18/09/2015 às 16:52, atualizado em 26/05/2016 às 17:06

Governo exige formalização do MRP para continuar o diálogo

Grupo que ocupa hotel no centro da cidade se comprometeu a apresentar lista de integrantes até segunda (21) para legalizar a entidade. Governo está empenhado em evitar conflitos

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Com a retomada das negociações entre o governo e o grupo que ocupa desde domingo (13) o St. Peter Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, ficou definido que o movimento vai colaborar para que o problema seja resolvido pacificamente. Nesta sexta-feira (18), representantes das Secretarias de Relações Institucionais e Sociais e de Desenvolvimento Humano e Social, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) e da Casa Militar reuniram-se com líderes do Movimento de Resistência Popular (MRP) e com os advogados do grupo, no Palácio do Buriti, para traçar estratégias e encaminhar decisões.

“Nosso objetivo é identificar o tamanho do movimento formalmente e analisar as alternativas para dar continuidade ao processo de negociação”, declarou o secretário-adjunto da Secretaria de Relações Institucionais e Sociais, Manoel Alexandre. Ele reforçou o empenho do Executivo em adiar o cumprimento da ordem de reintegração de posse — expedida na segunda-feira (14) — para evitar qualquer tipo de conflito.

Dissidência do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) criada em março, o MRP, que coordena a ocupação e não é legalmente constituído, comprometeu-se a apresentar, até segunda-feira (21), uma lista de membros para formalizar a entidade na Codhab. “Vamos fazer o controle do nosso grupo e sairemos do hotel assim que tivermos uma alternativa”, destacou o líder, Edson Silva. “Pretendemos manter o diálogo com o governo.”

A reivindicação do grupo é a prorrogação do auxílio-aluguel até que as famílias representadas — 511, segundo a última conta feita pelo MRP — recebam um imóvel. A Lei nº 5.165, de 4 de setembro de 2013, porém, não permite que a concessão do benefício mensal de R$ 600 seja estendida.

Famílias ainda não habilitadas em programas habitacionais do governo de Brasília têm direito ao valor durante seis meses, sem prorrogação. Já às habilitadas são pagos seis meses de benefício, prorrogáveis pelo mesmo período.

Participaram da reunião a subsecretária de Relações Intersetoriais, da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, Elizabeth Mertens; o diretor imobiliário da Codhab, Jorge Gutierrez; o deputado distrital Ricardo Vale (PT); o representante da Casa Militar coronel Leonardo Sant’Anna; os representantes do MRP, Ylka Carvalho e Francisvaldo Silva; e os advogados do grupo, Sandra Nascimento e Rodrigo Pessoa de Carvalho.

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