Até 2030, o DF precisará criar 5 mil novos leitos

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Até 2030, o DF precisará criar 5 mil novos leitos

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03/01/2014 às 13:17, atualizado em 17/05/2016 às 14:01

Pesquisa aponta perspectivas para saúde no DF daqui a dezesseis anos

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Até 2030, o DF precisará criar 5 mil novos leitos

Por Vaneska Freire, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal/Arquivo

BRASÍLIA (3/1/14) – A rede de saúde do DF tem mais médicos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para atender a demanda populacional de 2030, o governo precisará contratar mais 708 médicos e criar 5 mil leitos. Os dados são do estudo Projeções Demográficas para 2030 no DF e Área Metropolitana e os impactos na Educação, Saúde, Transporte, Emprego e Infraestrutura Urbana feito pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

 

O estudo, que considerou itens como leitos, médicos, equipes do programa Saúde da Família e vacinação, analisou dados de outubro de 2013 e adotou como referência os indicadores da OMS e do Ministério da Saúde.

 

Conforme recomendação da OMS, as cidades devem ter no mínimo um médico para cada mil habitantes, e, para melhorar o padrão de atendimento, o índice é de um médico para 500 habitantes.

 

Segundo o Banco de Dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), o DF tem 15.174 médicos de diversas especialidades, o que representa uma média de um médico para 184 pessoas, proporção muito superior à recomendação da OMS. Na rede pública de saúde, atuam 6.748 desses profissionais, o que representa um médico para cada 413 pessoas.

 

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, explicou que os hospitais da rede pública são muito utilizados por moradores de outros estados, o que sobrecarrega o sistema.

 

“No Hospital de Base, que é referência para atendimento a politraumatizados, por exemplo, o fluxo de atendimento a pacientes que não residem no DF é de 80%. Isso faz com que a relação médico/paciente seja maior. Além disso, o sistema estava abandonado e não recebia investimentos. A população de fora sobrecarrega nosso sistema, mas não vamos deixar de atender. Isso porque o sistema de saúde é universal e acreditamos nisso”, afirmou.

 

INVESTIMENTOS – O Governo do Distrito Federal realizou diversos investimentos na área de Saúde, nos últimos três anos, para melhorar a qualidade dos serviços e reduzir o tempo de espera por consultas, exames e atendimentos de emergência.

 

FOTO ROBERTO CASTRO 6Entre 2011 e 2013 foram construídas nove Clínicas da Família – quatro em Samambaia, uma no Areal, uma em Sobradinho, duas no Recanto das Emas e uma em Sobradinho II, para prestar serviços básicos como vacinação, exames de pré-natal, acompanhamento de doenças crônicas e consultas.

 

O GDF também entregou quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) – em Samambaia, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e São Sebastião. Mais quatro UPAs estão em construção e devem ser inauguradas neste ano, sendo duas em Ceilândia, uma no Gama e outra em Sobradinho.

 

“Reformamos os principais hospitais, criamos as Clínicas da Família, UPAs e contratamos mais de 14 mil servidores, além de aumentar os salários dos dentistas, enfermeiros e médicos e do reajuste de carreiras”, declarou Barbosa.

 

PROJEÇÃO – Para 2030, o Distrito Federal necessitaria de 7.456 médicos, número substancialmente inferior ao do que já dispõe. Em relação ao contingente de médicos na rede pública, tendo também como referência a relação de um médico para 500 habitantes, seria necessária a contratação de apenas 708 médicos para a rede até 2030.

 

Outro item analisado foi a quantidade de leitos. O desejável é um leito para cada 400 habitantes. Em 2013, o número de leitos disponíveis no DF, em hospitais públicos e particulares, era de 6.808, ou seja, um para cada 410 habitantes. Considerando apenas a rede pública, o número de leitos existente é de 4.433, o que corresponde a 629 habitantes por leito.

 

Mais de 800 leitos foram criados no DF, desde 2009, quando existiam cerca de 3,6 mil. Somente neste ano o GDF instalou 80 novos leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais públicos e disponibilizou mais 19 leitos de UTI conveniados e contratados. Com essa expansão, que ocorre desde 2011, o número de leitos de UTI cresceu 185% em três anos, passando de 236 para 437.

 

Em 2030, para atingir a meta de 400 habitantes por leito e levando em conta apenas a rede pública, será necessária a implantação de 5 mil leitos.

 

Quanto ao Programa de Saúde da Família, o CNES indicou a existência de 230 Equipes da Saúde da Família (ESF) no Distrito Federal em 2013. Considerando que cada equipe atende 3 mil pessoas, a cobertura é de 26% da população. A meta da Secretaria de Saúde do DF é atender a mais de 70% da população em 2030, o que significa que deverão ser contratadas mais 650 equipes.

 

Outra preocupação do governo é a saúde da mulher. Para atendê-las, foi criada em 2012 a Carreta da Mulher, unidade móvel que realiza exames preventivos do câncer de colo de útero (Papanicolau), mamografias e ecografias. Com quatro unidades móveis disponíveis, já foram realizados mais de 100 mil exames. O projeto proporciona comodidade e agilidade, pois a paciente não precisa se deslocar até um hospital para agendar e fazer exames.

 

FOTO LULA LOPES 2VACINAÇÃO – A imunização de estudantes contra o Papiloma Vírus (HPV), principal causador de câncer de colo de útero, foi outra iniciativa inédita no país. Cerca de 108 mil meninas, de 11 a 13 anos, foram vacinadas contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Somente em 2012, a doença foi a responsável pela morte de 90 mulheres no DF.

 

Em 2013, a cobertura vacinal de crianças menores de 1 ano está entre 85% e 100%, dependendo da vacina, e ultrapassa 43,9 mil aplicações. Segundo as estimativas para 2030, o DF terá 45.712 crianças nessa faixa de idade. Para atender a 100% dessas crianças, será necessário um pequeno incremento, entre 1,7 mil e 8,3 mil vacinas a mais, a depender da doença combatida.

 

No caso da população acima de 60 anos, a cobertura vacinal de Influenza, conhecida como Vacina da Gripe, garantiu a imunidade de 84,5% dos idosos do DF em 2013. Em 2030, mais de 618,4 mil pessoas estarão nessa faixa etária. O grande aumento de idosos exigirá ampliação de 460 mil vacinas para uma cobertura completa.

 

METAS PARA 2014 – Diversos investimentos na área de Saúde serão realizados em 2014, como a construção de:

– 32 Clínicas da Família;

– 10 UPAs;

– Bloco de Trauma do HBDF;

– Novo Hospital do Gama;

– Central de Laudos;

– Usina de Exames;

– 16 Academias de Saúde;

 

Além disso, serão adquiridas uma Carreta da Oftalmologia, para a realização de 250 exames por dia, e uma Carreta da Ressonância Magnética.

 

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(V.F/T.V*)