20/06/2016 às 11:14, atualizado em 13/12/2016 às 18:00

Casos de caxumba deixam moradores da capital em alerta

Segundo a Secretaria de Saúde, 525 casos da doença foram notificados neste ano no Distrito Federal

Por Thiago Marcolini, da Agência Brasília

Ao contrário do informado pela Secretaria de Saúde, os casos de caxumba não podem ser considerados um surto na capital, mas surtos isolados, ou seja, quando há mais de um caso da doença na mesma região.

Desde o início do ano, Brasília registrou 525 casos de caxumba. Moradores estão em estado de alerta para o avanço da doença. A proximidade do inverno — que começa oficialmente em 21 de junho —, mudanças bruscas de temperatura e a baixa umidade do ar contribuem para a proliferação do vírus e podem aumentar bastante o número de casos.

A caxumba não é de notificação obrigatória e não está na portaria do Ministério da Saúde que normatiza as doenças que os profissionais de saúde são obrigados a notificar. Por isso, não há como comparar os casos atuais com os de anos anteriores. No entanto, não há registros recentes um grande número de casos na capital.

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Com sintomas parecidos aos de uma gripe, a caxumba é transmitida principalmente por contato direto com gotículas de saliva ou secreções da boca ou do nariz. O quadro clínico inicia-se com sintomas comuns aos de outras doenças virais, como febre, fraqueza, dor de cabeça e calafrios. O que a diferencia de outras viroses é a dor ao mastigar ou engolir e o inchaço da glândula parótida.

O período de incubação — tempo entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas — varia de 12 a 15 dias. “Algumas pessoas apresentam sintomas pouco evidentes, a parótida não incha tanto. Isso pode dificultar alguns diagnósticos”, explica a gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Priscilleyne Reis.

Para prevenir a doença

A principal forma de prevenir a caxumba é a vacinação, disponível gratuitamente em qualquer posto do Sistema Único de Saúde (SUS). A ação preventiva segue o calendário do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.

Aos 12 meses de idade, deve-se tomar uma dose da chamada tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Aos 15 meses deve ser feito um reforço da proteção contra a doença, por meio da tetra viral – protege também contra a varicela. A vacinação é contraindicada para gestantes e menores de 12 anos.

Pessoas de 10 a 19 anos que não se vacinaram antes dos 2 anos de idade devem receber duas doses da tríplice viral. Já para a faixa etária de 20 a 49 anos, o recomendado é uma dose.

Outra forma de prevenção é o isolamento social da pessoa infectada com o vírus, ou seja, ficar restrito ao domicílio e sair apenas para consultas médicas. O recomendável é permanecer em casa de dez a 15 dias. “A vacinação, sem dúvida, é a melhor maneira de prevenir, já o isolamento é uma opção para o controle de surtos”, destaca Priscylleine Reis.

Estoques de vacina

O Ministério da Saúde envia as vacinas tríplice e tetra viral mensalmente aos estados conforme demanda. De 20 a 24 de junho, o Distrito Federal receberá 8,5 mil doses da tríplice e cerca de 4 mil da tetra. O estoque da Secretaria de Saúde é de 11,6 mil doses para a tríplice e de 5 mil para a tetra viral. Segundo a pasta, até abril, aproximadamente 41 mil pessoas tomaram as vacinas no DF neste ano.

Complicações que o vírus pode causar

A cura para a caxumba é sintomática. Não há uma forma específica de combate à doença. O vírus pode provocar surdez temporária, orquite (inflamação nos testículos), ooforite (inflamação do ovário) e aborto no primeiro trimestre da gestação, além de meningite. “O repouso é muito importante”, afirma Priscyllaine Reis.

Veja os locais dos postos de saúde do Distrito Federal por superintendência.

Edição: Gisela Sekeff