12/04/2015 às 16:55

Brasília terá mais 150 mil árvores até fevereiro de 2016

Arborização contemplará todo o Distrito Federal, que já tem cerca de 5 milhões de unidades de 180 espécies diferentes. Entenda como é feito o plantio das mudas

Por Kelly Crosara, da Agência Brasília


. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Atualizada em 28 de abril de 2015, às 15h50

Segundo a Novacap, a previsão de plantio de mudas em 2015 mudou devido à contenção de gastos no governo. A empresa planejava plantar 250 mil mudas, mas agora prevê o total de 150 mil novas árvores nas áreas públicas do Distrito Federal até o fevereiro de 2016, de acordo com levantamento de necessidades e capacidade de plantio.

Até o fim de fevereiro de 2016, as áreas públicas do Distrito Federal receberão 150 mil árvores — três vezes mais que em 2014, quando foram plantadas 50 mil mudas. A iniciativa faz parte do Programa de Arborização 2015 e abrangerá todas as regiões administrativas.

As novas árvores vão se juntar às cerca de 5 milhões existentes em todo o DF. No total, são 180 espécies, de acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), responsável pelo plantio. Para esses números serem alcançados, foi preciso muito amor ao meio ambiente, além de pesquisa e tecnologia. “Versa a lenda que as primeiras pessoas que chegaram à capital do Brasil trouxeram 50 mil mudas exóticas — de outras regiões —, que morreram de um dia para o outro por não se adaptarem ao ambiente”, conta o chefe do Viveiro II da Novacap, o engenheiro agrônomo Saulo Ulhoa.

Outra curiosidade citada por Ulhoa é que os pioneiros queriam inaugurar Brasília com a Esplanada dos Ministérios toda gramada. Como na época não havia ainda um órgão responsável por essa área — além da demora para a grama se firmar —, foram espalhados alpistes por toda a extensão do local, que ficou verdinho em poucos dias. Essa semente, além de alimentar pássaros, se desenvolve de forma rápida por não ser exigente quanto ao tipo de solo.

Depois dessas tentativas iniciais, a Novacap passou a ser responsável, ainda na década de 1960, pelo cultivo consciente de árvores no DF. A empresa possui um espaço de 78 hectares, ao lado do Parque Nacional de Brasília, que leva o nome de Viveiro II. Lá, são produzidas atualmente 250 mil mudas. A capacidade máxima é de 650 mil.

A produção do Viveiro II é destinada à recuperação de áreas degradadas e à arborização urbana. Órgãos do governo e entidades vinculadas fazem a demanda à Novacap após analisarem a necessidade de repor árvores — em áreas sem vegetação suficiente, por exemplo. “Pessoas físicas ou associações de moradores também podem comprar espécies do viveiro, porém, antes perguntamos onde serão plantadas e para qual finalidade”, avisa Ulhoa.

Cerca de 80% da produção do Viveiro II são plantas nativas do Cerrado. As demais são exóticas, que se se adaptaram muito bem ao clima de Brasília. “Desde a década de 70, desenvolvemos um trabalho para conhecer o comportamento das árvores. Temos aqui no viveiro dezenas de espécies que ainda estão sendo domesticadas e devem demorar até 20 anos para serem colocadas nas ruas”, explica o agrônomo.

Novidade
De acordo com a Novacap, Brasília será palco, em poucos anos, do florescimento de uma nova espécie: o ipê-preto. Ela tem esse nome pela similaridade com os outros ipês, mas não faz parte do mesmo gênero. “Já começamos o plantio e agora é só esperar para ver esse espetáculo da natureza se somar às outras cores espalhadas nas ruas de Brasília”, informa Ulhoa.

Cultivo
O trabalho de cultivo inicia com o recolhimento das sementes num raio de até 500 quilômetros de distância da capital federal. O processo da germinação e das etapas seguintes varia de acordo com cada espécie, mas, geralmente, em no máximo um ano, a árvore está pronta para ser utilizada.

Segundo o chefe do departamento de Parques e Jardins da Novacap, Rômulo Ervilha, as plantas permanecem no Viveiro II até atingir o tamanho ideal para o replantio nas áreas públicas. Entre as espécies cultivadas estão as variedades do ipê – branco, amarelo, roxo, rosa —, o jatobá, a paineira e o flamboyant. Existem também as frutíferas, como jaqueira, mangueira, pitangueira, goiabeira, amoreira e pequizeiro.

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