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05/07/2016 às 08:53, atualizado em 05/07/2016 às 15:48
Desde a criação, em 3 de julho de 2015, foram doadas 18 mil mudas de espécies do Cerrado para 636 pessoas
O Viveiro Comunitário do Lago Norte, na QL 6, comemorará o primeiro aniversário com uma série de atividades, no domingo (10), a partir das 9 horas. A abertura será com um café da manhã solidário, seguido de debate sobre prestação de contas do primeiro ano de funcionamento. No encerramento, haverá homenagem a brigadistas voluntários da Serrinha do Paranoá, região com microbacias hidrográficas que abastecem a porção norte do Lago Paranoá.
O ponto alto da programação ocorrerá das 10 às 11 horas, com oficinas de compostagem e de horta caseira, ministradas pelo técnico agrícola responsável pelo local, Elvécio Borges, e a voluntária Carolina Bernardes. Eles vão ensinar a reutilizar matéria orgânica para produção de adubo e a cultivar em casa espécies medicinais, frutíferas e aromáticas. A participação é gratuita.
Às 11 horas, será lançada a Associação Amigos do Viveiro. O administrador regional do Lago Norte, Marcos Woortmann, afirma que o objetivo não é só angariar recursos para divulgar as atividades ou para coletar sementes. “Não se trata apenas de plantar árvores, mas de levar para as pessoas a noção de responsabilidade ambiental dentro de casa.”
Com capacidade para produzir até 40 mil mudas por ano, o viveiro foi criado com o objetivo de atender à demanda de plantio de espécies do Cerrado nos parques do Distrito Federal, como baru, cagaita, ipê e pequi. Mas o lugar tornou-se também um ponto de produção de mudas para reflorestamento de nascentes de córregos, como o do Urubu e o do Palha. A área de 639 metros quadrados é cedida pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
[Numeralha titulo_grande=”40 mil” texto=”Capacidade de produção de mudas do Viveiro Comunitário do Lago Norte”]
Desde a abertura, a procura do viveiro pelo público em geral tem sido intensa. “Vem muita gente de outras regiões administrativas, como Taguatinga, Vicente Pires, Recanto das Emas e até mesmo do Entorno no DF”, conta Elvécio Borges, cedido pela administração regional. A equipe participa de todo o processo de cultivo — da produção das mudas à orientação da comunidade sobre os cuidados com cada tipo de planta.
A voluntária Carolina, de 27 anos, descobriu o viveiro há cerca de um mês. “Vim buscar mais informações sobre o cultivo de plantas suculentas [espécies que têm a raiz, o talo ou as folhas aumentadas pelo acúmulo de água] e me apaixonei”, relata. Para ela, a experiência do cultivo é prazerosa. “Não tem nada melhor do que colher aquilo que você mesma plantou.”
Outra atividade que tem ganhado espaço no Viveiro Comunitário do Lago Norte é a educação ambiental. Estudantes das redes pública e privada têm visitado o local para conhecer mais sobre as plantas típicas da região. São turmas para todas as idades, a partir dos 3 anos. “Os mais novos são os mais interessados em semear”, destaca Borges.
Universitários também vão conhecer o viveiro para saber mais informações sobre exemplares usados em pesquisas acadêmicas. Segundo o técnico agrícola, as frutas do Cerrado têm sido bastante procuradas, devido ao valor nutricional. “É o caso do jatobá, que tem quatro vezes mais cálcio e ferro do que o leite”, ressalta Borges.
Não é preciso pagar para ter uma muda produzida no viveiro. Cada pessoa tem direito a levar até cinco exemplares gratuitamente. Acima dessa quantidade, pede-se que seja dada uma contribuição de material, como saquinhos de plástico, adubo ou sementes. Desde a criação, já foram doadas 18 mil mudas para 636 pessoas.
Viveiro Comunitário do Lago Norte
Na QL 6, ao lado do grupo de escoteiros Lis do Lago
De segunda a sexta-feira
Das 8 às 12 horas e das 13 às 16 horas
Edição: Raquel Flores