuais. O setor emprega sozinho 68 mil trabalhadores no DF, de acordo com a última Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF (PED-DF), sem contar os empregos indiretos. A participação das mulheres na construção civil cresceu mais de 8% nos últimos 18 meses. Em 2011, eram 221 mil trabalhadoras. Até julho de 2012, a fatia chegou a 239 mil mulheres.

De acordo com a PED-DF, a mão de obra feminina está visada, principalmente, para serviços de acabamento, como pintura e cerâmica. Entre as mulheres que possuem o ensino superior, 79,3% estão inseridas no mercado de trabalho. Em dez anos, a participação de mulheres com nível superior, atualmente no mercado de trabalho, passou de 18,1% para 24,1%.