GDF lança projeto para banir armas de brinquedo

CEILÂNDIA (15/4/13) – Com o objetivo de desestimular a cultura de violência, o governador Agnelo Queiroz assinou um projeto de lei (PL), a ser enviado ainda hoje à Câmara Legislativa, que proíbe a fabricação e a comercialização de armas de brinquedo no Distrito Federal.

O PL faz parte das ações do GDF pela celebração do Dia Internacional do Desarmamento Infantil, comemorado hoje. Entre as novidades anunciadas pelo governador está o projeto Arma não é brinquedo. Dê livros, como parte da campanha Brasília entra em campo por um mundo sem armas, sem drogas, sem violência e sem racismo, o tema social da Copa 2014.

No projeto, armas de brinquedo serão trocadas por livros, no período de 29 a 24 de abril, nas Escolas Classe e de Ensino Fundamental de Ceilândia. A assinatura do PL foi feita no Sesc da cidade e pretende estimular comportamentos pacíficos para resolver conflitos a partir dos ensinamentos construtivos dos livros.

De acordo com o governador, para que o DF sinta o efeito esperado é necessária a adesão da população. “O nosso foco está voltado para toda a sociedade. Queremos fazer mais que uma campanha. Queremos criar uma cultura de paz e fazer com que os pais discutam em casa e que as crianças sejam protagonistas”, declarou Agnelo Queiroz.

Conscientização – O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do DF, Alírio Neto, argumentou que apenas o recolhimento das armas não é suficiente para diminuir a violência. Por isso, serão desenvolvidas ações de conscientização nas escolas públicas de Ceilândia, que recebeu o projeto-piloto. A expectativa é que, posteriormente, outras cidades recebam essa ação.

Durante a solenidade, Agnelo Queiroz anunciou que os 15 alunos vencedores de um concurso de desenho sobre o tema participarão do jogo de abertura do Campeonato Brasileiro, Flamengo x Santos, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, em 25 de maio. O governador instituiu, ainda, a Semana do Desarmamento Infantil, que deverá ser comemorada sempre na segunda semana de abril.

“Nosso trabalho não é só recolher as armas. Existe todo uma atuação a ser feita para mudar a sociedade. Hoje, 96% dos homicídios no país têm o envolvimento de arma de fogo e drogas, e nós queremos mudar isso”, disse Alírio.

Realidade – Várias famílias brasilienses convivem com as marcas da violência diariamente. É assim na casa da porteira Elina Garcia, 43 anos, que teve a filha de 15 anos assassinada a facadas por outra menor, de 17 anos, em abril de 2012. Um ano após o incidente que desestabilizou sua família, ela aprova a atuação do GDF no combate à violência.

“O que aconteceu com minha filha foi apenas vingança. Isso tem de acabar. Os pais, a Justiça e toda a população precisam abrir os olhos para este problema. Sou a favor da iniciativa do governo”, afirmou.