01/10/2012 às 23:26

Fila de reconstrução mamária será zerada até o fim do ano

Primeira-dama defende ampliação do tratamento do câncer de mama no Distrito Federal, onde a realização de cirurgia reparadora do seio é obrigatória na rede pública

Por Lúria Rezende, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

Prevenção é a palavra de ordem do movimento Outubro Rosa, reconhecido internacionalmente pela luta contra o câncer de mama. O nome remete à cor do laço que simboliza a campanha mundial de combate à doença por meio da participação da população, empresas e entidades organizadas da sociedade civil. No Distrito Federal são registrados cerca de 880 novos casos por ano. Além de incentivar o diagnóstico precoce da doença, o GDF concentra esforços para reduzir o tempo de espera pela reconstrução mamária.

Segundo dados da Secretaria de Saúde, atualmente 42 mulheres aguardam a chance de se submeter à cirurgia reparadora. O número já foi bem maior – era 364 pessoas em 2011, ano em que a enfermidade causou 170 óbitos. A realização de sucessivos mutirões de reconstrução mamária foi a estratégia adotada pelo governo para diminuir a fila de espera. No mais recente deles, em 24 de setembro, 25 mulheres passaram pela cirurgia.

Ao participar da solenidade de lançamento da campanha no Senado Federal, nesta segunda-feira (1º), a primeira-dama do DF, Ilza Queiroz, informou que a meta do GDF é zerar, até o final do ano, o número de mulheres submetidas à mastectomia – remoção completa ou parcial da mama – na fila de espera para reconstrução do seio. “O tratamento humanizado a essas mulheres é essencial. É muito importante a ampliação no tratamento digno”, pondera a primeira-dama, médica ginecologista militante da luta contra o câncer de mama.

A lei nº 4.761, sancionada em fevereiro deste ano pelo governador Agnelo Queiroz, é outra medida adotada para diminuir as sequelas provocadas pelo tratamento contra a doença. Ela obriga a rede pública de saúde do DF a realizar implante de próteses mamárias em casos de mutilação decorrente do tratamento de câncer.

Também presente à solenidade em que o Congresso recebeu iluminação cor de rosa em alusão à campanha, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a luta contra o câncer de mama envolve duas questões: batalha contra o preconceito e o investimento em pesquisas para o tratamento. Segundo ele, o Brasil aumentou em 41% o número de mamografias realizadas no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2011.

Ações no DF – Lançada no Distrito Federal nesta segunda-feira (1º) pelo secretário de Saúde, Rafael Barbosa, e pela secretária da Mulher, Olgamir Amancia, a campanha pretende alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, sendo responsável por 22% das ocorrências a cada ano.

Segundo Olgamir Amancia, a Unidade Móvel de Saúde da Mulher, mais conhecida como Carreta da Mulher, é uma das iniciativas do GDF para combater esse tipo de câncer. “O programa tem o objetivo de assegurar o acesso da população feminina aos serviços de saúde”, observa a secretária.

A unidade já realizou mais de 19 mil exames, entre eles 5,7 mil mamografias. Com o sucesso do projeto, está prevista a aquisição de mais cinco unidades móveis, duas ainda este ano.

Monumentos cor de rosa – Em parceria com o Governo do Distrito Federal, os prédios da Câmara dos Deputados e do Senado Federal terão iluminação rosa durante todo o mês de outubro. Este ano, a Torre de TV também ganhou iluminação na mesma cor. O Ministério da Saúde, a Catedral, o Tribunal de Contas do DF e o Palácio do Buriti também entraram no cronograma da campanha Outubro Rosa.

Origem da campanha – O movimento começou nos Estados Unidos, onde vários estados organizavam ações isoladas referentes ao câncer de mama e à mamografia no mês de outubro. Posteriormente, com a aprovação do Congresso Americano, outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama. 

A história do Outubro Rosa remonta a 1990, quando o laço cor de rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York. Desde então, a corrida é promovida anualmente na cidade.

Incentivada por um grupo de mulheres simpatizantes da causa do câncer de mama, a primeira iniciativa no Brasil em relação ao Outubro Rosa foi a iluminação do Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como Obelisco do Ibirapuera), em São Paulo (SP), em 2002.