04/12/2012 às 21:43, atualizado em 12/05/2016 às 18:15

Seminário debate cobertura de estádios

Representantes de Brasília, Salvador e Recife se reúnem no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha para trocar conhecimentos sobre novos métodos de construção

Por Secretaria de Comunicação Social


. Foto: Lula Lopes

Tecnologia nova na Construção Civil do país, as coberturas e os desafios de montagem nos estádios da Copa do Mundo de 2014 foram o tema do 1º Simpósio Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil), realizado hoje (4) no canteiro de obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. A cobertura da Ecoarena – cujos preparativos já se iniciaram – foi um dos destaques do encontro que reuniu representantes de Brasília, Salvador e Recife para debater “A Tecnologia nas Coberturas das Arenas 2014.”

O simpósio contou com a presença do presidente da Novacap, Nilson Martorelli; do coordenador da Secretaria Extraordinária da Copa em Brasília (Secopa), Sérgio Graça; da diretora de Obras Especiais da Novacap, Maruska Lima; do arquiteto responsável pelo projeto do Estádio Nacional de Brasília, Eduardo Castro Mello; de representantes das cidades-sedes Salvador e Recife, além de professores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), e de engenheiros da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria (Abece).

Maruska Lima falou sobre o desafio de construir a maior cobertura da Copa do Mundo de 2014 no Estádio Nacional de Brasília – ao todo, serão utilizados 90 mil m² de membrana. “A cobertura é um dos maiores desafios da obra em função da dimensão. É um modelo de roda raiada que não existia em outro estádio do Brasil. Também não tínhamos profissionais com experiência nesse tipo de construção. Com a realização desse evento, o público técnico veio para contribuir e conhecer profundamente a tecnologia empregada”, afirmou.

“É importante trocar experiências com profissionais especializados. Brasília está investindo em um projeto grandioso com a construção de uma cobertura dessa proporção”, completou o coordenador da Secopa em Brasília, Sérgio Graça.

O estádio concluirá, em breve, uma fase técnica importante da preparação da montagem da cobertura: o big lift. A etapa consiste no içamento dos 48 cabos permanentes que sustentarão a cobertura. Para erguer a estrutura, estão sendo instaladas 48 placas de fixação no anel de compressão.

Os cabos permanentes já foram desenrolados e estão posicionados na área do campo, com os conectores instalados nas extremidades. Também estão sendo posicionados os 48 macacos hidráulicos levantarão a estrutura de forma automatizada, para garantir a geometria circular, além da sincronia e da precisão necessárias. Em seguida, serão montadas e instaladas as treliças que formarão a base para a colocação da membrana.

Troca de experiência – A troca de conhecimentos com outras cidades-sede, como Salvador, foi um dos pontos altos do simpósio. O projeto da arena Fonte Nova foi apresentado pelo diretor de contrato da Odebrecht, Alexandre Chiavegatto, que mostrou detalhes da execução da cobertura.

“É uma tecnologia nova, que nunca foi aplicada no Brasil. Os responsáveis pela obra de Brasília nos visitaram em uma etapa importante de preparação para o içamento da cobertura, o big lift. Os processos são parecidos, conceitualmente”, considerou Chiavegatto.

Inovação tecnológica – A cobertura do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é uma das inovações tecnológicas que a obra exibirá. Funcionando como sistema de “roda de bicicleta invertida”, ela é composta por uma estrutura tensionada com cabos e treliças metálicas e revestida por uma membrana que cobrirá todos os assentos do estádio.

A membrana, de 90 mil m², é autolimpante, permite a passagem de luz natural, retém o calor e, ainda, retira a poluição do ar. Em contato com o sol, ela é capaz de retirar gases poluentes da atmosfera, em uma quantidade equivalente ao produzido por cerca de mil veículos por dia.