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12/06/2015 às 22:02
Administração de medicamentos na rede pública de saúde passa a contar com participação mais ativa de farmacêuticos clínicos
Farmacêuticos da rede pública de saúde foram deslocados dos balcões das farmácias clínicas para integrar equipes multidisciplinares de acompanhamento a pacientes internados nas unidades de terapia intensiva. A mudança faz parte do plano de enfrentamento da resistência bacteriana nas áreas críticas dos hospitais públicos de Brasília, divulgado pela Secretaria de Saúde na terça-feira (9). A partir de agora, médicos e enfermeiros terão ajuda para implementar o uso racional de antibióticos — medicamentos usados para tratar infecções bacterianas, mas que, se administrados de maneira errada, contribuem para a promoção da resistência de micro-organismos às substâncias.
Nathalia Lobão, farmacêutica clínica do Hospital de Base, explica que é papel desse profissional colaborar com as equipes e orientá-las em relação ao melhor tipo de medicamento para cada paciente, à dose correta e à via mais adequada (venal, oral). “Opinamos e fazemos ajustes no que diz respeito à terapia medicamentosa; não interferimos no diagnóstico”, afirma a especialista. A inserção do farmacêutico nas equipes multidisciplinares de acompanhamento é, na avaliação de Nathalia, um aprimoramento da atenção à saúde. “Não fazíamos errado; estamos melhorando a forma de atuação”, avalia.
Visitas a pacientes
Em visitas a pacientes, o farmacêutico passará a analisar, por exemplo, a interferência de outros medicamentos na eficácia do antibiótico. Pessoas internadas em unidades de terapia intensiva têm quadro clínico que requer a administração simultânea de várias substâncias. “Se uma delas tiver características que possam diminuir a eficácia de outras, é nosso papel ajustar a receita, em parceria com o médico”, esclarece. O profissional também é capaz de alertar quanto ao tempo correto do uso do remédio e à dosagem.
O fato de uma infecção não reagir a um antibiótico é confundido, às vezes, com a ineficiência do medicamento, quando, na verdade, pode se tratar de erro na quantidade administrada. “Nesse caso, receita-se outro, mais forte, sem que isso seja preciso”, complementa Nathalia. A necessidade de racionalizar o uso de antibióticos se dá tanto pela capacidade das bactérias de desenvolver resistência rapidamente, quanto à inexistência de novos tipos desse remédio no mercado: “Não temos novos antibióticos há muitos anos, então precisamos preservar a eficácia dos que ainda existem”.
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