A X Câmara Temática de Saúde terminou, nesta sexta-feira (22), com uma discussão sobre os principais itens dos planos de ação das cidades-sede na área para os megaeventos esportivos. O evento – organizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Governo do Distrito Federal – reuniu cerca de 250 gestores e profissionais da Saúde de todo o país para debater e definir metas com foco nos torneio mundiais. Brasília abriu as apresentações das estratégias de atuação na quinta-feira (21) e chamou a atenção pelo elevado nível de planejamento.
Para o secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Adail Rollo, os métodos adotados pela capital federal se destacam pela organização e consistência das ações. “O projeto foi muito bem feito e implementado. Podemos considerá-lo uma inspiração para todo o país. Brasília deu show”, elogiou. “Esse encontro revelou um alto grau de comprometimento por parte das cidades-sede”, avaliou Adail Rollo.
A capital federal receberá, em 15 de junho, a abertura da Copa das Confederações, com a partida entre Brasil e Japão. Na Copa do Mundo da FIFA 2014, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha será palco do número máximo de jogos – sete ao todo. Para garantir a eficiência da estratégia, as ações ocorrerão de 8 a 20 de junho. Entre os principais pontos estão a atuação integrada e cuidados em vigilância sanitária (confira abaixo).
O subsecretário de Atenção à Saúde, Roberto Bittencourt, um dos responsáveis pela apresentação do plano de ação de Brasília, ressaltou a estrutura que será disponibilizada durante os megaeventos. “O DF está em um patamar elevado em relação à integração entre as redes de emergência e hospitalar e as forças da Saúde e da Segurança”, afirmou Bittencourt. A estratégia também será utilizada na Copa do Mundo de 2014.
Troca de experiências – A X Câmara Temática de Saúde faz parte de uma série de eventos realizados nesta semana, em Brasília, para definir estratégias e metas com foco nos torneios mundiais que o Brasil sediará. O debate entre os gestores da área nas cidades-sede dos megaeventos esportivos começou na segunda-feira (18), com o I Curso e Simulado de Emergências para Atendimento em Estádio de Futebol.
O encontro, promovido pela Secretaria de Saúde do DF, incluiu palestras, estudos de caso e oficinas práticas. O encerramento foi na quarta-feira (20), com uma simulação de atendimento a um desastre envolvendo cerca de 200 vítimas. “Fomos os primeiros a realizar um treinamento de grande proporção. Todos os feridos fictícios encaminhados foram devidamente atendidos, em duas horas”, comentou o subsecretário de Atenção à Saúde.
Na Câmara Temática, as cidades-sede apresentaram planejamentos essencialmente alinhados. Integração intersetorial e entre hospitais e emergências, unificação de comandos, ações de vigilância sanitária e epidemiológica e plano de atuação em casos de desastres com múltiplas vítimas são alguns tópicos encontrados nas estratégias de todas as capitais. Outra questão debatida foi a necessidade de interação entre as redes pública e privada de saúde.
Representando a Comissão Executiva GT da Copa da Secretaria de Saúde de Fortaleza, Fabrício Vasconcelos compartilhou as experiências dos testes realizados no Castelão, primeiro estádio da Copa do Mundo a ser inaugurado. “Um evento como esse é uma oportunidade de trocarmos ideias e aparar arestas para alcançar um objetivo: apresentar a melhor imagem do Brasil para o mundo”, destacou.
Principais itens do plano de ação da cidade-sede Brasília
• Atendimento
– Integração da rede de assistência à Saúde;
– Atendimento pré-hospitalar (de emergência) móvel com 37 ambulâncias, 14 motolâncias, duas bikelâncias e dois helicópteros do Samu;
– Central de regulação para triagem de pacientes;
– Rede hospitalar fixa com quatro Unidades de Pronto Atendimento 24 horas e 17 hospitais;
– Hospital de campanha na área externa do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, com 30 leitos e ponto de apoio logístico;
– Posto avançado de comando e sala de crise da Saúde;
– Plano de Atendimento a Desastres ou Acidentes com Múltiplas Vítimas;
– Gestão da ocupação de leitos de UTI, com manutenção de, no máximo, 80% de ocupação da capacidade total.
• Segurança sanitária
– Campanha de mobilização para vacinação de profissionais que terão contato direto com turistas;
– Conscientização, capacitação, fiscalização e certificação de estabelecimentos comerciais como farmácias, bares, restaurantes e hotéis;
– Distribuição de cartilhas informativas com dicas de saúde e de serviços para os turistas;
– Campanhas de conscientização contra o uso abusivo de álcool e sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, com distribuição de preservativos.
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