Crescimento da população exigirá esforços do governo para criar, até 2030, mais de 570 mil vagas em todos os níveis de ensino, além da contratação de pessoal

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Crescimento da população exigirá esforços do governo para criar, até 2030, mais de 570 mil vagas em todos os níveis de ensino, além da contratação de pessoal

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02/01/2014 às 13:24, atualizado em 17/05/2016 às 14:02

Estudo da Codeplan mostra os novos desafios da Educação

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Crescimento da população exigirá esforços do governo para criar, até 2030, mais de 570 mil vagas em todos os níveis de ensino, além da contratação de pessoal

Por Vaneska Freire, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura/Arquivo

BRASÍLIA (2/1/14) – O DF precisará contratar mais de 16,8 mil novos professores para atender a demanda até 2030. É o que revela o estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) Projeções Demográficas para 2030 no DF e Área Metropolitana e os impactos na Educação, Saúde, Transporte, Emprego e Infraestrutura Urbana.
 

A pesquisa analisou cada nível de ensino: educação infantil e ensinos fundamental, médio, profissional e superior.
 

O subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional da Secretaria de Educação do DF, Fábio Sousa, ressaltou a importância da pesquisa. “Podemos nos planejar para amenizarmos os impactos que possam ser causados pelo aumento substancial da população”, declarou Sousa.
 

O Distrito Federal é uma das unidades da Federação com os melhores indicadores referentes à educação no país. Em relação ao analfabetismo, por exemplo, somente o estado de Santa Catarina apresentou índice menor do que o do DF, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE em 2012.
 

Para 2030, o estudo prevê atendimento de 100% dos estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio e a ampliação do atendimento do ensino profissional de 10% para 50% e do nível superior de 53,7% para 75%. Para isso, será necessária a criação de 577.185 vagas para estudantes e a contratação de 16.883 professores.
 

EDUCAÇÃO INFANTIL – Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, somente 32,6% das crianças de 0 a 5 anos frequentaram unidades escolares em 2012, e 60,1% delas estudaram na rede privada.
 

Para ampliar o atendimento a esta faixa etária, o GDF iniciou a construção de creches. Das 112 previstas, 43 começaram a ser erguidas este ano, outras três estão em fase de contratação de obra, 13 em licitação e quatro em fase de confecção de projetos. As 49 restantes serão construídas em 2014 por uma nova metodologia, que permite a entrega após três meses do início da obra.
 

A hipótese sugerida pela Codeplan pressupõe que, em 2030, o DF alcançará a situação ideal, ou seja, todas as crianças de 0 a 5 anos passarão a frequentar a pré-escola. Para atender as crianças, o DF deverá criar mais 178,9 mil vagas e contratar mais de 9,5 mil professores de educação infantil.
 

“A Secretaria de Educação está implementando políticas que promovam a democratização da gestão e do acesso, inclusão e permanência dos estudantes com qualidade no sistema de ensino. Pretendemos universalizar o atendimento (da educação infantil) até 2020. Já universalizamos o atendimento nos ensinos fundamental e médio”, afirmou o subsecretário.
 

ENSINO FUNDAMENTAL – O número de alunos em 2012 matriculados no ensino fundamental é maior do que a quantidade de crianças de 6 a 14 anos domiciliadas no DF. Isso sinaliza que o DF comporta um número expressivo de estudantes que moram em outros municípios e de crianças que estudam fora da série recomendada para a idade. Nesse nível, a quantidade de escolas públicas (526) é maior que a de escolas privadas (311).
 

“Estamos aprimorando e implantando o sistema de ciclos no ensino fundamental e a semestralidade no ensino médio, configurando uma nova forma de organização do espaço e tempo escolar, nos adequando ao jovem deste século”, explicou o subsecretario.
 

Se em 2030 estiverem matriculadas no ensino fundamental apenas as crianças de 6 a 14 anos domiciliadas no DF, haveria uma diminuição do número desses estudantes, o que implicaria uma redução de 874 professores, se for mantida a atual relação professores/alunos.
 

TEMPO INTEGRAL – O ensino fundamental em tempo integral atendeu apenas 3,7% das crianças, sendo 83,3% em estabelecimentos da rede pública.
 

Em 2030, cerca de 70% das crianças na faixa de 6 a 14 anos estarão na escola integral, o que significaria a necessidade de aproximadamente 258 mil novas matrículas. Para isso será preciso uma forte ampliação do número de salas de aulas, além de grandes investimentos em recursos humanos para aumentar do quadro de profissionais.
 

Fábio Sousa afirmou ainda que a Secretaria de Educação vai “ampliar o tempo de permanência diária dos estudantes nas escolas, com qualidade, para consolidar a inclusão educacional.”
 

ENSINO MÉDIO – O nível educacional para adolescentes de 15 a 17 anos atendeu 76,7% desses jovens, em 2012, o que corresponde a mais de 111 mil estudantes.
 

“Oferecemos diversas atividades complementares, como práticas artísticas e desportivas, o que resulta no interesse do estudante pela escola, diminuindo assim os índices de evasão, abandono e repetência escolar”, garantiu Sousa.
 

Em 2030, a estimativa é de que haverá redução de 6,9 mil jovens nessa faixa etária. Mesmo com a redução de adolescentes, o DF deverá criar 26,9 mil novas matrículas e mais 1,7 mil vagas para professores. Com isso atenderá 100% desses jovens.
 

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – Em 2012, apenas 10% do público estava matriculado no ensino profissional. As instituições públicas federais representaram 19,6% das vagas, 24,6% são da rede pública distrital e a rede privada foi a responsável por 55,8% do total.
 

Segundo o estudo, 50% dos jovens na faixa de 15 a 17 anos estarão na educação profissional, em 2030, o que implicará em 69,3 mil novas matrículas e a contratação de 3.120 professores.
 

EDUCAÇÃO SUPERIOR – Para a faixa etária de 18 a 24 anos, estima-se um aumento de 4,2 mil jovens matriculados no ensino superior. Em 2012, 53,7% dos jovens nessa faixa etária cursavam esse nível.
 

O estudo prevê um aumento desse percentual para 75% em 2030, o que significaria a necessidade de mais de 79 mil novas matrículas e a contratação de 3.888 professores.

(V.F/T.V)