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12/05/2016 às 17:27, atualizado em 13/05/2016 às 19:44
Militares do grupamento de proteção ambiental da corporação ministram oficinas de mobilização da sociedade e de construção de materiais preventivos
Acostumado a tentar apagar princípios de incêndio com água e galhos, o auxiliar de serviços gerais João Gomes, de 48 anos, construiu seu próprio abafador — artefato usado para contenção das chamas — com a ajuda de instrutores do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. “Antes disso, nem sempre dava certo”, confessa o trabalhador de um condomínio no Setor Habitacional Tororó, em Santa Maria, próximo a São Sebastião.
João é uma das 70 pessoas que participaram da oficina de combate a incêndios florestais e de construção de abafadores ministrada pelos militares. Durante toda a tarde de terça-feira (10), quatro bombeiros mostraram aos participantes as ferramentas mais usadas, os materiais de proteção mais eficazes e a importância da prevenção às ocorrências no Cerrado.
“É de extrema ajuda para o nosso trabalho que o imediato atendimento ocorra”, afirma o comandante do 11º Grupamento de Bombeiro Militar, em São Sebastião, major Adriano Abreu. Ele reforça que, para evitar grandes perdas da vegetação, o fogo tem de ser controlado por meio de abafadores.
Única mulher entre os alunos, a auxiliar-administrativa de outro condomínio do Tororó Andressa Arantes, de 20 anos, nunca teve de lidar diretamente com o fogo, mas entende que precisa saber como agir. “Na hora de uma emergência, todos têm o dever de ajudar”, aponta a funcionária. Já o chacareiro José Batista Neto, de 65 anos, apagou três incêndios na propriedade em que mora desde 2000. “Certamente ficarei mais tranquilo sabendo como usar esse instrumento.”
Abafador
Principal ferramenta para controle direto do fogo, o abafador é um utensílio de uso manual que tem cerca de 2,5 metros de cabo de madeira de eucalipto — espécie resistente às chamas. A lâmina de borracha usada para abafar tem quatro milímetros de espessura, 45 centímetros de largura e 65 centímetros de comprimento. Os bombeiros referem-se ao objeto como material de ataque direto no combate ao fogo. Além do abafador, os militares aconselham o uso de luva, bota, máscara, balaclava (espécie de chapéu que cobre a cabeça, a nuca e os ombros) e óculos de proteção.
O encontro aberto a moradores, condôminos, chacareiros e trabalhadores da região ocorreu no Residencial Santa Mônica, no Setor Habitacional Tororó, por iniciativa do Conselho Comunitário de Segurança do Tororó. De acordo com a administradora de empresas e presidente do conselho, Viviane Martins Fidelis, o curso é uma forma de mostrar resultados para a comunidade. “Em abril, intermediamos palestras e oficinas de primeiros socorros com a ajuda dos bombeiros, outro assunto essencial para os moradores daqui”, diz Viviane, referindo-se aos acidentes com animais peçonhentos que ocorrem na área rural.
Assim como os moradores do Setor Habitacional Tororó e do Jardim de Botânico — regiões atendidas pelo grupamento de São Sebastião —, qualquer cidadão do DF que trabalhe ou more em área rural, ou próxima a ela, pode solicitar oficinas do Corpo de Bombeiros.
Os pedidos devem ser feitos pelo telefone (61) 3901-2927, da Seção de Ensino, Pesquisa, Ciência e Tecnologia do Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal ou nos grupamentos das regiões administrativas.
Ocorrências
Só neste ano foram registradas 233 ocorrências de incêndios florestais no DF, sendo 39 de 1º a 9 de maio. Em 2015, foram 53 incêndios nos 30 dias do mesmo mês. Em 2015, o número de ocorrências foi de 5.178, o que equivale a 12.685 hectares em área queimada. Em 2014, os bombeiros registraram 3.837 ocorrências e 7.474 hectares perdidos. Os números representam um aumento de 34,9% dos casos e de 69,7% de área queimada em um ano.
Em 25 de abril, o governo decretou estado de emergência ambiental no DF que durará até novembro. De acordo com o texto, os 17 órgãos que integram o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Distrito Federal, entre os quais o Corpo de Bombeiros, deverão adotar medidas necessárias para minimizar as ocorrências e os danos dos incêndios florestais.
Verde Vivo
Apresentar à sociedade medidas de prevenção a incêndios florestais é parte da Operação Verde Vivo, que tem como objetivo prevenir e minimizar os danos causados pelo fogo ao meio ambiente. A operação é dividida em cinco fases que vão até novembro.
A primeira tem foco nas aulas como as do Setor Habitacional Tororó. A segunda, iniciada em 1º de maio, consiste em intensificar as atividades nos quartéis como recursos humanos e materiais. Considerada a etapa intermediária, a terceira (de 1º a 31 de julho) também tem como foco incrementar os quartéis e preparar os militares para a quarta fase (de 1º de agosto a 15 de outubro), em que a estiagem é avançada. Na quinta (de 16 de maio a 15 de novembro), o combate é reduzido devido ao período de chuvas. As datas podem mudar de acordo com a necessidade.
Emergência do Corpo de Bombeiros
Disque 193
Seção de Ensino, Pesquisa, Ciência e Tecnologia do Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
(61) 3901-2927
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