Legado da Copa em benefício de crianças e adolescentes

 BRASÍLIA (1/12/14) – A Copa do Mundo deixou muito mais do que lembranças em Brasília. Além dos investimentos em obras de mobilidade urbana, segurança, infraestrutura e da projeção alcançada pela cidade, o Mundial deixou outros legados importantes. Um deles foi a redução do número de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais que cortam o DF. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a queda foi de 52,17% no período 2013/2014 em comparação a 2011/2012.

No levantamento feito em 2011/2012, o Distrito Federal contava com 23 pontos vulneráveis à exploração sexual de menores, número que caiu para 11 entre 2013/2014. Brasília teve a maior redução entre os estados da Região Centro-Oeste.

“O grande legado que vimos nessa área foi o aumento de ações preventivas, palestras, fóruns de discussão e campanhas educativas no período que antecedeu e durante os grandes eventos”, explicou Marcia Freitas Vieira, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da PRF.

Esforço – Ela destacou que, agora, a manutenção dessas ações contribuirá para desempenhos ainda melhores. Márcia lembrou que a exploração de crianças e adolescentes é um crime complexo e que os esforços por conta da Copa foram fundamentais para obter bons resultados. “Não podemos deixar de destacar que as ações conjuntas foram incrementadas e fundamentais para a redução dos pontos vulneráveis”, disse.

Para os pesquisadores, a redução foi importante, principalmente em função do número de turistas que a cidade recebeu. Foram sete jogos na Copa do Mundo. Ao todo, 478 mil estiveram no estádio Mané Garrincha para assistir às partidas. A cidade foi visitada por 633 mil pessoas, das quais 143.743 eram estrangeiras, e foi a mais bem avaliada entre as 12 sedes.

O que são? – De acordo com o estudo, pontos vulneráveis são ambientes ou estabelecimentos onde os agentes da polícia rodoviária federal encontram características – presença de adultos se prostituindo, inexistência de iluminação, ausência de vigilância privada, locais costumeiros de parada de veículos e consumo de bebida alcoólica – que apresentam condições à exploração sexual de menores.

O estudo também levantou o número de crianças e adolescentes retirados de situação de risco no país. Com 188 ocorrências, apesar de ser um número parcial, ele está bem abaixo de outros anos, como 2013, que teve 590. A pesquisa foi divulgada na última semana pela PRF, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Ministério Público do Trabalho.

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(M.D.*)