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11/02/2014 às 11:41

Com a coleta seletiva lixo orgânico será melhor aproveitado

 

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Usinas de compostagem produzem, hoje, 150 toneladas de adubo

Por Kelly Ikuma, da Agência Brasília

BRASÍLIA (11/2/14) – Com a implantação do sistema integrado de coleta seletiva que começa a operar a partir desta segunda-feira (17) em todas as regiões administrativas do Distrito Federal, a destinação do lixo sofrerá alterações. Haverá mudanças desde o recolhimento dos resíduos nas residências e comércios até o seu reaproveitamento, etapas que precedem a desativação do Lixão da Estrutural.


“Todas as ações que estamos colocando em prática têm a finalidade de acabar com esse lixão a céu aberto antes mesmo do prazo definido pela lei federal sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o fechamento desses locais em todos os municípios até agosto de 2014. Mas, para desativar esse local, tivemos que organizar essa logística de descarte”, afirmou o diretor do SLU, Gastão Ramos.

 

Assim que a coleta seletiva começar a funcionar nas 31 regiões administrativas do DF, o descarte recolhido pelos caminhões convencionais, que transportarão apenas a parte úmida (orgânica), será levado para as usinas de compostagem de Ceilândia e da Asa Sul. Atualmente, esses locais fazem também a triagem do material recolhido, já que recebem o lixo orgânico misturado ao seco, etapa que será descartada com o novo sistema.

 

Na usina de Ceilândia, considerada a maior da América Latina, é realizado o processo de decomposição e de reciclagem da matéria contida no descarte úmido formando o composto orgânico, que é transformado em adubo. A unidade da Asa Sul só realiza o processo até a formação do composto, que é encaminhado para a outra unidade. O adubo é destinado a programas governamentais e para pequenos e médios agricultores cadastrados na Emater.

 

De acordo com Hélio do Carmo, responsável pela fiscalização na unidade de Ceilândia, será possível eliminar pelo menos duas etapas com a coleta seletiva. “A triagem e uma das etapas de peneiramento não serão mais necessárias, pois o material chegará mais puro. Mas acredito que para chegar a esse estágio, levará, ainda, um tempo para que a população consiga se adequar ao processo de separação de lixo”, declarou.

 

Nem todo o lixo orgânico é transformado em adubo, pois a usina ainda não tem capacidade de realizar a compostagem do montante recolhido, portanto, atualmente, a sobra é despejada no Lixão da Estrutural. Assim que o primeiro aterro sanitário do DF for inaugurado, conhecido como “Aterro Oeste” – a previsão é que a primeira célula comece a funcionar a partir de maio em Samambaia – esse rejeito seguirá para lá.

 

CENTROS DE TRIAGEM – O DF produz uma média de 2,7 mil toneladas de lixo orgânico diariamente. A usina tem capacidade de receber 600 toneladas/dia de lixo orgânico, o que resulta na produção de 150 toneladas/dia de composto. “Esperamos em um futuro próximo aproveitar o máximo possível do lixo orgânico com a construção de mais usinas. Dessa maneira, também diminuímos a quantidade de rejeito despejado no aterro”, afirmou o direito do SLU, Gastão Ramos.

 

O material proveniente da coleta seletiva, o lixo seco, seguirá para as 32 cooperativas cadastradas na Sedest até que os centros de triagem comecem a funcionar – está prevista a construção de 12, sendo que quatro começam a operar em maio. O descarte, composto basicamente por papel, plástico, alumínio e vidro, será levado para esses espaços, onde os catadores das próprias cooperativas trabalharão na separação do material.

 

O lixo proveniente da construção civil, que representa quase 70% do total de descartes diários no DF, terá nova destinação. Está prevista para este ano a construção de oito Áreas de Transbordo e Tratamento de Resíduos Sólidos (ATTRS), que além de terem a função de armazenar esse entulho também farão a reutilização desses resíduos. As unidades de Ceilândia e da Estrutural já estão em licitação pela Novacap.

 

OUTROS DESCARTES – O óleo de cozinha usado coletado pela Caesb é destinado para Arranjos Produtivos Locais (APLs) – hoje, o DF conta com 10 -, organizados para produzir biodiesel, a ser utilizado em frota própria, e sabão, em espaços comunitários. Esses locais são aglomerações de empreendimentos de uma mesma atividade produtiva que apresentam vínculos de articulação, cooperação e aprendizagem entre si.

 

A Caesb tem uma parceria com a Embrapa Agroenergia para a instalação de uma pequena usina de produção de biodiesel a partir do óleo de cozinha usado. A construção da usina está em fase final.

 

O lixo eletrônico, entregue nos Núcleos de Limpeza do SLU, é recolhido por empresas que fazem a separação dos componentes para encaminhá-los a outras cidades que possuem locais que reciclam o material, já que o DF não possui esse tipo de espaço. A intenção do órgão é construir uma estrutura para destinar corretamente os resíduos recebidos para posterior reciclagem de todas as peças em separado.

 

(K.I/I.M*)