13/01/2014 às 18:32

Vacinação contra HPV feita pelo GDF é referência para Ministério da Saúde

Foram adquiridas 192 mil doses para a imunização das estudantes das redes pública e privada do DF 

Por Da Redação, com informações da Secretaria de Saúde


. Foto: Lula Lopes / Arquivo

 BRASÍLIA (13/1/14) – A campanha de vacinação contra o HPV, promovida pela Secretaria de Saúde do DF, foi reconhecida como uma experiência de sucesso pelo Ministério da Saúde, que resolveu torná-la modelo em todo o país. A meta alcançada pelo GDF para 2013 foi a vacinação de 62,8 mil estudantes do Distrito Federal nascidas entre 2000 e 2002.

 

Ação pioneira em todo o Brasil, segundo a Secretaria de Saúde, a imunização das meninas teve investimento do governo local de R$ 14 milhões, o que possibilitou a aquisição de 192 mil doses. Cada unidade custou R$ 73 aos cofres públicos.

 

“Para garantir a efetividade da vacina, é necessária a aplicação de três doses, com intervalo de 60 e 180 dias após a primeira dose. Na primeira dose, a cobertura vacinal atingiu 93,90% (da meta), na segunda 94,15% e na terceira e última etapa, 88,87%”, explicou a gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Secretaria de Saúde, Cristina Segatto.

 

O enfrentamento à doença realizado pelo GDF contou com uma parceria das secretarias de Saúde e Educação. Nessa última pasta, houve a capacitação dos profissionais para esclarecerem aos pais e familiares das estudantes sobre a importância dessa vacinação.

 

Para a subsecretária de Vigilância à Saúde, Marília Coelho, a introdução dessa nova vacina é um dos projetos mais importantes do GDF nos últimos tempos, uma vez que o impacto desse investimento será sentido na redução de casos de HPV.

 

“O custo-beneficio será muito grande, pois vai evitar 70% dos casos de câncer de colo de útero e trazer uma economia brutal para o sistema de saúde”, destacou Marília, ao acrescentar que o tratamento da doença é um dos mais caros.

 

Além da vacina quadrivalente (utilizada no DF), que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18, outra vacina contra HPV foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina bivalente, que oferece proteção contra HPV 16 e 18. As duas vacinas estão comercialmente disponíveis em clínicas privadas.

 

A partir de 2014, a imunização será exclusiva para meninas de 11 a 13 anos, e as vacinas serão fornecidas pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil, com o objetivo de assegurar proteção contra quatro tipos do HPV (6, 11, 16 e 18), antes do início da vida sexual.

 

A DOENÇA – Os HPVs são vírus capazes de infectar a pele e as mucosas. A transmissão se dá por contato direto com o local infectado, e a principal forma de transmissão é pela via sexual.

 

Quando a infecção persiste, ela pode resultar no desenvolvimento de lesões precursoras, que podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, e 40 deles podem infectar o trato ano-genital. Para evitar o surgimento do câncer de colo do útero é importante que as mulheres façam exames preventivos (Papanicolau ou citopatológico), que podem detectar as lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.

 

As lesões clínicas se apresentam como verrugas ou lesões denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”. Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável.

 

Nas mulheres, podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens, podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta, em ambos os sexos.

 

(F.M./M.D.*)