Quatro hospitais públicos de Brasília oferecem o serviço. Intervenção visa também a resgatar a autoestima

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03/11/2015 às 12:14

Rede pública brasiliense faz, em média, 80 cirurgias de reconstrução mamária por mês

Quatro hospitais públicos de Brasília oferecem o serviço. Intervenção visa também a resgatar a autoestima

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília

O Hospital de Base do Distrito Federal e os Regionais da Asa Norte, de Sobradinho e de Santa Maria fazem, juntos, média de 80 cirurgias mensais gratuitas de reconstrução mamária. No ano passado, o número, também médio, ficou em 24, conforme dados da Secretaria de Saúde. Em 2013, foi 19, de acordo com o Ministério da Saúde. O crescimento, segundo o órgão federal, é  tendência em todo o Brasil. Em 2014, foram mais de 9,1 mil, aumento de 16% em relação às 7,8 mil em 2013 no País.

No Distrito Federal, entre as justificativas para a elevação está a de que, desde novembro passado, já não existe espera para fazer a reconstrução do seio atingido pelo câncer. Sempre que o quadro clínico da paciente permite, a colocação de prótese ou enxerto é feita imediatamente após a retirada do tumor. Devido à greve de profissionais da Secretaria de Saúde em outubro, as cirurgias marcadas antes da paralisação foram suspensas, ficando o serviço limitado apenas a condutas de emergência.

Desde novembro de 2014, não há espera para esse tipo de operação, desde que as condições clínicas da paciente permitam fazê-la.

Um convênio firmado em 2014 com a Sociedade Brasileira de Mastologia permite a capacitação médica continuada em técnicas de cirurgias de reconstrução mamária.

Profissionais habilitados pela entidade atuaram, nas respectivas unidades de atendimento, como multiplicadores do conhecimento aos colegas.

Gratuidade
Pela Lei 12.802, de 2013, o procedimento é assegurado e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente a toda mulher que precisou retirar um ou os dois seios em virtude de tumores, pelo método da mastectomia. Os gestores locais do SUS (do estado ou do município) têm autonomia para definir prioridades de atendimento e para monitorar a lista de pacientes que, por indicação médica, farão a cirurgia reparadora. A gestão do sistema é compartilhada entre as esferas federal, estadual e municipal.

Métodos
De acordo com o coordenador de Cirurgia Plástica e Queimados, da Secretaria de Saúde, José Adorno, há outros meios de reconstrução além da colocação de prótese de silicone. “Nós fazemos uma avaliação conjunta com profissionais da radiologia, da quimioterapia, da mastologia e da oncologia para saber o que se encaixa melhor em cada caso”, explica o médico-cirurgião. Outras possibilidades são a que usa os chamados retalhos — ou tecidos — do músculo abdominal ou dorsal da paciente e o expansor, uma prótese para alargar o local onde posteriormente será implantada a definitiva.

Mulheres vítimas de câncer de mama têm direito à reconstrução gratuita assegurado por lei.

Uma mulher pode passar por até quatro cirurgias antes da reconstrução mamária completa. São intervenções para dar volume à nova mama e simetria aos dois seios ou para reconstruir a auréola e o mamilo. “É muito mais do que estético”, diz Adorno. “A gente busca devolver a autoestima feminina e melhorar questões psicológicas abaladas pela doença”, acrescenta. Ele já operou mulheres de 20 e poucos anos até outras com mais de 70. O importante, afirma, é avaliar as condições físicas das pessoas antes de elas passarem por uma operação desse porte.

Atendimento
Ao perceber a presença de caroço (nódulo) nos seios, um especialista em mama deve ser procurado imediatamente. Na Unidade de Mastologia do Hospital de Base, o atendimento é das 7 às 12 horas e das 13 às 18 horas, de segunda a sexta-feira. Para marcar consulta, a paciente precisa se dirigir à Gerência de Regulação, Controle e Avaliação, em dias úteis. Outros hospitais regionais, como os da Asa Norte, de Santa Maria e de Sobradinho, também contam com essa especialidade. As unidades que não dispõem de mastologista encaminham as pacientes para as que têm. Para iniciar o tratamento, é necessário haver encaminhamento de um ginecologista, que pode ser obtido em centros de saúde.