06/04/2016 às 22:18

Brazlândia registra 1,5 mil pessoas com dengue desde janeiro

Boletim divulgado nesta quarta (6) traz 10.433 suspeitas. Aumento pode ser explicado pela existência dos quatro tipos da doença em circulação

Por Jade Abreu, da Agência Brasília

De janeiro até a semana epidemiológica nº 13 (de 27 de março a 2 de abril), Brazlândia registrou 1,5 mil pessoas com dengue, de acordo com o Informativo Epidemiológico nº 14, divulgado nesta quarta-feira (6). A região administrativa é a com o maior número de casos da doença, seguida por Ceilândia (1.014) e por São Sebastião (778). Nesta semana, mais 80 moradores do DF contraíram dengue, o que totaliza 8.856 confirmações.

De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica, da Subsecretaria de Vigilância à Saúde, Cristina Segatto, as análises do contágio ainda são prematuras, já que os dados são atualizados todas as semanas. Ela explica que o aumento dos tipos de vírus em circulação em Brasília justifica a quantidade de registros da doença. Em fevereiro, a Secretaria de Saúde identificou o primeiro caso autóctone (originado na região) de dengue tipo 3.

“A pessoa se torna imune ao tipo de dengue que contrai. Por exemplo, quando pega a dengue 1, está imune a ela. Só que nós temos, pela primeira vez, os quatro tipos de dengue em circulação”, detalha. Cristina reforça que desde 2010 há casos de dengue em Brazlândia, mas eram esporádicos. Segundo ela, o crescimento pode ser explicado porque os moradores da região não estavam imunes. “O contágio depende da circulação viral, do mosquito e da susceptibilidade da doença.”

Além das confirmações, o informativo apresentou 10.433 suspeitas de dengue. Como algumas ocorrências demoram a ser registradas, os números referentes a cada semana epidemiológica podem sofrer alterações.

Em busca de focos
Nesta quinta-feira (7), Brazlândia vai receber ações intensificadas da força-tarefa do governo de Brasília contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. Das 8 horas ao meio-dia, 120 militares do Exército Brasileiro e 90 do Corpo de Bombeiros, e 134 agentes da pasta de Saúde farão vistorias nos imóveis da região administrativa em busca de possíveis focos de proliferação de larvas do inseto.

A secretaria ainda vai colocar quatro fumacês para espalhar inseticida contra o mosquito. O Serviço de Limpeza Urbana terá 12 servidores e seis caminhões para recolher entulhos nas ruas e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) também dará apoio com mais cinco caminhões para ajudar nas remoções. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal colocará uma equipe de policiamento para auxiliar as demais. Além disso, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal estará com dois servidores para dar orientações aos moradores sobre o descarte correto de resíduos sólidos.

Zika e chikungunya
O levantamento apresenta ainda dados do zika vírus e da febre chikungunya. Até o momento, a Secretaria de Saúde já identificou 40 casos de zika em moradores do DF e em oito de outras unidades da Federação. Pelo informativo, 20 gestantes foram diagnosticadas com o zika vírus. Delas, 11 são mulheres de Brasília, oito de Goiás e uma de Mato Grosso.

As ocorrências de febre chikungunya aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o boletim, em 2015, dois moradores da capital tinham sido identificados com a doença, contra 37 em 2016.

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