23/11/2012 às 19:40

Hospital da Criança comemora 1º aniversário

HCB é referência no tratamento de especialidades pediátricas e recebe pacientes de todo o país

Por Suzano Almeida, da Agência Brasília


. Foto: Roberto Barroso

O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) completou, nesta sexta-feira (23), um ano de existência com resultados surpreendentes. Até outubro deste ano foram realizados cerca de 257 mil atendimentos de pacientes do DF e de outras unidades da Federação. A data coincide com o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, principal especialidade tratada pelo hospital, que é referência nacional no assunto.A cerimônia contou com a presença do governador Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, e da viúva do ex-vice-presidente da República José Alencar, Mariza Gomes da Silva. 

“Em um ano, o Hospital da Criança mudou a realidade do atendimento à criança e ao adolescente do Distrito Federal. Os números mostram isso: produtividade elevada, qualidade e presteza no atendimento”, afirmou Agnelo Queiroz. O governador também destacou a realização, até o mês passado, de aproximadamente 148 mil exames laboratoriais, 53 mil consultas, mais de seis mil seções de quimioterapia e duas mil transfusões.

Mantido pelo GDF e administrado pelo Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe), o HCB é resultado de parceria entre a Secretaria de Saúde e a Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Homeopatias (Abrace). “Essa parceria é um exemplo para o Brasil de como usar a máquina do governo para atender a população. Quem dera fazer outras parcerias como essa, para melhorar nosso sistema de saúde”, destacou o secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara.

O diretor-executivo do HCB, Renilson Rehen, lembra que crianças com câncer eram tratadas no Hospital de Apoio apenas de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, elas eram transferidas para o Hospital de Base, que não oferecia estrutura para tratar patologias pediátricas. A construção do HCB mudou essa realidade. “Hoje funcionamos todos os dias e conseguimos suprir a demanda reprimida no sistema público de saúde com a realização de mais de 5 mil consultas mensais. Temos uma ótima avaliação dos usuários, próxima de 90% de aprovação. Além disso, o hospital tem 100% do atendimento realizado por meio Sistema Único de Saúde.”

A presidenta do Icipe, Ilda Peliz, afirma que havia crianças há mais de dois anos na fila de espera por consultas. Hoje, com a participação do governo, da mídia e da sociedade civil, as filas foram reduzidas drasticamente e o tempo de espera é de, no máximo, 15 dias. Além disso, a instituição realiza mutirões de pequenas cirurgias nos finais de semana. “O Hospital da Criança deixou de ser apenas um hospital para tratamento de câncer. Hoje ele oferece diversas especialidades e é referência nacional. As crianças têm prazer de estar aqui, pois encontram toda a estrutura, desde terapeutas a palhaços.”

Participaram da cerimônia os secretários de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano, Geraldo Magela,os conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal Paulo Tadeu e Renato Rainha; o deputado distrital Agaciel Maia; o secretário-executivo do Conselho de Governo, Roberto Wagner; entre outros convidados.

Espaço Físico – O HCB tem 30 consultórios médicos e 22 leitos de internação, distribuídos em sete mil m². Está prevista a construção de um segundo prédio com dois pavimentos de 21 mil m², 202 leitos e centros cirúrgico e de ensino e pesquisa.

Inicialmente, o HCB ofereceria apenas tratamento contra câncer infantojuvenil. No entanto, a demanda e a ótima estrutura permitiram ampliar o atendimento para as especialidades de cardiologia, cirurgia pediátrica, psiquiatria, dermatologia, endocrinologia, gastrenterologia, genética clínica, homeopatia, imunologia e nefrologia. O hospital também oferece tratamento em neurocirurgia, neurologia, onco-hematologia, pneumologia, reumatologia, hemodiálise e diálise peritoneal. Oferece ainda assistência em odontologia, farmácia, enfermagem, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, musicoterapia e serviço social.

Humanização – Com foco no atendimento humanizado, priorizou-se, no projeto do hospital, a iluminação, o amplo espaço e as cores. O tema escolhido para a ambientação foi “Uma viagem de trem pelos biomas do Brasil.” Cada unidade do hospital recebeu o nome de um dos sete ecossistemas – Amazônia, Cerrado, Litoral, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Sertão – com objetivo de traduzir a diversidade cultural do DF. Além disso, existem duas salas de espera com brinquedos (brinquedotecas).

Trabalho voluntário – O hospital tem um Programa de Voluntariado estruturado em parceria com a Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace), para proporcionar momentos de bem-estar, apoio aos familiares e atividades lúdicas e recreativas às crianças e aos adolescentes em tratamento.

Três perguntas para o diretor-geral do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), Renilson Rehem

Qual é o saldo do Hospital da Criança de Brasília José Alencar após um ano de funcionamento?

Muito positivo. Inauguramos o hospital no final de novembro do ano passado e começamos basicamente com atendimentos ambulatoriais  e de quimioterapia. A internação e a oncologia foram instituídas gradativamente. De lá para cá, não só aumentamos o número de consultas, como também abrimos novos serviços de imagem, tomografia e hemodiálise, entre outros. Atualmente nossa média de atendimentos é de 5 mil crianças por mês.

Como se deu a expansão dos serviços e das especialidades médicas oferecidas?

O Hospital da Criança foi criado exclusivamente para o tratamento do câncer. Com o tempo, as ideias foram evoluindo, e especialistas sugeriram que o ambulatório ampliasse as especialidades. De 20% a 25% dos pacientes são assistidos na área de oncologia, mas hoje existem várias especialidades, como fisioterapia, nutrição, psicologia e serviço social. São atendimentos que complementam a atenção integral às crianças, inclusive aquelas com câncer. No Bloco 1, todos os serviços foram ativados:  o ambulatório, as cirurgias de hospital-dia (menos complexas) e a oncologia.

E quais são os próximos passos?

O Governo do Distrito Federal firmou um convênio com a Organização Mundial da Família, da Organização das Nações Unidas, para construir e equipar o Bloco 2 do hospital.  A previsão é que o prédio seja entregue no final do ano que vem e comece a funcionar em 2014. Nele, serão oferecidos 200 leitos, sendo 40 de terapia intensiva, e cirurgias de alta complexidade, como transplantes. A internação e a quimioterapia já foram transferidas do Hospital de Apoio para o Bloco 1. Da mesma forma, quando iniciarmos o atendimento no Bloco 2, a enfermaria infantil do Hospital de Base será desativada, e todas as crianças serão atendidas no HCB.